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Sinto Muito


Sinto Muito

 

Um muito atrasado pedido de desculpas de um os acusadores no notável caso da Pré-Escola McMartin

 Los Angeles Times Magazine/ 30 de outubro de 2005
By Kyle Zirpolo, como contado a Debbie Nathan

 

Traduzido por Daniela Ferreira

Nota da tradutora: O caso McMartin, assim, como muitos outros que se encontrar relatados neste blog demonstram como as autoridades são, muitas vezes, sedentas em obter um grande caso que são capazes de ignorar os fatos e aceitar as histórias mais absurdas e incongruente das crianças que elas mesmas forçaram a vir com acusações e como os demais envolvidos podem escolher por ficar cegos diante da mentiras óbvias.

 

Minha mão se divorciou do meu pai quando eu tinha 2 anos e conheceu meu padrasto, que era um policial em Manhattan Beach. Teles tiveram cinco filhos depois de mim. Além disso, meu padrasto tinha três filhos mais velhos. Na família combinada, eu sou a única das nove crianças que não tem pai. Eu sempre me lembro de o querer para me amar. Eu estava sempre tentando muito excessivamente agradá-lo. Eu faria qualquer coisa por ele.

Meus irmãos e irmãs postiços e meio irmãos e irmãs íamos a McMartin. Como eu. Eu apenas me lembro de estar feliz lá. Eu nunca tive nenhum sentimento ruim sobre a escola – sem auras ruins ou vibes ou qualquer coisa. Are estes ias. Falando sobre isso ou vendo fotos ou artesanato que eu fiz na McMartin nunca me traz nenhum sentimento ruim. Todas as minhas memórias são positivas.

A coisa que eu me lembro sobre o caso foi cidade e consumiu mossa família toda. Meus pais fariam perguntas: "Os professores alguma vez fizeram coisas a você?” Eles falavam sobre Ray Buckey, que eu nunca conheci. Eu nem mesmo tenho uma lembrança dele aparecendo na escolar quando eu estava indo lá.

A primeira vez que ei fui a CII (Children's Institute International), agora conhecido como Children's Institute, Inc., uma respeitável organização de bem estar infantil secular do Condado de L.A. onde aproximadamente 400 ex-crianças McMartin foram entrevistadas e submetidas a exame genital, e onde muitos foram diagnosticadas como vítimas de abuso, nós dirigimos até lá nossa família toda. Eu me lembro de esperar... por horas enquanto meus irmãos e irmãs eram entrevistados. Eu não me lembro de quando dias ou se foi apenas um dia, mas minhas memórias diz que foram semanas, parecia tempo de mais. Foi um ordel. Eu me de pensar comigo mesma, “Eu não sairei daqui até que eu diga a eles o que eles querem ouvir.”

Nós fomos examinados por um médico. Eu tirei minhas roupas e me deitei na mesa. Eles checaram minhas nádegas, meu pênis. Havia um quarto com muitos brinquedos e bichos de pelúcias e bonecas. As bonecas eram brancas como cera e tinham cabelo onde as partes íntimas são. Eles queriam que nós tirássemos a roupa delas. Isso era realmente muito esquisito.

Eu me lembro deles perguntando extremamente desconfortáveis perguntas sobre se Ray me tocou e sobre todos s professores e o que eles tinham feito – e eu me lembro de dizer a eles que nada acontece a mim. Eu me lembro de eles quase rinho e gargalhando dizendo: “Oh, nós sabemos que essas coisas aconteceram com você. Por que você simplesmente não vai em frente e nos conta? Use estas bonecas se você está com medo."

Toda vez que dava a eles uma resposta que eles não gostavam, eles me perguntariam novamente e me concordavam a da a eles a resposta que eles estavam procurando. Era muito óbvio o que eles queriam. Eu sei que este tipo de linguagem que eles usavam comigo: coisas como eu era esparto, ou poderia ajudar as outras crianças que estavam com medo.

Eu me sentia desconfortável e a pouco envergonhado que eu estivesse sendo desonesto. Mas ao mesmo tempo, sendo o tipo de pessoa que eu era, qualquer coisa que meus pais quisessem que eu fizesse, eu faria. E eu pensava que eles queriam que eu ajudasse a proteger meus irmãozinhos e irmãzinhas que iam a McMartin.

Mais tarde meus pais me perguntaram se os professores tiraram fotos e jogaram jogos conosco. Jogos como “Estrela de Cinema Nua”. Eu me lembro de minha mãe perguntando. Ela perguntaria de eles cantavam canções, e eu não sabia do que ela estava falando, então ela cantaria algo como: “Quem você? Você é a estrela de cinema nua". Eu tinha absoluta certeza da primeira vez que eu ouvi isso: da minha mãe. Depois que ela me perguntou uma centena de vezes, eu provavelmente disse sim, eu joguei esse jogo.

Meus pais estavam me encorajando muito quando eu disse que coisas aconteceram. Era quase como se dizer que coisas aconteceram fosse ajudar a colocar aquelas pessoas na prisão e impedi-las de fazer quaisquer coisas que elas estivessem tentando fazer com crianças. Também havia muitas crianças dizendo que coisas aconteceram. Você não seria acreditado se você não dissesse isso.

Eu me lembro de me sentir como se não escolher apenas escolhido alguém, eles me escolheram porque eu tinha uma boa memória do que eles queriam, e eles podiam confiar em mim para fazer um bom trabalho. Eu não acho que eles pensaram que eu estava dizendo a verdade, só que eu estava contando as mesmas histórias de forma consistente, fazendo o que precisava ser feito para que esses professores julgado culpado. Eu me senti especial. Importante.

Sempre parecia que eu estava pensando. Gostaria de ouvir o que os meus pais diriam se eles estavam falando, ou o que alguém iria dizer se estavam sendo interrogados na delegacia ou em qualquer lugar. E eu gostaria de repetir as coisas. Ou se não era uma história que eu ouvi, eu pensava em alguma coisa na minha cabeça. Eu tento pensar na pior coisa possível que seria prejudicial para uma criança. Lembro que uma vez eu disse que se você tivesse um corte, em vez de colocar um Band-Aid sobre ele, os professores McMartin iriam colocar sujeira, em seguida, colocar o Band-Aid sobre a sujeira. Isso era apenas alguma coisa na minha cabeça que era ruim. Eu só pensei nisso e disse [os investigadores].

Eu acho que peguei os detalhes satânicos retratando a nossa igreja. Fomos a American Martyrs, que era uma enorme igreja católica. Todos os domingos tinhamos que ir, e a Missa duraria uma hora, uma hora e meia. Nenhum de nós queria ir: era chutando e gritando todo o caminho. Sentado, em pé, sentado, em pé. O que gostaria de fazer era a imagem do altar, bancos e janelas de vidro colorido, e se [os investigadores] disseram: "Descreva um altar," Eu descreveria o de nossa igreja. Ou, em vez disso: "Havia um padre em um terno verde" alguém que era real, eu diria: "Um homem vestido de vermelho como um membro do culto." De ir à igreja você sabe que Deus é bom e o diabo é mau e tem chifres e é sobre o mal e vermelho e sangue. Eu tinha acabado de lançar um toque lá com Satanás e adorador do diabo.

Lembro-me de ir, em nossa van, com todos os meus irmãos e irmãs e dirigir aos aeroportos e casas e ser perguntado se haviamos sido [abusados] nesses lugares. Lembro-me de dizer às pessoas [que o professores McMartin] nos levou ao Mercado de Carne Harry, e descrevendo o que eu pensei que o mercado era. Eu nunca tinha estado lá antes, e eu tinha certeza que eu ia ficar em apuros peloo que eu estava dizendo, porque isso provavelmente não era preciso. Eu imaginei que alguém diria: "Eles não têm esse tipo de freezer lá." E eles disseram isso. Mas então, alguém disse: "Bem, eles poderiam ter mudado isso." Era como se tudo o que eu disse seria acreditado.

Os advogados tinham todas as minhas histórias escritas e sabiam exatamente o que eu tinha dito antes. Então eu sabia que teria que dizer essas coisas exatas de novo e não dizer nada diferente, caso contrário, saberiam que eu estava mentindo. Eu coloquei muita pressão em mim mesmo. À noite, na cama, eu iria pensar muito sobre as coisas que eu tinha dito no passado e tentar repetir apenas as coisas que eu sabia que eu tinha dito antes.

Lembro-me de descrever um aeroporto e Ray nos levando a algum lugar em um avião. Então eu percebi que os pais teriam sabido que as crianças foram embora da escola. Eu senti que era asneira e minha mentira tinha sido pega – eu fui pego! Eu estava tão chateado comigo mesmo! Lembro-me de cair no choro. Senti que todos sabiam que eu estava mentindo. Mas os meus pais disseram: "Você está indo bem. Não se preocupe." E todo mundo estava dizendo como eles estavam orgulhosos de mim, não se preocupe.

Não estou dizendo que não aconteceu nada a ninguém na Pré-escola McMartin. Eu posso dizer que – Eu apenas posso dizer por mim mesmo. Talvez algumas coisas aconteceram. Talvez algumas crianças comporam composta histórias sobre coisas que não aconteceram realmente, e, eventualmente, começaram a acreditar que elas estavam dizendo a verdade. Talvez alguns ficaram com medo que os professores iriam pegar os familiares delas, porque elas estavam mentindo. Mas eu nunca esqueci que eu estava mentindo.

Meu padrasto era um policial que tinha armas em casa. Eu me lembro de quando tudo isso estava descendo, ele foi colocado em uma licença no trabalho, porque ele estava sendo investigado por supostamente ameaçar a família McMartin. Ele foi inocentado da acusação dessa, aparentemente, não era verdade. Mas tendo apenas 9 anos de idade na época, eu pensei que o meu pai dizia que iria matar o McMartins. Então, na minha mente, eu percebi que ninguém da escola ia ousar mexer com ele, porque ele os teria machucado primeiro. Isso me fezme sentir seguro. Poderia ser uma razão pela qual eu nunca misturei realidade e fantasia e sempre soube que eu estava mentindo.

Mas a mentira realmente me incomodava. Uma noite especial ficou na minha mente. Eu tinha, talvez, 10 anos de idade e eu tentei dizer a minha mãe que nada tinha acontecido. Eu estava deitado na cama chorando histericamente, eu queria tirar isso do meu peito, para dizer a verdade. Minha mãe ficava me pedindo para dizera ela qual era o problema. Eu disse que ela nunca iria acreditar em mim. Ela insistiu: "Eu prometo que vou acreditar em você eu amo muito você. Diga-me o que está incomodando você!" Isso continuou por muito tempo: Eu disse que ela não iria acreditar em mim, e ela manteve assegurando-me que ela acreditaria. Lembro-me de, finalmente, dizer a ela: "Nada aconteceu! Nada me aconteceu naquela escola."

Ela não acreditou em mim.


Tivemos uma família altamente disfuncional. Nós discutíamos e brigávamos o tempo todo. Minha mãe sempre culpou tudo de negativo sobre a ideia de que fomos a pré-escola e fomos molestados. Ainda hoje, ela acredita que essas coisas aconteceram. Porque se não aconteceram, como ela pode explicar todos os problemas da família? Ainda hoje, eu não posso me abrir com ela sobre meus problemas pessoais. Ela está sempre me perguntando por que eu nunca faço. Aquela uma noite enviesou a nossa relação.

Uma vez que o caso acabou, tinha apenas acabado, era passado. Os réus foram libertados e foi isso. Os pais das crianças nunca perguntaram: "Por que eles eram inocentes? Por que eles foram incapazes de encontrar provas para condenar essas pessoas?"

Minha família não viu os filmes ou leram os livros que questionam a acusação. É como esqueletos em um armário que você simplesmente não quer ter de volta. Eu sou o único que sempre traz o tópico e que admite que nada me aconteceu. Eu disse que menti sobre tudo, mas eu nunca tive uma resposta real da minha mãe e do meu padrasto. Parece muito estranho, vendo a reação deles ao fato de que nada me aconteceu. Se eu tivesse passado a minha vida inteira pensando que meu filho foi molestado, eu ficaria contente ao descobrir que ele ou ela não foi. Eu gostaria de pensar que saber que seu filho não foi molestado substituiria tudo.  Afinal, tudo o que você tem é o seu dia seguinte. Seria uma vergonha viver o resto de sua vida pensando que abuso sexual aconteceu quando você poderia pensar que não.

McMartin é algo negativo na minha vida e eu estou tentando tornar isso positivo. Eu tenho dois filhos pequenos que eu amo muito – eles mudaram as prioridades na minha vida. Minha meta é criá-los da melhor forma que eu puder e tentar dar o exemplo. Eu quero ser totalmente honesto com eles, para dizer: "Isso é algo que aconteceu comigo. Fiz algo desonesto, então em algum momento eu fui capaz de ser honesto sobre isso". Eu quero que meus filhos sejam capazes de chegar a mim como eu gostaria de poder ter chegad aos meus pais.

Eu sou um gerente de supermercado, e a coisa que eu mais gosto no meu trabalho é a interação que tenho que ter com as crianças dos clientes. Adoro ouvi-las e falar como elas. Já me disseram que eu seria perfeito para abrir uma creche. Isso é muito irônico. Eu gostaria de olhar para os réus da Pré-Escola McMartin e dizer-lhes: "Eu sinto muito".
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