Michael Jackson: É Hora de a Imprensa Assumir a Responsabilidade Pela Cobertura Dada ao Rock Star
Michael Jackson:
É Hora de a Imprensa Assumir a Responsabilidade Pela Cobertura
Dada ao Rock Star
Escrito
por Charles Thompson
Publicado em 02 de março de
2010
Traduzido
por Daniela Ferreira para o blog The Untold Side of the Story
Na semana passada, a guitarrista de Michael Jackson
desacreditou as amplamente divulgadas
alegações sobre o comportamento da estrela na estrada. Então,
porque é que os meios de comunicação se recusam a
publicar seus comentários? O escritor britânico Charles
Thomson explora o
preconceito da mídia contra a maior estrela da música negra.
Antigo glamour-rock, Geene Simmons, fez manchetes internacionais
no mês passado, quando afirmou saber que Michael Jackson tinha molestado
crianças. Em entrevista Classic Rock, Simmons alegou que Jackson estava em uma
fita pedidndo álcool para crianças e que, durante o julgamento da estrela, em
2005, um agente de viagens havia testemunhado sobre importar meninos
brasileiros para diversão de Jackson. Ele também alegou que um amigo músico
tinha deixado a turnê de Jackson depois de ver "os meninos que saem dos
quartos de hotel".
O que se
seguiu foi um exemplo clássico de copiar e colar no jornalismo. Em poucas horas,
a história tinha sido repetida por centenas de blogs, fóruns e sites de
notícias da Austrália à Índia, até aos EUA. Nenhum deles tinha, de fato, verificado a história
antes de hospedá-la novamente. Jackson nunca esteve em uma
fita pedidno álcool para as crianças. Nunca houve qualquer testemunho durante o
julgamento sobre garotos brasileiros. Ambas as alegações foram facilmente
refutada por transcrições do julgamento.
Como um relativo perito em Jackson, também não tinha
conhecimento de qualquer músico alguma
vez deixar a turnê do cantor no meio do caminho. Então, quando eu sentei, há duas semanas,
para uma entrevista com a guitarrista
que trabalhou com jacjson por muito tempo, Jennifer
Batten, corri a história por ela.
Ela
me disse que nenhum músico alguma vez saiu de uma turnê de Jackson. Dois
músicos haviam sido demitidos, mas ambos foram dispensados antes do show pegar a estrada, de modo que eles não
poderiam ter testemunhado coisa alguma coisa acontecendo dentro de hotéis.
Quando Sawf News publicou a refutação de Batten,
observei um fenômeno muito familiar. Embora a história tenha aparecido no
Google News e ser apanhada de forma bastante rápida Examinador, ninguém parecia
disposto a tocá-la. Enquanto as especulações, e, por fim, as acusações sem
fundamento de Simmons tinham sido reproduzidas em todo o mundo, a refutação
perita de Batten foi suprimida.
Logo comecei
a receber e-mails de fãs de
Jackson me dizendo que eles estavam
enviando a história a cada rede
de notícias de celebridades que poderiam pensar, incluindo vários
dos quais publicaram as alegações
iniciais Simmons.
Mas mais do que 48 horas depois, digitando uma citação exata do discurso
de Simmons, um mecanismo de pesquisa
produziu quase 350 páginas. O número de agências
de notícias que hospedaram a refutação
de Batten? Três.
Esta não foi
a primeira vez que eu tive uma história sobre Jackson suprimida. Depois do
suicídio de Evan Chandler, em novembro de 2009, fui contatado pelo Sun, que me pediu
para fornecer informações sobre as alegações de 1993. Passei algum tempo
compilando minha pesquisa, aconselhando o jornal sobre mitos comuns e como
evitá-los, tendo o cuidado de colocar as fontes de todos os meus fatos a partir
de documentos legais e prova áudio / visual.
Quando li o artigo acabado, fiquei chocado ao descobrir que todas as minhas informações
foram descartadas e substituídas com todos os mitos que eu
os tinha aconselhado a evitar.
Alertei o pessoal para as imprecisões, mas os meus e-mails não foram respondidos. As mesmas imprecisões apareceram
em cada artigo que li sobre
o suicídio.
O mesmo
preconceito se manifestou no mês seguinte, quando o arquivo do FBI sobre Jackson
foi lançado. Através de mais de 300 páginas de informações, não havia um pedaço
de provas incriminatórias, não foi assim que a mídia relatou.
Um vídeo apreendido na alfândega, em West Palm Beach, e
analisado por pornografia infantil foi repetidamente referido como pertencente a Jackson. Na verdade, os arquivos declarram apenas que
a fita foi 'conectada' a Jackson e que a conexão pareceu ser, simplesmente, que alguém tinha escrito o nome
dele na etiqueta adesiva.
Em outro
documento, o FBI registrou um telefonema de um informante, alegando que a
agência havia investigado Jackson durante a década de 1980 por molestar dois
meninos mexicanos. Os arquivos não fazem nenhuma outra menção sobre a suposta
investigação e não foi atribuída nenhuma validade á alegação, a ligação foi
apenas anotada. Mas a mídia, insistentemente, referiu-se às alegações sem
suporte de informante anônimo como se fossem conclusões de próprio FBI.
Os arquivos do FBI sobre Jackson FBI apoiaram, maciçamente, a inocência dele, mas o seu conteúdo
foi rotineiramente manipulado para dar a impressão oposta.
Muitos são
rápidos em zombar, quando fãs de Jackson falam de uma conspiração da mídia para
destruir a reputação da estrela, eu costumava zombar deles. Como um membro da
indústria, prefiro não pensar nisso como sinistro e conspiratório, mas acho que
é cada vez mais difícil de explicar o preconceito com o qual Jackson é tratado.
Gostaria de
saber se o problema é o orgulho. Quando as alegações de 1993 surgiram, a grande
maioria das informações disponíveis foi lançada, oficialmente ou não, pela
acusação. Jackson, por sua vez, manteve-se caracteristicamente em silêncio.
Talvez porque
a versão da promotoria sobre eventos tenha sido quase completamente não
discutida, (embora eu imagine que o drama e as vendas de jornais tinham algo a
ver com isso, também), os meios de comunicação, principalmente, escolheram
retratar Jackson como culpado.
Mas quando os fatos começaram a
surgir, tornou-se cada vez mais evidente que o caso era cheio de buracos. As alegações não foram
instigadas pelo menino, mas por seu pai, que havia
exigido um acordo sobre um
roteiro de Jackson, antes de ele
ir à polícia. Ele aparece em uma
fita conpirando para destruir a carreira de Jackson e dispensa o bem-estar do filho dele como "irrelevante".
Ainda, o menino disse aos policiais
que Jackson era circuncidado, mas
uma busca policial no corpo dele concluiu que ele não era.
Embora a
inocência de Jackson parecesse cada vez mais provável, a maioria das redes de
notícias tinha feito a cama delas, e, até hoje, elas não parecem dispostas a
fazer qualquer coisa, além de deitar nela.
Seja qual for a motivação, seja o orgulho, o lucro ou o velho e conhecido rcismo, o preconceito contra Jackson é inegável. A supressão dos comentários de Batten prova, mais uma vez, que quando se trata de Jackson a mídia está interessada não na verdade ou razão, mas na negatividade e sensacionalismo.
Batten
acompanhou Jackson em todas as três de das turnês mundiais dele e era conhecida,
por uma década, como “a mulher à direita dele”. Mas Simmons – que confessou não
conhecer Jackson – recebeu mais de 100 vezes mais cobertura da mídia pela
avaliação imprecisa dele do que Batten recebeu pela sua experiência em primeira
mão dela.
É hora de a
imprensa assumir a responsabilidade pelo próprio conteúdo. Sites não devem
hospedar as histórias de outros editores novamente, a menos que elas possam
estar completamente certas de que o conteúdo é factual. Mesmo que a mídia se
recuse a imprimir a verdade sobre Jackson, eles deveriam se comprometer a não
imprimir as mentiras também. Dessa forma, pelo menos, ele pode descansar em
paz.
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