Conspiracy,Capítulo 24 " Beat It"
“Beat It”
O desenvolvimento do julgamento teve uma situação ruin no dia em que Mesereau demitiu o advogado de longa data dos Jackson, Brian Oxman. Oxman, um advogado que sempre era visto de olhos fechados no tribunal, certamente não estava adicionando nada a estratégia da defesa. Na verdade, ele estava prejudicando o time de defesa por parecer entediado e desinteressado na metade do tempo.
Quando o advogado foi dispensado por Mesereau, que apresentou “notificação da dissociação” à corte superior, em 21 de abril de 2005, a cena foi pega por fotógrafos no estacionamento do tribunal. Jornais mostraram Mesereau apontando o dedo a Oxman, criticando o advogado da família. Mesmo depois da notícia da dissociação ter sido apresentada, Brian Oxman marchou para dentro do tribunal, apenas para ser escoltado para longe por um oficial de justiça.
Até aquele momento, Oxman tinha apenas um papel limitado no julgamento. Ele era um mensageiro, mais que tudo. As testemunhas no julgamento eram interrogadas exclusivamente por Tom Mesereau e Bob Sanger, enquanto Mesereau tinha a maior carga nos ombros dele, assistido pela co-conselheira dele, Susan Yu. Os observadores no tribunal acreditavam que isso foi decisão de Michael, que tinha sido escolha dele ter Tom Mesereau, além da bela Susan Yu, cuidando do julgamento, sozinhos.
Os tabloides fizeram um estardalhaço da demissão pública de Brian Oxman, mas Tom Mesereau mais tarde confidenciou que ele estava tentando evitar qualquer embaraço público para Oxman, que tinha sido advogado dos Jackson por anos. Mesereau insistiu que Brian Oxman tinha sido avisado para ficar longe do tribunal, que ele foi avisado que uma notificação oficial da demissão estava prestes a ser apresentada. Brian Oxman poderia ter evitado a fofoca dos tabloides, se ele não tivesse sido tão insistente em ficar pendurado na aba da família Jackson, mas Oxman sentia que era direito dele estar presente no centro dos holofotes.
Um confidente da família, que tinha representado Randy Jackson e outros membros da família, Oxman alegou que ele era o advogado que inicialmente ajudou a quebrar o acordo, para que Tom Mesereau substituísse o advogado de defesa original de Jackson, Mark Geragos. Para alguns observadores, era irônico que Mesereau tenha sido forçado a ter uma cena pública com Oxman no estacionamento do tribunal, mas Oxman não era o advogado criminalista responsável pelo caso. Oxman era bagagem extra, e o exibicionismo público dele com a mídia não estava enviando uma mensagem que Mesereau apreciasse.
Depois da séria discussão deles, Oxman e Mesereau se afastaram com um abraço e um aperto de mãos. Isso seria o primeiro abalo no time de defesa, mas antes que o julgamento terminasse Ramon Bain, a vistosa porta-voz de Michael Jackson, também receberia uma carta de demissão. Ninguém poderia confirmar o que tinha acontecido, mas as pessoas juntaram dois mais dois, quando elas viram que a partida da senhora Bain, aparentemente, estava relacionada com a expulsão do Reverendo Jesse Jackson, que tinha vindo para Santa Maria para falar sobre o estado de espírito de Michael, para falar sobre Michael ser uma vítima da obsessão da promotoria.
Aparentemente, Mesereau queria muito que a cobertura do julgamento fosse pura. Ele queria que a mídia se ativesse aos fatos e não precisava de nenhuma opinião externa. Foi estranho que, quando o Reverendo Jackson saiu de Santa Maria, isso foi feito discretamente, sem muita especulação da mídia, Se, nos bastidores, o time de defesa estava feliz por remover qualquer menção sobre direitos civis e descriminação racial da equação, ninguém na mídia pegou isso.
Mas, parecia haver sempre “problemas” em torno de Michael Jackson, que continuaram a surgir. Por exemplo, uma comissária da Extrajet, Cindy Montgomery, foi inicialmente desqualificada como potencial testemunha, porque ela estava planejando reclamar os privilégios dela, garantidos pela Quinta Emenda sobre a questão de ter gravado Michael Jackson no avião secretamente. A senhora Montgomery tinha o próprio advogado dela presente para afirmar que nada que ela pudesse dizer seria potencialmente incriminador.
Como isso aconteceu, a senhora Montgomery testemunhou e nunca foi formalmente acusada de nenhuma má-conduta. Mas, poucos meses depois do julgamento de Jackson terminar, duas outras partes envolvidas em gravar Michael Jackson secretamente no vôo da Extrajet, foram processadas, condenadas e sentenciadas por conspiração para violar a privacidade de Jackson.
Assim era o mundo do superstar.
Era sempre uma grande provação, tudo relacionado a Michael Jackson e isso foi ressaltado pelo testemunho da ex-esposa de dele, Debbie Rowe, que já tinha aberto mão dos direitos dela como mãe, sobre as duas crianças, as quais ela tinha parido, Prince e Paris, quem tinha se encontrado na tão difícil situação emocional, quando ela sentou no banco de testemunhas em nome da promotoria.
Era esperado que Debbie Rowe testemunhasse que ela tinha dado uma “apresentação roteirizada” no vídeo refutação de Jackson, o qual eventualmente foi transmitido pela rede FOX. Era esperado que Rowe dissesse que Michael não era um bom pai, era esperado que ela reclamasse sobre o direito de visitas dela.
Todo tipo de fofoca foi alimentada naqueles dias, antes de Debbie Rowe sentar no banco de testemunhas, especialmente porque ela estava publicamente enfrentando Jackson numa disputa pela custódia de Prince Michael I, de oito anos, e Paris, de sente anos. Debbie Rowe, que tinha sido casada com Jackson de 1996 a 1999, tinha mudado de ideia sobre Prince e Paris e ela fez uma tentativa de ganhar a custódia em 2004. Exatamente depois que Jackson cortou o pagamento anual de um milhão de dólares que ela estava recebendo.
“Com a iminente batalha pela custódia, com um juiz de apelação tendo decidido que a renúncia de Rowe dos direitos familiares dela foi “inválida” devido a “problemas procedimentais”, a mídia salivou sobre a potencial bomba que Rowe ofereceria no testemunho dela contra Jackson. Esperando que Rowe fosse dizer coisas escandalosas no esforço de ajudá-la a ganhar a custódia dos filhos dela, a mídia estava intensamente alerta, em tempo integral.
Mas, quando ela foi questionada pelo Promotor Distrital Assistente, Ron Zonen, Debbie Rowe manteve-se calma. Ela falou da gravação do vídeo refutação para Michael, uma gravação que durou cerca de nove horas e disse que os advogados dela estiveram presentes o tempo todo. Quando perguntaram se ela alguma fez olhou para um script, Debbie Rowe disse um redondo “Não”.
Rowe disse ao júri que Ian Drew, o homem que conduziu a entrevista, tinha uma grande lista de perguntas para ela, afirmando que ela foi verdadeira nas respostas dela. Ela insistiu que as respostas dela foram espontâneas e honestas e admitiu que tivesse desvirtuado a si mesma na questão de “ainda ser parte da família de Michael”. Rowe alegou que ela tinha mentido sobre isso, com o intuito de “proteger os filhos dela e tentar manter os questionamentos da mídia longe”.
Debbie Rowe foi ousada, descrevendo os esforços dela em participar da entrevista para o vídeo refutação, como alguma coisa agradável, pela qual ela estava “animada”. Ela testemunhou que estava feliz em responder às perguntas em nome de Michael e afirmou que ela tinha concordado em fazer a entrevista, em parte, porque ela esperava que ela pudesse ver os filhos dela, a quem ela não tinha visto por dois anos. Rowe também disse que esperava “ser possível renovar o relacionamento com o senhor Jackson”.
A senhora Rowe testemunhou que foi prometida a ela uma viagem a Neverland, que não se materializou e explicou que depois de nove meses de ligações telefônicas, ela decidiu ir ao tribunal de família, onde ela teve os direitos dela como mãe restabelecidos. Quando ela foi interrogada por Mesereau, ele quis que ela fosse mais específica sobre a disputa dela com Michael Jackson no tribunal de família, mas Debbie Rowe não queria chamar isso de disputa. Debbie não queria irritar Michael e ela olhou para ele com olhos marejados, de um jeito que fez parecer estar com remorso.
Quando Mesereau perguntou à senhora Rowe sobre as “chamadas telefônicas de pretexto” dela, Debbie Rowe admitiu que ela tinha concordado em trabalhar com o xerife de Santa Bárbara, telefonando para o “pessoal” de Michael, enquanto permitia que o xerife gravasse secretamente as chamadas dela. Ela se lembrou de fazer meia dúzia de ligações, especificamente para Marc Shaffel, Ian Drew e Dieter, todos que tinham feito parte do vídeo refutação de Michael.
Mas, em vez de permitir que ela prejudicasse a defesa, Mesereau foi capaz de focar na ralação de Rowe a investigação de conspiração e explorar a visão dela “dos co-conspiradores não indiciados” em torno de Michael Jackson. Não foi preciso muito estímulo para ela admitir que ela não confiava realmente em nenhum dos associados de Michael. Aparentemente, as ligações de pretexto de Rowe para aqueles alegados co-conspiradores não ajudou a polícia a estabelecer que Michael estivesse diretamente envolvido em nenhuma entrevista que foi conduzida com o propósito de fazer o documentário de refutação. Na verdade, sob interrogatório da defesa, Rowe deu aos jurados a impressão de que o “pessoal” de Michael estava agindo sem conhecimento do pop star.
“Você disse ao xerife que, em sua opinião, Marc Shaffel estava continuamente tentando tirar vantagem de Michael Jackson, verdade?” Mesereau perguntou.
“Correto”, Rowe disse.
“E você pensou que ele estivesse manipulando Michael Jackson para fazer muito dinheiro, correto?”
“Sim.”
“Você também declarou ao xerife que você pensou que Dieter e Ronald Konitzer estavam manipulando Michael Jackson, correto?”
“Sim”
“Foi sua percepção, baseada no que você observou de Shaffel, Dieter e Konitzer, que aqueles três estavam trabalhando juntos?” Mesereau perguntou.
“Oh, sim” Rowe respondeu.
Debbie Rowe disse aos jurados que, na opinião dela, os três homens estavam trabalhando juntos, Shaffel, Dieter e Konitzer, tentando encontrar maneiras de usar o nome de Michael Jackson, para que eles pudessem lucrar. No entendimento dela, os três homens tinham planos para as empresas de “Jackson”, na América e na Europa. Rowe disse que ela estava convencida de que Michael não estava ciente de todos os empreendimentos deles, explicando que ela tinha visto este padrão de “manipuladores” na vida de Michael, antes.
“E, naquele ponto, você disse aos xerifes que você pensava que Michael Jackson estava, de alguma forma, muito por fora do que aqueles caras estavam fazendo, correto?”, Mesereau perguntou.
“Em meu entendimento anterior, ele estava distante dos manipuladores, as pessoas que estavam cuidando dos negócios dele e eles tomaram todas as decisões e houve inúmeras vezes em que eles não o consultaram”, Rowe explicou.
“E você pensou que aqueles três sujeitos, Shaffel, Dieter e Konitzer, estavam fazendo exatamente assim, não pensou?”
“Certamente”, Rowe insistiu.
Quanto mais ele questionava, mais cuidadosamente e gentilmente pedindo a Rowe para contar ao júri sobre o mundo privado de Michael, mais Debbie Rowe começou a desmoronar, esforçando-se para responder às perguntas. Ela assegurou ao júri que as respostas dela no vídeo refutação foram espontâneas e confirmou que ela deu honestas e favoráveis opiniões sobre Michael. Sobre ter permitido que a gravassem por cerca de nove horas, ela explicou que ela tinha cooperado em troca de nada, sem pagamento, porque ela soube sobre o “negativo, distorcido e mal-entendido” filme de Bashir, transmitido na Inglaterra.
Debbie Rowe quis esclarecer para o júri algumas questões. Talvez ela quisesse recomeçar com Michael. Por alguma razão, ela estava cheia de elogios por ele. Dentre as coisas que Debbie Rowe comunicou no testemunho dela:
Michael era um bom pai.
Michael era um homem de família.
Michael era um homem com quem ela ainda se importava.
Debbie insistiu que ela ainda considerava Michael como amigo e disse ao júri que ela tinha dado a Michael a custódia total das crianças na época do divórcio deles. Olhando para Michael com lágrimas rolando dos olhos dela, Debbie falou sobre ter de se comunicar com Michael através de advogados, por causa da disputa pela custódia.
Enquanto ela estava no banco de testemunhas, Debbie não conseguiu tirar os olhos de Michael, mas os olhares suplicantes dela eram virtualmente ignorados pelo pop star. Sob as circunstancias, ficou claro que Michael estava magoado pela traição dela. Debbie foi uma testemunha da promotoria. Nenhum comentário positivo que ela fez sobre ele, nenhum testemunho dela que foi favorável a Michael, mudaria o fato de que ela tinha cooperado com a polícia, que Debbie tinha concordado em ajudar o judiciário no processo contra o ex-marido dela.
Quando Mesereau a questionou, Debbie Rowe disse ao júri que ela estava preocupada sobre os “personagens” em volta de Michael, no início de 2003, testemunhando que ela estava preocupada em “ter cuidado” sobre certos homens. Rowe mencionou o antigo chefe dela, Dr. Arnold Klein, quem ela tinha contatado com a esperança de ter contato direto com Michael, sem sucesso. Rowe disse ao júri que ela contatou Dr. Klein, porque ela não estava certa sobre se os “associados” de Jackson estavam sendo honestos com ela e indicou que ela sentiu que estava sendo usada como mercadoria.
“Como você soube que o senhor Shaffel estava tentando fazer milhões de dólares com o filme da sua entrevista?” Mesereau perguntou.
“Ele me disse que ele foi pago por isso. Ele me disse que parte do dinheiro que foi feito com o documentário foi para pagar o que o senhor Jackson devia ele”, Rowe testemunhou.
“Shaffel, você imagina, alguma vez pediu a você que o ajudasse com os negócios dele, lidando com o senhor Jackson?” Mesereau perguntou.
“Não. Ele apenas se gabou muito sobre como ele tirou vantagens de uma oportunidade sobre a qual eu tenho certeza que ele não sabia nada. E ele falou sobre como ele faria isto, aquilo, ou outra coisa para certificar que a carreira de Michael estava salva e coisas assim”, Rowe disse.
“Tudo bem. E você já teve a impressão de que Shaffel não estava dando a Michael Jackson todas as informações sobre o que ele estava fazendo?” Mesereau perguntou.
“Ele era como todo mundo em volta do senhor Jackson. Sim. Ele não estava dizendo tudo a ele”, Rowe explicou.
Enquanto os observadores no tribunal escutavam Debbie Rowe, enquanto eles escutavam a ligação dela para todos os “mentirosos” associados de Michael, a raiva a ressentimento dela sobre as pessoas que estavam em torno de Michael Jackson se tornou clara como cristal. Através dos olhos de Debbie, os observadores no tribunal souberam que Michael tinha poucas preciosas pessoas em que ele podia confiar. Até mesmo os conselheiros mais íntimos dele, as pessoas que estavam tentando “salvá-lo” pareciam estar querendo lucrar com o nome do superstar.
“Shaffel disse a você que ele, Dieter e Konitzer, fariam muito dinheiro com o problema que veio do documentário de Bashir?”Mesereau pressionou.
“Eles disseram que eles iriam resolver o problema e gabou-se de que eles tinham feito dinheiro”, Rowe testemunhou.
“E isso preocupou você, não foi?”
“Sim”, Rowe disse.
Debbie Rowe chamou os associados de Michael de “abutres oportunistas”. Ela testemunhou que Shaffel tinha se gabado de que eles tinham feito mais de sete milhões de dólares com o vídeo da entrevista de refutação. Ele insistiu que ela não acreditava em nada do que Shaffel se vangloriava e disse que a atitude dele a aborrecia.
Quando as pessoas escutaram Debbie Rowe falar, o que veio a tona para os observadores do tribunal foi como Michael Jackson poderia ser facilmente manipulado pelas pessoas. De alguma forma, através dos anos, o superstar tinha se tornado completamente vulnerável.
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