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Livro Redenção - A Verdade Por Trás Das Acusações de Abuso Sexual Contra MJ: Personagens Principais: Pellicano, o Investigador


2.5 PELLICANO - O INVESTIGADOR

 

Anthony Pellicano foi o investigador particular trazido para dentro do caso pelo advogado de longa data de Michael Jackson, Bertram Fields. Ele é bem conhecido, em todo o mundo, como um dos melhores investigadores disponíveis para as estrelas. A especialidade dele é escutas telefônicas forenses.

Anthony Pellicano, sozinho, desenterrou todos os fatos pertinentes que cercam este caso. Uma vez que os esforços de investigação dele se completaram, não havia dúvida na mente dele de que Michael Jackson foi vitima de um elaborado esquema de extorsão pelas mãos do Dr. Chandler e o do Sr. Rothman.

Elaborado: complexo, intrincado, detalhado, sofisticado, altamente estruturado.

Foram os esforços de Anthony Pellicano que produziram a conversa gravada em fita entre o Dr. Chandler e o Sr. Schwatz.

Imediatamente depois de o Sr. Pellicano ser trazido para dentro do caso, o primeiro curso de ação dele foi visitar o garoto no condomínio de Michael Jackson, em Century City, onde ele e a irmã dele estavam visitando. Ele perguntou ao garoto especificamente questões sobre se Michael Jackson havia feito qualquer coisa de impróprio. O garoto negou repetidamente que Michael Jackson tenha feito qualquer coisa inapropriada.

O Sr. Pellicano informou que o garoto negou ter tido contato sexual de qualquer natureza com Michael Jackson. Essa entrevista que ele teve com o garoto foi consistente com outras entrevistas que foram realizadas com muitas crianças que também tiveram uma estreita amizade com Michael Jackson ao longo dos anos.

Ele teve o cuidado de conduzir a entrevista usando os mesmos protocolos que as Assistentes Sociais do Departamento de Serviço a Crianças usavam. A entrevista foi conduzida em privado e feita sem influência de qualquer um dos pais.

E isso foi até o Sr. Pellicano estar convencido da inocência de Michael Jackson, e começar uma total investigação agressiva, entrevistando numerosas testemunhas que corroborassem a inocência dele, bem como desacreditar aqueles que tinham pretensões em testemunhar o comportamento inadequado de Michael Jackson.

No meio do caminho da investigação de abuso infantil, muitas testemunhas sanguinárias apareceram adiante para fornecer aos tabloides declarações de comportamento inadequado por parte de Michael Jackson a cerca das numerosas crianças que visitavam o rancho Neverland. A diligência e sofisticadas técnicas de investigação de Pellicano reduziram significativamente o número de testemunhas confiáveis que afirmavam ter informações prejudiciais contra Michael Jackson.

Lembro-me de digitar cartas ao Sr. Pellicano, e particularmente a carta que rejeitava os 350.000 mil dólares de Michael Jackson para uma contraproposta de um filme feito para o Dr. Chandler.

A primeira vez que vi o Sr. Pellicano, foi quando ele veio a nosso escritório para tentar conseguir tratar com o Sr. Rothman uma contraproposta de um filme de 350.000 mil dólares. O encontro aconteceu a portas fechadas, e ele saiu do escritório dizendo "dispare o seu melhor tiro" e "isso é extorsão". Ele parecia estar furioso com o Sr. Rothman, era evidente que eles não chegaram a um acordo durante o encontro. Vale a pena notar que o Sr. Pellicano tinha a reputação de ser um Siciliano jogo duro e acostumado a lidar com oposições individuais.

Ele afirmou desde o começo que as alegações de abuso infantil nesse caso eram apenas por dinheiro. Depois de ouvir a conversa gravada pelo Sr. Schwartz, o Sr. Pellicano deve ter se sentido mais certo de que o caso era sobre extorsão.

Assim como o Dr. Chandler havia começado a executar as ameaças de destruir Michael Jackson, se ele não conseguisse o que queria, o Sr. Pellicano, da mesma forma, começou a intensificar os planos para um contra-ataque, e não deixou uma pedra sem ser levantada na busca dele pela verdade. Ele prosseguiu vigorosamente e interrogou testemunhas para os advogados da defesa, conduziu uma investigação aprofundada das testemunhas antes de se encontrar com elas individualmente. No momento em que entrevistava uma testemunha, ele já tinha uma investigação confidencial sobre a extensão do envolvimento dela com o caso.

Meu primeiro encontro cara-a-cara com o Sr. Pellicano foi durante a reunião sobre a investigação que foi originalmente programada pela minha mãe.

Ela foi a principal razão pela qual me envolvi nessa investigação desde o começo, estava a par de tudo o que eu estava descobrindo nesse caso. Por que ela tinha uma forte convicção de que "não deixe ninguém passar por cima de você" , e ela não podia ficar sentada e não fazer nada com as informações que estava recebendo, descobriu que estavam investigando o caso e manteve os olhos dela grudados em todas as noticias da TV.

Foi assim que ela descobriu que o Sr. Pellicano era o investigador particular de Michael Jackson e o contatou. Embora minha mãe já tenha falecido, até o dia da morte, ela sempre me lembrou de fazer o certo e eu escrevi o livro por causa dela, e também por perceber que a justiça não foi bem feita. Em um ponto, depois de completar o livro, eu estava extremamente ocupada no campo missionário e ela me pediu para dar o livro a ela para que pudesse encontrar uma editora que se interessasse em lançar. Por causa do trabalho que estava fazendo naquele momento, senti que não era o tempo certo para lançar o livro. Depois de toda a fumaça clareada e a dor diminuída pela perda de uma preciosa mãe, as palavras dela serviram como um constante lembrete para mim, "não se esqueça de lançar o livro".

Minha mãe contatou o Sr. Pellicano e o aconselhou a falar comigo a cerca do caso, porque ela sentia que eu poderia ajudá-lo na investigação dele. Primeiramente, quando ela me contou do encontro agendado, pensei que estaria reunida com os investigadores do escritório do promotor distrital, onde estavam investigando as acusações de extorsão. Eu não sabia que as investigações particulares eram separadas das do escritório da promotoria.

E isto foi até meu encontro com o Sr. Pellicano, onde descobri que ele era um investigador particular trabalhando para Michael Jackson.

Ele era muito alto, homem de constituição magra, bonito e muito agradável. Era um homem respeitável e tinha uma consideração elevada pela coragem de minha mãe em me persuadir a vir adiante. Seu escritório era impecável, de estilo elegante e tinha equipamento de informática. 

Convencido da inocência de Michael Jackson, o Sr. Pellicano trabalhava sem parar, coletando evidências para serem usadas no julgamento que estava marcado para 21 de março de 1994. Foi ele que produziu a gravação da fita da conversa entre o Dr. Chandler e o Sr. Schwartz, em que o Dr. Chandler admitia que já estivesse conseguindo executar um plano mestre que iria destruir Michael Jackson se ele não conseguisse o que queria.  A mídia tocou a fita da conversa gravada em todo o mundo. Mesmo com essa peça crítica de evidência na própria voz do Dr. Chandler, a polícia não levou a acusação de extorsão a sério.

Mesmo em face disso, o Sr. Pellicano continuou a compilar evidências para adicionar à defesa de Michael Jackson.

Ele também gravou uma conversa entre o Sr. Rothman, o advogado do Dr. Chandler, em que estava tentando conseguir que o Sr. Rothman admitisse que o Dr. Chandler só queria dinheiro. O Sr. Rothman, provavelmente, achou suspeito, e não pegou a isca do Sr. Pellicano, eles, no entanto, falaram sobre uma contraoferta de 350.000 mil dólares para um negócio de um filme. O Dr. Chandler recusou a contraoferta porque não era o suficiente para encerrar as atividades no consultório odontológico e trabalhar todo o tempo escrevendo roteiros. É de meu entendimento que o Dr. Chandler perguntou a Michael Jackson sobre um projeto de um filme de cinco milhões de dólares por ano, por quatro anos, totalizando vinte milhões de dólares, ou ele iria a público com as acusações de abuso infantil.

Na conversa entre o Sr. Pellicano e o Sr. Rothman, ele foi bem sucedido em obter do Sr. Rothman a abertura da discussão e negociação da quantidade de dinheiro que o Dr. Chandler queria para se manter quieto sobre as acusações. A definição do dicionário sobre extorsão é: “obter de uma pessoa pela força ou poder indevido ou ilegal." Também, "o ato ou prática de extorsão de dinheiro ou outros bens".

Era óbvio, da própria boca do Dr. Chandler e do Sr. Rothman, que eles estavam negociando o valor em dólares necessários para manter o silêncio sobre as acusações de abuso sexual infantil. Essas conversas ocorreram antes da ação civil que foi ajuizada, e antes de o menor ser levado ao psiquiatra que relatou as acusações de abuso infantil às autoridades.

Numa conferência de imprensa, em 24 de Agosto de 1993, Pellicano afirmou que as acusações de abuso infantil foram resultado de uma fracassada tentativa de extorsão de vinte milhões de dólares. Ele declarou, especificamente, que por que Michael Jackson se recusou a pagar os vinte milhões de dólares, a recusa resultou nas acusações de abuso infantil sendo lançadas.

Eu documentei o último encontro entre o Sr. Pellicano e o Sr. Rothman, que aconteceu no escritório do Sr. Rothman na sexta-feira, 13 de Agosto de 1993, em meu diário. O Sr. Pellicano saiu do escritório dizendo, "de jeito nenhum". Na sequencia, na terça-feira, em 17 de Agosto de 1993, o Dr. Chandler levou o filho dele para ver o psiquiatra que relatou as acusações de abuso infantil às autoridades.

Se Michael Jackson tivesse aceitado pagar os vinte milhões de dólares?  O Dr. Chandler poderia não ter levado o filho ao psiquiatra? Poderia a visita ao psiquiatra, de alguma forma, ser uma parte do plano? Faça uma nota mental sobre esse ponto que será discutido em detalhes mais tarde.

 

 

* * *

 

Quando o advogado de Michael Jackson, Bert Fields, trouxe outro advogado, Howard Weitzman, a defesa tomou um curso diferente.

O Sr. Fields e o Sr. Pellicano prometeram brigar pelo caso até o amargo acabar. No entanto, o Sr. Weitzman era a favor de um acordo. Eles estavam constantemente em diferenças uns com os outros sobre a questão e havia rumores de que cada um estaria tentando pegar o papel principal na representação da carreira de multimilhões de dólares de Michael Jackson.

 

A diferença na estratégia do advogado era que o advogado de Michael Jackson, o Sr. Fields, com a ajuda do investigador dele, o Sr. Pellicano, queriam retratar Michael Jackson como vítima de extorsão.  E o Sr. Weitzman, por outro lado, queria retratar Michael Jackson como alguém falsamente acusado das acusações, mas pronto, disposto e capaz de enfrentar o público e afirmar a inocência dele. Foi nessa época que Michael Jackson voltou aos Estados Unidos e recebeu muitas conferências de imprensa e conduziu uma rara entrevista talk show para esclarecer os relatos.

A investigação de extorsão durou cerca de cinco meses antes de ser imediatamente dispensada, e antes de o caso civil ser resolvido. (O desligamento da investigação de extorsão pode ter sido uma condição do acordo.) Os destaques do caso de extorsão foi o sofisticado trabalho de investigação feito pelo escritório do Sr. Pellicano. Foi o escritório dele que assegurou a fita da conversa de áudio entre o Sr. Schwartz e o Dr. Chandler, e, mais tarde, a conversa gravada entre o Sr. Pellicano e o Sr. Rothman.

O Sr. Pellicano também entrevistou inúmeras testemunhas infantis que estavam perto de Michael Jackson e que haviam passado tempo no rancho dele.

Eles incluíram crianças que também tinham passado a noite nas festas do pijama e também compartilharam a cama de Michael Jackson. Nenhuma delas relatou qualquer irregularidade por parte dele — apenas uma boa diversão limpa, que incluía lutas de almofadas, lutas de comida, festas do pijama, e outros jogos infantis.

O Sr. Pellicano foi, mais tarde, criticado pelos esforços dele e acusado de “levar o caso à mídia". Ele mais tarde foi atormentado com moções para mostrar todos os detalhes da investigação dele e para produzir de documentos pelo escritório do Sr. Feldman. Quando os advogados do Sr. Pellicano tentaram alegar o privilégio do cliente, Feldman citou a Cidade de Los Angeles vs Tribunal Superior, 170 Cal.App. 3d 744, como base para negar a reivindicação de privilégio dele e advertiu Pellicano sobre os riscos envolvidos em levar o caso aos meios de comunicação.

Pouco depois disso, foi anunciado na mídia que o Sr. Fields e o Sr. Pellicano já não estavam envolvidos no caso.

A partir dos relatos na mídia, o Sr. Fields se demitiu, após um incidente em que anunciou ao Tribunal que, "um indiciamento estaria próximo". Mais tarde, ele explicou que a declaração dele foi, reconhecidamente, um erro, mais foi somente para atrasar o processo civil que estava prestes a ser apresentado pelo advogado do garoto de 13 anos de idade, Larry Feldman. Normalmente, um processo civil não é ajuizado até o caso criminal ser concluído. No entanto, nesse caso de alto perfil, nada estava ajustado ao procedimento padrão.

Telefonei para o Sr. Pellicano e perguntei por que deixou o caso. Ele me disse que não estava de acordo com a direção para qual o Sr. Weitzman estava levando o caso. Ele discordou veementemente da ideia de um acordo com o Dr. Chandler. Ele estava irritado com o pensamento de um acordo e estava plenamente convencido de que, se Michael Jackson fosse lutar na corte ele seria exonerado. Ele Adicionou que ele não tinha nada a fazer com o acordo nesse caso. Era óbvio que o Sr. Pellicano estava extremamente irritado e um pouco desanimado com a nova direção para qual o caso estava se dirigindo. Ele estava genuinamente chateado que o Dr. Chandler poderia ir longe com essas acusações e não seria responsabilizado pelas ações dele. O Sr. Pellicano se recusou a pagar o que muitos sentiam que era uma demanda de extorsão.

Ele nunca recuou na opinião dele de que esse caso era sobre extorsão. Declarou para o registro em documentos judiciais que: "Eu tenho feito declarações no sentido de que o Dr. Evan Chandler e Barry Rothman são extorsionários, porque, em minha opinião, isso é exatamente o que eles são".

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