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"Memórias Reprimidas" É Uma Farsa


O artigo abaixo trata do falacioso argumento de “memórias reprimidas” usado por pessoas que resolvem acusar alguém de a terem molestado quando crianças, só muitos anos depois. Isso é feito muitas vezes contra padres. Mas não apenas contra eles. Não estamso aqui querendo dizer que padres nunca cometeram tal crime, estamos querendo, sim, mostrar que “memórias reprimidas” não é um argumento válido, pois se trata de uma farsa tentando se passar por ciência.

 

O assunto se faz pertinente agora mais que nunca, quando Wade Robson, o coreografo australiando e conheceu Michael Jackson aos cinco anos de idade, e que tem sido um defensor do astro por vinte anos, inclusive testemunhda de defesa no julgamento do cantor, em 2005, ajuizou uma ação civil contra Jackson alegando ter recuperado “memórias reprimidas” do abuso, depois de um colápso nervoso.

 


Traduzido por Daniela Ferreira para o blog O Lado Não Contado da História.

 

"Memória Reprimida" – Desmascarada

 


Muitas pessoas vieram a público para afirmar que um padre as molestou anos mais cedo (e, muitas vezes, décadas antes), após o que afirma ter "reprimido a memória” do abuso ocorrido.

 

Infelizmente, a mídia tem sido lamentavelmente acrítica ao relatar casos em que uma pessoa invoca "memória reprimida", quando alegando abuso por um padre décadas antes.


Dr. Richard J. McNally é o professor e diretor de Treinamento Clínico do Departamento de Psicologia da Universidade de Harvard. Como um dos principais especialistas do mundo no campo da memória, ele tem 250 publicações créditadas a ele, incluindo o livro anunciava em 2003, “Lembrando o Trauma”.


Em uma carta de 2005 à Suprema Corte da Califórnia, que estava lidando com um caso em que "memória reprimida" foi debatida, Dr. McNally afirmou:


"A noção de que eventos traumáticos podem ser reprimidos e, mais tarde, recuperados é o mais pernicioso folclore que já existou a infectar a psicologia e a psiquiatria. Isso forneceu a base teórica para 'terapia de memória recuperada’ – a pior catástrofe que se abateu sobre o campo da saúde mental desde a época lobotomia".

 

Muitos outros especialistas de destaque concordam. "Memória reprimida" é simplesmente falsa.


Dr. Grant Devilly, a partir da unidade de Pesquisa de Saúde Psicológica da Universidade de Griffith, concorda com Dr. McNally. Devilly diz que as memórias de experiências terríveis funcionam da maneira oposta da teoria da memória reprimida. As pessoas, na verdade, gostariam que eles pudessem esquecer as experiências traumáticas delas.

 

"É o contrário. Elas gostariam que não pudessem pensar sobre isso", diz Devilly.

 

Depois, há o Dr. James McGaugh, da Universidade da Califórnia, em Irvine. A experiência dele na área de memória já foi perfilada no programa da CBS "60 Minutes. Quanto à questão da "memória reprimida", disse Dr. McGaugh em um livro de 2010:

 

"Eu não acredito que há tal coisa como uma memória reprimida. Eu não vi um único caso em que a memória foi completamente reprimida e apareceu novamente. Eu acredito na ciência, não em modismos. E não há absolutamente nenhuma prova de que isso possa acontecer. Zero. Nenhuma. Niente. Nada. Toda a minha pesquisa diz que fortes experiências emocionais deixam lembranças emocionalmente fortes. Ser molestado sexualmente certamente se enquadra."

 

Além disso:


• “Terapia de Recuperação de Memória virá a ser reconhecida como o charlatanismo do século 20." – Dr. Richard Ofshe, um psicólogo social da Universidade da Califórnia, em Berkeley (Leon Jaroff e Jeanne McDowell, "Terapia das Memórias Reprimidas: Mentiras da Mente," Time, 29 de novembro de 1993);


• "Se inveja do pênis nos faz parecer idiotas, isso vai nos fazer parecer totalmente ingênuos." - Dr. Paul McHugh, presidente do departamento de psiquiatria na Johns Hopkins University (Leon Jaroff e Jeanne McDowell, "Terapia da Memória Reprimida: Mentiras da Mente," Time, 29 de novembro de 1993);


• "Você não pode ser estuprada por 10 anos e não se lembrar. Contudo, de acordo com os aficionados de repressão, tudo é possível." - Dra. Elizabeth Loftus, professora de psicologia da University of California Irvine (Sasha Abramsky, "Memória e Manipulação: Os ensaios de Elizabeth Loftus, defensora do acusado injustamente," LA Weekly, 19 de agosto de 2004).

 


Na verdade, esta é uma questão que deve ser abordada com cautela e sensibilidade. Nem todas as vítimas de abusos do clero invocam "a memória reprimida".  A memória de abuso terrível real é tudo muito real e devastador.


"Memória reprimida" não deve ser confundida com casos em que um indivíduo abusado minimiza o dano terrível que foi feito e vem para a realização dura, mais tarde na vida, de ter sido abusada. De fato, como de Dr. McNally de Harvard explicou, muitas vítimas só vêm para a compreensão dos danos causados ​​a elas anos depois reavaliar as experiências horríveis. Pode haver intenso sofrimento quando as vítimas reexaminam o abuso na infância mais tarde na vida.


"Vendo o evento pelos olhos de adulto, eles percebem o que aconteceu com eles e agora eles experimentam o tumulto emocional de trauma", diz Dr. McNally. O trauma é equivalente ao transtorno de estresse pós-traumático (PTSD). Felizmente, a terapia sob a direção de um psicólogo competente tem demonstrado ser muito útil para as vítimas de PTSD.


"As coisas mudaram, felizmente. Agora temos tratamentos que funcionam", acrescenta o Dr. McNally.


Uma nota final: É importante saber que, nos raros momentos em que a "memória reprimida" é contestada nos meios de comunicação, os defensores da vítima com veemência e vocalmente reclamam com escritores e editores que se atrevem a desafiar a teoria falsa. Tais atacantes falsamente afirmam que há um legítimo "outro lado" dessa questão. Não há. O público deve estar muito consciente disso. Para repetir as palavras do Dr. McNally, "terapia de memória reprimida" é,  de fato,  "a pior catástrofe que se abateu sobre o campo da saúde mental desde a época lobotomia".

 

 


 

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