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Tio Ray e o famigerado livro All That Glitters

 

Vendeta de Evan contra Michael: Entra Ray Chandler
 
 
Por vindicatemj e David Edwards
Fonte: vindatemj.wordpress.com
Traduzido por Daniela Ferreira
 
 
Depois de dar uma olhar para o acordo entre as Chandlers e Michael Jackson, é interessante ver o quão bem ele foi observado por ambas as partes.
Assim que os Chandlers concordaram em não arruinar a vida de Michael com quaisquer outras notícias (a graça que custou a Michael ou a companhia de seguros dele, cerca de 15 milhões de dólares) Evan Chandler e o irmão dele, Ray Chandler, imediatamente começaram a procurar uma oportunidade para quebrar esse acordo. Como Ray considerou que ele não estivesse vinculado ao acordo, começou as negociações sobre a publicação da versão dele sobre a saga de Jordan.
Eu me pergunto por que Ray não estava vinculado pelo acordo. Não é estranho que os advogados de Michael tenham incluido lá quase todos à vista, mas negligenciado parentes imediatos de Evan - seu irmão Ray? O irmão, no entanto, ainda pode ser considerado como um "representante" da família, por isso quem sabe como o tribunal de arbitragem teria encarado o caso, se ele nunca chegou a uma disputa?
Você vai se lembrar de que a soma do acordo era para ser pago integralmente em qualquer caso – mesmo que o contrato fosse quebrado –, mas ainda havia o perigo de que Michael pudesse tomar algum dinheiro de volta se o tribunal arbitral decidisse em favor dele. No entanto, apesar de uma possível reivindicação do lado de Michael, o desejo dos Chandlers em quebrar o acordo era simplesmente demasiado forte para ser superado, por isso aqui vai...
A história que Ray Chandler disse a várias editoras aponta claramente para Evan Chandler como sendo parte do projeto. Uma editora americana, Judith Regan, diz que ela foi abordada por Ray Chandler, dentro de dias, após a família resolver o caso:
“Eu recebi um telefonema do tio da Jordan. Ele queria fazer um livro no qual ele descrevia, em detalhes, a alegação de abuso sexual contra Michael Jackson. Então eu perguntei como ele se propôs a fazer isso dado o fato de que os Chandlers tinham realmente assinado um acordo de confidencialidade e levados $ 20milhões. (15.3 milhões de dólares, para ser exato). E ele disse que o pai de Jordan lhe tinha dado todas as informações que precisava para o livro e ele acreditava que estava fora dos limites do acordo de confidencialidade, porque ele seria o autor. Na época, eu tinha a impressão de que os Chandlers foram oportunistas descarados e considerei toda a proposta feita pelo tio desagradável. Eles entram em um acordo de confidencialidade e antes que a tinta secasse estavam procurando por um negócio que violaria aquele acordo?”
Na verdade, primeiro eles assinaram um acordo e roubaram o dinheiro. E no momento seguinte eles o violaram, sem sequer pestanejar?
 Bem, seja o que for que cada um de nós pense das razões para a assinatura do acordo, uma violação grosseira das obrigações ocorreu lá e a maneira fácil como foi feita fala muito sobre o belo caráter de Evan Chandler, o comportamento dele é de inegável intergridade, não?
Um dos passos dos Chandlers foi refutar o artigode de Mary Fischer “Was Michael Framed?”, que foi publicado originalmente pela revista GQ, em outubro de 1994. A “refutação” foi publicada em um site de Haters, onde se referiam a ele como um “argumento convincente de que o artigo de M. Fischer na melhor das hipóteses é extremamente desleixado e, na pior, intencionalmente falso”.
O autor do artigo anti-Fischer é, provavelmente, Ray Chandler, pois a pessoa que escreveu, muitas vezes refere-se ao livro “All That Glitters”, a obra dele.
No entanto, esta é uma suposição apenas, pois o nome exato do autor, a fonte de onde o artigo vem, e a data em que foi publicado estão envolto em algum mistério. A data de outubro de 1994, no título, na verdade, refere-se ao artigo de Mary Fischer, e é, evidentemente, colocada ali de propósito para direcionar os leitores interessado no real artigo de Mary Fischer para um falso, escrito por Ray Chandler, que ele chama de a “réplica” dele.
Dar, assim o mesmo título e data para o artigo é apenas um truque de marketing por parte do autor, com o intuito de confundir os leitores – eles procuram por uma coisa e encontram outra, e em vez do artigo de Mary, deparam-se com algo que é totalment o oposto. E é essa pessoa que emprega tais truques sujos que tem a intenção de refutar o artigo de Mary Fischer como intencionalmente falso? Está bem...
A chamada refutação foi, naturalmente, escrita muito mais tarde, pois o autor lá se refere ao livro “All That Glitters”, que somente foi publicado em setembro de 2004. Ele também falsamente alega que no mesmo mês, Mary Fischer teve “uma mudança de coração” e pediu que o artigo dela fosse removido.
Bem, em primeiro lugar, ela não teve uma “mudança de coração”, pois recentemente ela permitiu que o artigo dela fosse reimpresso em AboveTopSecret.com (eu vi o consentimento dela com meus próprios olhos lá), e, em segundo lugar, seria bom se o autor do artigo deixasse de contar mentiras e fazer truques sujos para chamar a atenção para a estória dele. Ou ele pensa que é através de mentiras que a verdade deve ser dita?
Nota da tradutora: Mary Fisher, recentmente lançou o artigo como um livro, que se encontra à venda no amazon.com, daí você percebe como Ray Chandler era dado á verdade...
Seja qual for o caso, vamos ver o que esse um tanto misterioso e astuto autor tem a dizer. O artigo dele é uma massa bem estruturada de detalhes, em que as questões importantes (Jason Francia) e sem importância (o número de scripts que Evan Chandler escreveu) são misturados para criar a impressão geral de que uma pesquisa séria foi feita, sem que um único detalhe tenha sido esquecido ou não analisado.
A ideia principal do artigo é tentar provar que não era extorsão e substituir isso pela ideia de que as partes estavam envolvidas em negociações usuais para todos os acordos fora dos tribunais.
Enquanto percorria as 22 páginas dos inumeráveis e desnecessários detalhes, eu procurei uma resposta para uma pergunta que é realmente crucial para a questão e resolveria isto de uma vez por todas: Quem foi o primeiro a sugerir a liquidação financeira?
Se foi Michael quem ofereceu o dinheiro, isso poderia dar alguns motivos para pensar que ele era realmente quem estava “comprando o silêncio dos Chandlers”, mas se foi os Chandlers os primeiros a exigí-lo, isso apontaria para uma direção totalmente diferente...
O assunto não ficou muito claro, especialmente porque o artigo vagamente dá a entender que foi “Pellicano que sugeriu o acordo para o filme”. Então eu realmente não esperava encontrar uma resposta para minha pergunta neste artigo especial e fiquei agradavelmente surpresa quando eu encontrei. O que é ainda mais precioso sobre isso é que a informação é de primeira mão, vem da fonte original (Ray ou, provavelmente, do próprio Evan Chandler).
Após aproximadamente 12 páginas duelando nisto e, finalmente, o autor pergunta à Mary Fischer em uma maneira um tanto desafiadora “então, quando a extorsão ocorreu?”, e responde à pergunta dois parágrafos adiante: “após o encontro em Westwood Marquis, em 4 de agosto de 1993, entre Evan, Jordan, Michael e Pellicano terminar sem resolução, Pellicano encontrou-se no escritório de Barry Rothman, mais tarde, naquele dia, momento em que Rothman fez uma exigência de US $ 20 milhões”.
“Rothman fez uma exigência de US $ 20 milhões”!
Portanto foi Rothman! E assim, consequentemente, Evan Chandler, quem levantou a questão de dinheiro! E até mesmo “exigiu” isso, como o autor colocou. Graças a Deus Michael não tinha nada a ver com isso...
No entanto, o autor, evidentemente, não percebeu o que ele acabou de dizer e está a tentar provar o ponto de que a coisa toda não era nada além de negociações:
• “Pellicano não rejeitou a demanda de 20 milhões dólares definitivamente. Ele afirmou que iria conversar com o cliente dele e voltar para Rothman. A gravação que Pellicano fez de Rothman na secretária eletrônica revela que Pellicano fez uma contraproposta de US $ 1 milhão, em 09 de agosto, que foi rejeitada por Evan. Para punir Evan por argumentar com ele, Pellicano voltou com uma oferta de US$ 350.000 em 13 de agosto. Em 17 de agosto, como evidenciado pela gravação de Pellicano, os dois homens ainda estavam negociando.”
• “As negociações continuaram ao longo de um período de duas semanas e foram citadas por autoridades como apenas uma das razões pelas quais se concluiu que não havia ocorrido a extorsão. Outra razão foi que a polícia não ouviu nenhuma palavra de extorsão nas duas gravações oferecidas pelo campo de Jackson. Nem a imprensa.”
 
Agora eles estão falando sério? Que coisa ridícula de dizer! A polícia não ouviu as palavras exatas de extorsão e foi o que os impediu de ver a verdadeira natureza do projeto de Evan Chandler? Eu não sabia que a polícia era tão ingênua e precisava de alguém para mostrá-los como colocar dois e dois juntos...
O autor prossegue:
 
. “De acordo com a declaração oficial feita pela polícia de Los Angeles, a prova revelou que as partes estavam envolvidas em negociações legítimas para resolver ações judiciais fora dos tribunais – algo que a lei incentiva, o porta-voz da polícia disse”.
Concordo que tais negociações podem, por vezes, ser legítimas e que a lei pode até incentivar tais coisas. Por exemplo, se o acusado de qualquer delito oferece dinheiro por próprio e livre arbítrio. Mas tendo os braços dele torcidos da forma como foi feito neste particular caso, adiciona uma dimensão totalmente diferente a toda a história! Não é de admirar que o autor tanha dedicado apenas meia página das 22 da narração dele a essa questão crucial, mas incômoda. Ele claramente se sente desconfortável com isso.
O fato de que Michael não ofereceu nenhum dinheiro, ele mesmo, e de que era totalmente contra a qualquer pagamento aos Chandlers e não fez acordo quando ainda era possível evitar todo o horror de uma investigação criminal e o assédio da imprensa é prova suficiente de que ele não se sintia culpado de qualquer delito e estava enfrentando o futuro com uma esperança de obter um tratamento justo e alguma justiça, mesmo que viesse um processo penal contra ele.
O que é mais interessante sobre o artigo de Chandler?
 
• Diz e repete, pelo menos duas vezes, uma mentira ultrajante de que o menino deu uma “descrição precisa dos sinais distintivos na genitália de Michael”, embora o autor saiba que, com certeza, tanto em 1994, 2005 ou qualquer que seja o ano do artigo, é uma mentira completa e que a descrição e fotos eram tão semelhantes e “correspondiam” tanto quanto preto e branco são iguais.
 
Nota da tradutora: tanto a descrição não correspondia que Larry Feldman, advogado dos Chandlers, pediu que as fotos fossem retiras do processo!
 
• O autor também alega que havia pornografia infantil encontrada na casa de Jackson, o que é uma coisa completamente ridícula de se dizer. Se tivesse sido dessa maneira este fato por si só teria sido suficiente para indiciar Michael, julgá-lo e colocá-lo na cadeia, (sem que as acusações dos Chandlers fossem necessárias), pois manter a pornografia infantil é um crime por si só.
• O artigo também diz que um dos guarda-costas alegou que Michael tinha lhe odado ordens para destruir a imagem de um menino nu, que foi gravada no espelho do banheiro particular dele. Eu por acaso vim a saber que o nome desse guarda-costas era Leroy Thomas, que contou essa mentira de forma imprudente e até mesmo se submeteu a um teste de polígrafo para provar isso.No livro “The King Of Pop Darkest Hour” Lisa Campbell diz que “os resultados mostraram que ele foi sincero em algumas perguntas, mas ele falhou em outras questões, principalmente de que Michael havia pedido a ele para destruir uma foto de um menino nu” (essa foto nunca esteve lá, em primeiro lugar, não há que se falar na necessidade de destruí-la).
• O autor também refuta a história do amital sódico, que diz que a verdade foi extraída de Jordan junto com o dente dele. Essa refutação foi, porém, negada mais uma vez pelo próprio autor, que fez um relato completamente diferente da mesma situação no livro dele “All That Glitters”. Lá, ele diz que o menino foi colocado para dormir para ter o dente puxado para fora e quando ele acordou, a primeira  pergunta que o pai lhe fez  foi sobre o delito de Jackson contra  e foi a primeira vez que ele disse “sim”.
 
Nota da tradutora: Jordan também rlatou o ocorrido ao psiquiatra Ricahr Gardner.
 
Esta enumeração chata poderia continuar. É apenas a mistura usualmente tediosa de mentiras e meias-mentiras polvilhada com alguma verdade, para ser engolida, à noite, por um mediano leitor de tabloide...
O final da história é extremamente impressionante, embora se veja como a hipocrisia e a falsidade está escorrendo de cada palavra da estrondosa conclusão do autor:
De quando em quando, novamente, a história nos ensinou que uma imprensa livre e sem restrições é essencial para que uma sociedade democrática possa prosperar. Tão evidente foi isso para nossos Pais Fundadores que eles protegeram a imprensa na alteração da primeirenda à Constituição.
Desde aquela época, particularmente nos últimos anos, a Suprema Corte continuou a salvaguardar o papel vital da mídia, atribuindo a jornalistas o reforço da proteção por se recusar a revelar fontes e aumentando a imunidade de responsabilidade para relatar o que eles acreditavam ser a verdade, mesmo quando se tornaram falsas e difamatórias.
Bem, não parece que o  autor está praticamente nos avisando que o que acabamos de ler no artigo dele pode vir a ser “falso e difamatório” e não haverá ninguém a ser culpado por isso, pois este direito é garantido pelo Supremo Tribunal?
O artigo continua a falar sobre a responsabilidade de relatar a verdade, mas desde que isso não tem qualquer relação com este particular autor, nós devemos apenas deixar por isso mesmo.
Este é o link para o artigo original (não recomendado):
 
Eu incluí um trecho que fala sobre o uso de amital de sódio. Esta é a mais importante peça de informação para exonerar MJ daquelas acusações. Odiadores de MJ adoram usar a declaração de Jordie como “prova” irrefutável de que MJ é culpado, então temos que ter certeza de que podemos provar definitivamente que amital de sódio foi utilizado. Mesmo que, obviamente, nunca poderemos provar com 100% de precisão que foi utilizado (apenas Jordie e Dr. Torbiner poderiam fazer isso), o fato de que Jordie não conseguiu a descrição correta fala muito e erradica a “declaração” dele, encontrada no Smoking Gun.
Ray usa a mesma lógica enviesada que Diane Dimond usa no livro dela: porque o Dr. Torbiner não apresentou a documentação correta, então ele não poderia tê-lo usado. Também porque não há “nenhuma demanda” por amital sódico na rua, ele não poderia ter, eventualmente, ter obtido ilegalmente. Se é possível para Dr. Torbiner obter essas outras drogas e ilegalmente usá-las para fins não dentários (o que levou a UCLA a “pedir-lhe para deixar” o papel dele como professor assistente), então é certamente uma possibilidade para ele obter amital sódico sem o conhecimento da DEA. Talvez ele tenha pedido a outro médico sórdido que o obtivesse por ele?
Agora, Ray touxer um bom ponto, que é algo a que me referi em um post anterior. Por que tanto Evan ou Dr. Torbiner admitiram ou até mesmo implicaram que amital sódico foi utilizado? Minha teoria é apenas que, de alguma forma, o reporter (cujo nome é Henry Levin) descobriu isso, através de uma fonte próxima ao Evan, e então ele emboscou Evan com a pergunta, pegando-o desprevenido. Depois de ver a reportagem de Henry Levin, Mary Fisher foi ao Dr. Torbiner, e porque era quase um ano depois, ele provavelmente tinha uma memória difusa sobre o incidente (porque ele atendeu a muitas “chamadas de casa” para os pacientes dele, eu acho), e foi por isso que ele disse: “Se eu usei, foi para fins odontológicos”. Eu não sei, issoo é apenas minhas suspeitas! Ray também questiona quando ou se Henry Levin entrevistou Evan, que é o que eu quis saber também, devido ao acordo de confidencialidade a ser assinado em janeiro de 1994.
Em seguida, Ray passa a implicar que, já que os meios de comunicação não informaram essa “bombástica” evidência que ajudaria a exonerar MJ, então não deve ser verdade. Mas desde quando é que a mídia relata qualquer coisa que exonere MJ? Quanto à afirmação dele de que Evan & Dr. Torbiner não poderiam ter implantado as memórias, porque eles não tinham formação, bem, talvez alguém mais o tenha feito ao longo de um período de vários dias ou semanas, ou talvez eles realmente tivessem algum tipo de treinamento.
Lembre-se, de acordo com o psiquoatra Resnick, basta que se façam perguntas de uma forma não neutras (ou seja, questões induzitivas) para que as “lembranças” sejam implantadas. Evan disse que havia pessoas “em determinadas posições”, que estavam esperando pela “chamada” dele, portanto, talvez ele tivesse algum tipo de assistência.
 
Nota da tradutora: Vale lembrar, também, que após a extração de dente com o uso do amital sódico, Jordan foi levado ao psiquiatra Mathis Abrams para uma sessão de cerca de quatro horas. Mathis Abrams tinha treinamento suficiente para reforçar as falsas lembranças, o que não seria difícil, uma vez que Jordan já estava altamente sugestionável, pois a mital leva a pessoa a acreditar piamente no que não passa de imaginação.
Aqui você encontra um artigo sobre a produção de memórias. E aqui você tem outro. E mais este sobre o uso de amital. E este excelente artigo do psiquitra August Piper sobre “soros da verdade”. Se não basta leia este e veja o que amital pode causar. Ah, sim, eles o usaram em Jordan. E você também pode ler sobre como crianças são levadas, facilmente, a acreditar no que nunca aconteceu nesta série de artigos.
 Ray inssite que não há nenhuma maneira de que essas memórias pudessem ter sido implantadas, porque Jordie enganaria muitos policiais, terapeutas, etc. Mas toda a questão da implantação de falsas memórias é fazer com que a vítima acredite que são verdadeiras e, posteriormente, todo mundo vai acreditar nelas também! Olhe para os outros casos em que pessoas foram hipnotizadas com amital sódico e outros métodos e colocaram os “autores” atrás das grades.
Ray, então, usa a descrição que Pellicano fez de Jordie na reunião deles, para dizer que Jordie não poderia ter sofrido uma lavagem cerebral. Mas lembre-se, Evan disse a Jordie que ele nunca iria contar a ninguém, assim Jordie poderia parecer embaraçado por Evan estar ameaçando MJ com essas alegações, não que elas fossem verdadeiras. Mesmo que fosse uma lavagem cerebral, ele ainda acreditava que Evan iria manter as acusações em segredo.
Por fim, Ray passa a vender a mesma mentira que Sneddon, Dimond, Orth, e tantas pessoas nos meios de comunicação têm dito há anos: a descrição de Jordie combinou! O que absolutamente me deixa perplexo quando as pessoas dizem isso, é que elas nunca explicam por que MJ não foi preso! O objetivo da busca foi determinar se havia uma correspondência, que teria sido a causa provável necessária para prendê-lo! Eles alegam que a descrição Jordie das manchas de vitiligo combinava, mas eles sempre IGNORAM a característica mais definidora do pênis de qualquer homem: MJ não era circuncidado!!!
Leia aqui, aqui e aqui o quão errada a descrição de Jordan estava.
 
No final do trecho, eu incluí uma nota de rodapé sobre o Dr. Torbiner se recusar a reconhecer o que ele disse ou não disser a Fischer, citando privilégios médico-paciente. Tenho certeza que se Fischer tivesse mentido sobre o que ela afirma que o Dr. Torbiner disse a ela, ele teria tomado medidas legais logo após o artigo ser lançado em 1994. O silêncio dele é um tácito reconhecimento de que ele realmente disso a ela, em minha opinião!
Bem, eu incluí um link para a refutação inteira. Eu só queria ficar com o tópico mais importante, mas você está livre para olhar para ele e ver se há alguma coisa que você quer refutar. Não importa o que Ray, Orth, Dimond, ou qualquer outra pessoa diz, nós fãs de MJ temos estes fatos do nosso lado que haters precisam abordar antes que eles chamem de MJ culpado:
1. O Chandlers reconheceram, eles prórpios, que se MJ tivesse pago os $ 20 milhões em agosto de 1993, eles não teriam notificado as autoridades sobre “abuso sexual” contra Jordie. (ATG página 128).
2. A descrição de Jordie não corresponde. Ponto

3. A seguradora de MJ negociou e pagou pela liquidação de $ 20 milhões, (na verdade 15.3 milhões) sem a aprovação dele, e o acordo não impedia que os Chandlers depusessem no tribunal criminal. E não há nenhuma garantia de que MJ teria sido indiciado mesmo que eles cooperassem com as autoridades.
4. Em julho de 2009, Judith Regan reconheceu que Ray Chandler propôs a ela um contrato para um livro contando “o lado dele da história”, logo depois que o acordo de confidencialidade foi assinado, e ela os descreveu como “oportunistas descarados”. E Evan também ajudou Victor Gutiérre escrever “MJ Was My Lover”!
5. Jordie legalmente emancipou-se em algum momento entre 1994 e 1996, o que é muito suspeito. Ele voltou a ter contato com Evan em algum momento de 2005, e Evan quase o matou em agosto de 2005.
6. Em 1996, Evan processou MJ, Lisa Marie Presley, ABC News, e a Sony por US $ 60 milhões de dólares, e o direito a gravar um álbum refutação chamado “EVANstory”. Ele não queria a atenção da mídia por depor em um tribunal contra MJ, mas queria gravar um álbum louvo? Você está falando sério?
7. Jordie, Evan e Ray se recusaram a testemunhar contra MJ em tribunal, e o depoimento de June foi cheio de mentiras. Ela alegou que não tinha conhecimento de que Dave Schwartz tinha US $ 5 milhões em dívidas, quando Ray disse que não só ela sabia, mas ela pediu a MJ $ 4 milhões emprestados. Ela também disse que não processou MJ, quando o nome dela está em todo aquele processo.
8. Jordie disse ao FBI, em 2004, que iria tomar medidas legais contra Sneddon, se ele fosse intimado. Por que ele tinha tanto medo de ser interrogado? Era por que Mesereau tinha testemunhas que iriam desmascará-lo?
Para o artigo de Mary Fisher clique:
 
 
Devamını oku...

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Michael Jackson Foi Vítima de Conspiração" 3º parte

Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? Terceira Parte

Título original: "Was Michael Jackson Framed?"


Por Mary Fischer


Fonte: GQ Magazine, 1994


Créditos a MJ Beats


Traduzido por Ghost


Revisado por Niemand

A natureza da conduta profissional de Torbiner parece tê-la tornado muito bem sucedida. "Ele se gaba de ter US$ 100,00 em despesas e US$ 40.000 de lucro por mês", diz Nylla Jones, uma ex-paciente. Torbiner não tem um consultório para atender os pacientes, mas ele viaja para vários consultórios em torno da cidade, onde ele administra anestesia durante os procedimentos.

Esta revista (GQ) tomou conhecimento de que o Conselho Nacional de Administração de Medicamentos está sondando um outro aspecto da conduta profissional de Torbiner: Ele faz visitas domésticas para administrar drogas - principalmente Morfina e Demerol - não apenas no pós-operatório para seus pacientes odontológicos, mas também, ao que parece, a aqueles que sofrem de dor cuja origem não tem nada a ver com algum procedimento odontológico. Ele chega à casa de seus clientes - alguns deles celebridades – com um tipo de caixa de pesca que contém drogas e seringas. Ao mesmo tempo, na placa de seu Jaguar se lê "SLPYDOC" [nota da revisora: corruptela de “sleepy doctor”, algo como, “doutor de quem está com sono”]. Segundo Jones, Torbiner cobra US$ 350,00 para uma visita básica de dez a vinte minutos. No que Jones descreve como prática padrão, quando não está claro quanto tempo será necessário que Torbiner fique, o cliente, antecipando o estupor que logo chegará, deixa um cheque em branco para que Torbiner preencha com a quantia adequada.

Torbiner nem sempre foi bem sucedido. Em 1989, ele foi pego em uma mentira e foi convidado a se retirar da UCLA, onde ele era um professor assistente na Faculdade de Odontologia. Torbiner pediu para ter um meio-dia de folga para que ele pudesse celebrar um feriado religioso, mas, em vez disso, foi encontrado mais tarde trabalhando em um consultório odontológico.

Uma análise das credenciais de Torbiner com o Conselho de Examinadores Odontológicos indica que ele está restrito por lei à administração de medicamentos exclusivamente relacionados a procedimentos odontológicos. Mas há provas claras de que ele não tem honrado essas limitações. Na verdade, pelo menos em oito ocasiões, Torbiner administrou um anestésico geral em Barry Rothman, durante procedimentos de transplante de cabelo. Embora normalmente uma anestesia local seja aplicada no couro cabeludo, "Barry tem tanto medo de dor", diz o Dr. James De Yarman, médico de San Diego que realizou os transplantes em Rothman, "que [ele] queria apagar completamente." De Yarman disse que ficou "espantado" ao saber que Torbiner é um dentista, tendo pensado o tempo todo que ele era um médico.

Em outra ocasião, Torbiner foi até a casa de Nylla Jones, segundo ela, e aplicou nela Demerol para ajudar a aliviar a dor que ela sentia após fazer uma cirurgia de apêndice.

Em 16 de agosto, três dias depois de Chandler e Rothman terem recusado o acordo para um roteiro de US$350.000,00 a situação chegou ao seu limite. Em nome de June Chandler Schwartz, Michael Freeman comunicou a Rothman que entraria com uma ação na manhã seguinte para forçar Chandler a devolver o menino. Reagindo rapidamente, Chandler levou seu filho até Mathis Abrams, o psiquiatra que enviou a Rothman sua avaliação da situação hipotética de abuso sexual infantil. Durante uma sessão de três horas, o rapaz alegou que Jackson havia tido relação sexual com ele. Ele falou de masturbação, beijos, carícias dos mamilos e sexo oral.

O próximo passo era inevitável. Abrams, que é obrigado por lei a relatar qualquer acusação para as autoridades, ligou para uma assistente social do Departamento de Serviços para Crianças, que por sua vez, contatou a polícia. A investigação completa de Michael Jackson estava prestes a começar.

Cinco dias depois de Abrams ligar para as autoridades, a mídia ficou sabendo da investigação. Na manhã de domingo, 22 de agosto, Don Ray, jornalista free-lance em Burbank, estava dormindo quando seu telefone tocou. O autor da chamada, um de seus informantes, disse que tinham sido emitidos mandados de busca para o rancho e o condomínio de Jackson. Ray vendeu a história para a KNBC LA-TV, que deu o furo de reportagem às 4 da tarde do dia seguinte.

Depois disso, Ray "assistiu esta história ir longe, como um trem de carga", diz ele. Dentro de vinte e quatro horas, Jackson foi o assunto principal em setenta e três noticiários só na área de Los Angeles e estava na primeira página de todos os jornais britânicos. A história de Michael Jackson e o garoto de 13 anos se tornou um frenesi de exageros e rumores infundados, com a linha que separa a imprensa séria dos tabloide praticamente eliminada.

A extensão das alegações contra Jackson não foram conhecidas até 25 de agosto. Uma pessoa de dentro do Departamento de Serviços para a Criança ilegalmente vazou uma cópia do relato de abuso para Diane Dimond do Hard Copy [nota do tradutor: Programa de notícias tabloidianas dos EUA]. Poucas horas depois, o escritório de uma agência de notícias britânica em Los Angeles também obteve o relato e começou a vender cópias para qualquer repórter disposto a pagar US$ 750,00. No dia seguinte, o mundo todo conhecia os detalhes explícitos contidos no relato. "Enquanto estavam deitados um ao lado do outro na cama, Jackson colocou a mão dentro das calças [da criança]", escreveu a assistente social. A partir daí, a cobertura da imprensa logo demonstrou que valia tudo sobre Jackson.

“A concorrência entre as agências de notícias tornou-se tão acirrada”, diz o repórter da KNBC, Conan Nolan, que "as histórias não estavam sendo verificadas. Foi uma coisa muito infeliz." O The National Enquirer [nota da revisora: tablóide britânico] colocou vinte repórteres e editores no caso. Uma equipe bateu em 500 portas em Brentwood tentando encontrar Evan Chandler e seu filho. Utilizando os registros de propriedade, eles finalmente conseguiram, avistaram Chandler em sua Mercedes preta. “Ele não ficou feliz. Mas eu fiquei”, diz Andy O’Brien, fotógrafo de um tabloide.

Em seguida vieram os acusadores - ex-empregados de Jackson. Primeiro, Stella e Philippe Lemarque, ex-governantas de Jackson, tentaram vender sua história para os tabloides com a ajuda do intermediário Paul Barresi, uma ex-estrela pornô. Eles pediram meio milhão de dólares, mas acabaram vendendo uma entrevista ao The Globe da Grã-Bretanha por US$15.000,00. Os Quindoys, um casal filipino que havia trabalhado em Neverland, fizeram o mesmo. Quando o preço era de US$100.000,00, eles disseram que "a mão estava por cima da calça do garoto", Barresi disse a um produtor do Frontline, um programa de TV. "Assim que o preço subiu para US$500.000,00, a mão foi para dentro da calça. Então qual é, né?" A promotoria de Los Angeles concluiu que ambos os casais eram inúteis como testemunhas.

Depois vieram os guarda-costas. Pretendendo subir na carreira jornalística, Diane Dimond do Hard Copy disse ao Frontline no início de novembro do ano passado que seu programa era "honesto sobre este assunto. Nós não pagamos dinheiro por essa história toda". Mas duas semanas mais tarde, como revela um contrato do Hard Copy, o show estava negociando um pagamento de US$ 100.000,00 para cinco ex-seguranças de Jackson que estavam planejando entrar com um processo de US$ 10.000.000,00 alegando que foram demitidos injustamente.

No dia 1 de dezembro, com o acordo feito, dois dos seguranças apareceram no programa, eles haviam sido demitidos, Dimond disse aos telespectadores, porque "sabiam demais sobre a estranha relação de Michael Jackson com meninos". Na realidade, como seus depoimentos sob juramento três meses depois revelaram, era claro que eles nunca haviam realmente visto Jackson fazendo nada impróprio com o filho de Chandler ou com qualquer outra criança:

“Então você não sabe nada sobre o Sr. Jackson e o garoto, não é?” Perguntou um dos advogados de Jackson ao ex-segurança Morris Williams que estava sob juramento.

“Tudo o que eu sei é de documentos que contêm o juramento de outras pessoas”.

"Mas, além do que outra pessoa possa ter dito, você não tem conhecimento de primeira mão sobre o Sr. Jackson e [o menino], não é?"

“Correto”.

“Você já falou com alguma criança que disse a você que o Sr. Jackson fez algo inapropriado com ela?”

“Não.”

Quando questionado pelo advogado de Jackson sobre a origem de suas impressões, Williams respondeu:

"Só pelo que eu tenho ouvido nos meios de comunicação e pelo que eu vi com meus próprios olhos".

“OK. Esse é o ponto. Você nunca viu nada com seus próprios olhos, certo?”

“Certo, nada”.

(O processo dos seguranças, apresentado em Março de 1994, ainda estava pendente quando este artigo foi para a imprensa).

Nota: o caso foi encerrado em Julho de 1995.

Em seguida veio a empregada. Em 15 de dezembro, o Hard Copy apresentou "O doloroso segredo da empregada que arrumava o quarto”. Blanca Francia disse a Dimond e a outros repórteres que tinha visto Jackson nu tomando banhos de chuveiro e em banheiras de hidromassagem com garotos. Ela também disse a Dimond que havia testemunhado o seu próprio filho em posições comprometedoras com Jackson - uma alegação em que os grandes júris, aparentemente, nunca acreditaram.

Uma cópia do depoimento sob juramento de Francia revela que o Hard Copy lhe pagou US$20.000,00, e que Dimond tinha verificado as alegações dela, e teria descoberto que eram falsas. Interrogada por um advogado de Jackson, Francia admitiu que nunca havia realmente visto Jackson no chuveiro com ninguém nem o tinha visto nu com os meninos em sua banheira. Eles sempre estavam com suas roupas de banho, ela reconheceu.

A cobertura da imprensa, disse Michael Levine, um assessor de imprensa de Jackson, “seguiu uma visão proctologista do mundo. O Hard Copy foi repugnante. O tratamento vicioso e vil desse homem na mídia se deu por motivos egoístas. Mesmo que você nunca tenha comprado um álbum do Michael Jackson, você deve ficar preocupado. A sociedade é construída sobre alguns poucos pilares. Um deles é a verdade. Quando você abandona isso, você vai ladeira abaixo”.

A investigação de Jackson, que em Outubro de 1993 viria a envolver pelo menos doze detetives do Condado de Santa Barbara e de Los Angeles, foi instigada, em parte, pelas percepções de um psiquiatra, Mathis Abrams, que não era um especialista em matéria de abuso sexual infantil. Abrams, observou o relatório da assistente social da DCS, "sente que a criança está dizendo a verdade." Em uma era de queixas generalizadas e muitas vezes falsas de abuso sexual infantil, a polícia e os promotores têm dado grande importância para o testemunho de psiquiatras, terapeutas e assistentes sociais.

A polícia apreendeu a agenda telefônica de Jackson durante as buscas em suas residências, em agosto, e questionou quase trinta crianças e suas famílias. Alguns, como Wade Robson e Brett Barnes, disseram que eles haviam compartilhado a cama com Jackson, mas, como todos os outros, deram a mesma resposta – Jackson não havia feito nada de errado. "As evidências eram muito boas para nós", diz um advogado que trabalhou na defesa de Jackson. "O outro lado não tinha nada, a não ser uma boca grande".

Apesar das evidências insignificantes apoiando a sua convicção de que Jackson era culpado, a polícia intensificou os seus esforços. Dois oficiais voaram para as Filipinas para tentar conferir a história da "mão nas calças" contada pelos Quindoys, mas aparentemente decidiram que ela não tinha credibilidade. A polícia também empregou técnicas agressivas de investigação – o que, supostamente, incluía contar mentiras – para pressionar crianças a fazerem acusações contra Jackson. De acordo com vários pais que se queixaram a Bert Fields, oficiais afirmavam categoricamente que seus filhos haviam sido molestados, apesar das crianças negarem aos pais que qualquer coisa ruim tivesse acontecido. A polícia, Fields queixou-se em uma carta ao chefe de polícia de Los Angeles, Willie Williams, "também assusta os jovens com mentiras ultrajantes, como 'Temos fotos de você nu'. Não existe, é claro, foto nenhuma”. Um oficial, Federico Sicard, disse ao advogado Michael Freeman que ele havia mentido para as crianças que ele tinha entrevistado, dizendo-lhes que ele próprio tinha sido molestado quando criança, disse Freeman. Sicard não respondeu aos pedidos de entrevista para este artigo.


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"Michael Jackson Foi Vítima de Conspiração?" 4º parte

Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração? - Quarta Parte

Título original: "Was Michael Jackson Framed?"

Por Mary Fischer
Fonte: GQ Magazine, 1994
Créditos a MJ Beats
Traduzido por Ghost
Revisado por Niemand

O tempo todo, June Chandler Schwartz rejeitou as acusações que Chandler estava fazendo contra Jackson - até uma reunião com a polícia no final de agosto de 1993. Os oficiais Sicard e Rosibel Ferrufino fizeram uma declaração que começou a mudar sua mente. "[Os oficiais] admitiram que eles tinham apenas um menino", diz Freeman, que participou da reunião, "mas eles disseram: 'Estamos convencidos de que Michael Jackson molestou este menino porque ele se encaixa perfeitamente no perfil clássico de um pedófilo’".
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Mentiras da Memória Sincera


Mentiras da memória sincera

 

 

 

Traduzido por Daniela Ferreira para o blog The Untold Sode of The Story

 

 

 

Só nos Estados Unidos, são 3000 casos nos tribunais baseados no depoimento de gente que garante ter recuperado lembranças traumáticas. São acusações de estupros e abusos sexuais. Bom para a Justiça? Nem tanto. Muitas dessas recordações podem ser memórias imaginárias. E o acusador nem sabe que está mentindo.

Por Carlos Eduardo Lins da Silva, em Washington, e Lúcia Helena de Oliveira. 

Nos Estados Unidos, há em pendência na Justiça pelo menos 3000 processos ativados pela suposta recordação de lembranças reprimidas na infância. Claro que a recordação dos traumas é útil para o esclarecimento de uma série de crimes. Mas pode ser uma armadilha. À ciência cabe o papel importante de definir, nesses casos, o que é uma lembrança reprimida verdadeira, que acabou sendo recuperada, e o que é memória falsa implantada. Sim, porque às vezes um cidadão pode se lembrar com detalhes de um fato que nunca aconteceu. Aí o sujeito vai lá, diz a verdade (ele está sendo absolutamente fiel à sua memória), mas sem saber está contando uma mentira (a memória dele é que não é nem um pouco fiel à realidade).

Nunca se falou tanto de falsas memórias como agora nos Estados Unidos. Em maio do ano passado, na Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, dezenas de neurologistas, psiquiatras e biólogos se reuniram para discutir o problema de quem tem recordações mentirosas. As conclusões estão longe de ser definitivas. O conhecimento científico atual ainda não consegue determinar quando uma lembrança é falsa ou verdadeira. É necessário mais empenho para desvendar como o processo da memória funciona.

É bem verdade que já se sabe alguma coisa sobre os mecanismos de memorização. Sabe-se, assim, que, ao se guardar alguma coisa na memória, as células do cérebro mudam de comportamento. Podem enfraquecer, ou reforçar, os contatos que mantinham com outras células chamados sinapses.

 Com isso, surgem dois tipos de memória: a de curto prazo e a de longo prazo. A primeira é o tipo que se usa para guardar um número telefônico apenas para discá-lo em seguida, ele pode ser esquecido. Essa memória não altera a estrutura das sinapses. Já a memória de longo prazo, duradoura, provoca mudanças, aumentando a eficiência da transmissão de sinais entre as células cerebrais. 

Além disso, em cada um dos dois tipos, a memória se subdivide em duas formas: a implícita e a explícita. A implícita lida com o conhecimento inconsciente, com as habilidades motoras e de percepção. Por exemplo: um adulto só sai andando pelo mundo porque um dia, quando ainda era um bebê, aprendeu a caminhar e guardou esse conhecimento na memória implícita ele não tem consciência de que está se recordando desse aprendizado a cada um de seus passos. A memória implícita ou inconsciente é trabalhada em diversas áreas cerebrais, em especial numa delas, conhecida como amídala.

Já a memória explícita é processada numa região chamada hipocampo e depois vai para o córtex, a superfície cerebral que funciona como sede da consciência. Esse outro tipo de memória tem a ver com o conhecimento consciente de informações, pessoas, lugares o que você aprende na escola é guardado como memória explícita. 

Na prática, porém, as coisas não são tão fáceis de ser rotuladas, pois as diversas partes do cérebro comunicam entre si. A amídala e o hipocampo podem mandar mensagens um para o outro. Um exemplo: alguém se fere num acidente de carro em que a buzina dispara. Mais tarde, esse indivíduo pode vir a ter uma reação emocional sempre que ouvir aquele som. A lembrança do acidente é clara, porque foi guardada na memória explícita (no hipocampo). Mas, quem sabe, não exista a consciência de que a buzina estava tocando quando tudo aconteceu e que esse é o motivo do medo ou do susto, toda vez que escuta o seu barulho. Porque esse detalhe da buzina disparada ficou na memória implícita (na amídala). A memória sempre registra cada detalhe de uma cena qualquer, explica a psicóloga paulista Elisabete D. R. Pimentel. Mas só temos lembranças conscientes de parte deles. E o risco surge quando uma memória falsa é confundida com algo que foi recuperado do inconsciente.

Uma das razões pelas quais certas pessoas não se lembram de experiências traumáticas da infância é que a região cerebral do hipocampo, ligada à consciência, leva tempo para amadurecer e formar memórias acessíveis. A amídala amadurece mais cedo e armazena memórias implícitas (inconscientes) desses eventos. 

Os elementos registrados nessa memória inconsciente, traumáticos ou não, irão se expressar nas funções psíquicas e comportamentais do indivíduo, diz a psicóloga Elisabete Pimentel. Para a Psicanálise, algumas lembranças, em especial as dolorosas, podem ser mantidas no inconsciente por representarem uma ameaça. É um mecanismo de autopreservação, explica Elisabete. Pois, se não há um preparo para se ter consciência das informações reprimidas, a vivência delas é como um pesadelo insuportável. 

O médico vienense Sigmund Freud (1856-1936) foi o primeiro a se interessar pela paisagem nublada das memórias reprimidas, como dizia. Também foi pioneiro em descrever que o inconsciente pode embaralhar lembranças reprimidas e lembranças falsas, as fantasias, como mostra o filme de John Huston, Freud Além da Alma. 

Freud concordava que no momento em que a pessoa está pronta, essas memórias podem vir à tona, até de maneira espontânea. Foi o que aconteceu com o americano Frank Fitzpatrick, um corretor de seguros de 38 anos, que recordou ter sido molestado sexualmente pelo padre James Porter, trinta anos antes. A lembrança veio numa noite mal dormida, em que o som da respiração do próprio Fitzpatrick o fez reviver o arquejante sacerdote. O episódio do passado acabou sendo comprovado por depoimentos.

Em outro caso, a americana Eillen Franklin se lembrou que seu pai estuprou e assassinou uma amiga dela, vinte anos antes. A recordação veio quando sua sobrinha gesticulou como sua colega, ao tentar se defender dos golpes. Evidências materiais provaram que a lembrança era verdadeira e, em 1990, George Franklin, pai de Eillen, se tornou a primeira pessoa nos Estados Unidos condenada por uma acusação baseada em memória recuperada. O problema todo é que, às vezes, uma provável memória recuperada não passa de uma fantasia. 

O que acontece no cérebro quando as lembranças são reprimidas? Segundo um trabalho da neurologista Michela Gallagher, da Universidade da Carolina do Norte, em situações de pavor, o organismo despeja substâncias similares ao ópio na amídala cerebral. Chamadas opiáceos endógenos, elas enfraqueceriam o processo de memorização, aparentemente para reduzir o medo e a dor. A lembrança fica, então, atenuada na amídala e, com isso, diminui também a sua transmissão para o hipocampo, ou seja, para a consciência. 

Mas o acontecimento aterrorizante, que não chega a se transformar em memória explícita, pode permanecer como memória implícita associada a alguma sensação física ou a gestos que, mais tarde, quando experimentas de novo, desencadeiam a recuperação das lembranças (veja ilustração acima). Eis porque memórias reprimidas podem se tornar nítidas de uma hora para outra. 

Às vezes, porém, a situação recordada com nitidez impressionante não passa de uma memória implantada fenômeno para o qual os cientistas começam a encontrar explicações. Em maio do ano passado, Gary Ramona obteve a primeira condenação de psicólogos, nos Estados Unidos, acusados de implantar memórias. Os terapeutas tiveram de pagar 500 000 dólares a Ramona, por terem induzido sua filha, Holly, a lembrar de supostos abusos sexuais praticados por ele, seu pai, quando ela era criança. Ramona provou que os incidentes alegados nunca ocorreram. 

Segundo o pesquisador Stephen Kosslyn, da Universidade Harvard, a mesma área cerebral que percebe uma imagem captada pelo olho e a armazena na forma de memória também se encarrega daquilo que imaginamos como o rosto de uma pessoa que ainda não conhecemos, mas que foi descrito por alguém. Trata-se da chamada região temporal mediana. Talvez, especula Kosslyn, o fato de visões reais e visões imaginárias serem guardadas no mesmo canto cerebral possa provocar confusões. Então, se perderia a noção daquilo que verdadeiramente foi visto e o que foi imaginado (veja ilustração acima). Alguns estudos recentes mostram que é possível implantar memórias com assustadora facilidade. Especialmente em crianças. Experiências com meninos em idade pré-escolar mostram que eles tendem a relatar como fatos verdadeiros histórias que lhe foram sugeridas por seus entrevistadores. A repetição de perguntas sobre eventos irreais leva as crianças a acreditarem que tudo é real.  

Elizabeth Loftus, da Universidade de Washington, implantou memórias em adultos normais, entre 18 e 63 anos de idade. Quando a mentira era sugerida por pais e amigos próximos desses voluntários, o enxerto de memórias foi mais rápido. É ainda mais fácil implantar memórias quando a pessoa está sob o efeito de hipnose ou de drogas como o sódio amital e o sódio pentotal, conhecidos por soros da verdade. Embora essas substâncias sejam desaconselhadas pela Associação Médica Americana, muitos psicólogos ainda as empregam nas sessões de análises.

O perigo é óbvio. As vidas de pessoas respeitáveis podem ser destruídas. O cardeal de Chicago, Joseph Bernadin, passou três meses sob suspeição no início do ano passado. Um homem de 34 anos disse ter sido violentado por Bernadin, 17 anos antes. Depois, o mesmo homem retirou a acusação, afirmando que tinha se enganado. Achar que os processos baseados em memória sempre envolvam esse tipo de engano é um erro. Corre-se o risco de não levar em conta as memórias reprimidas, permitindo que crimes fiquem impunes. O próprio cardeal Bernadin alertou para essa possibilidade, depois de ter se livrado do problema.

 



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