, , ,

Conspiracy, Capítulo 23 "One Day In Your Life"

“One Day In Your Life”





Michael vestia principalmente ternos pretos acentuados por coletes, todos os dias. As roupas dele feitas por fabricação incomum e sempre adornadas com botões de ouro. Às vezes, ele iluminava o traje dele com um medalhão de ouro, envolto pela gola da camisa; outras vezes, ele usava um ornamental cinto de ouro, reminiscências de tempos passados. Sempre havia uma braçadeira estampada combinando no terno dele, as quais ninguém parecia saber o significado, mas alguns pensavam que as braçadeiras eram para dar um look “militar”, indicando um sinal de posição, como um líder militar. Com certeza, a braçadeira tinha se tornado um jeito de Jackson se distinguir, uma forma de transmitir o status de pop star dele para o mundo.

Não que Jackson precisasse fazer nada de especial para atrair fãs. A mera presença dele causava turbilhão de excitamento que virava ritmo. Sempre que ele aparecia, as pessoas tocariam a música dele, alto. Alguns cantariam e imitariam o artista. Jackson criava uma intensidade no ar que fazia todo mundo se emocionar e aquela emoção era transmitida aos oficiais do xerife e para os opositores de Jackson, quer ele admitissem isso ou não.

Não importa o quão intensa foi a mídia, não importa quão barulhentos os fãs pareciam ser, Michael se transmitia bem, movendo-se com suavidade e com constante tranquilidade, particularmente ciente do escrutínio da mídia, bem consciente da imagem dele. Mesmo enfrentando sérias acusações criminais, Michael exalava um sentimento de júbilo que ele lutou para manter. A energia dele era inegável; e isso acendia as pessoas, de tal maneira, que muitos fãs de Michael não conseguiram controlar as explosões deles. Na ora mais sombria dele, os fãs não puderam ter o bastante de Jackson e ele não pôde resistir a eles.

Todavia, Tom Mesereau não queria que Jackson ficasse preso em nada que o distraísse. Mesereau não queria que Jackson fosse atraído pela adulação e música alta e fãs dançando todos em volta dele. Para manter Jackson no curso, o advogado de defesa fez questão de cumprimentar o pop star do lado de fora do tribunal todos os dias, afastando o ícone das câmeras e da fanfarra que seguia Michael diariamente.

Advogados anteriores tinham cometido o erro de permitir que Jackson desse festas luxuosas e conferências de imprensa, em Los Angeles, por permitir que Jackson viajasse em jatos particulares indo e voltando de Santa Maria, por permitir que Jackson fosse tão bombardeado por fãs que a estrela foi forçada a subir no capô da SUV para evitar ser esmagado, na audiência prévia. Mesereau sobre que a mídia tinha feito piada de tudo isso, descrevendo Jackson como alguém que estava fora da realidade, transformando o incidente da SUV em algo que não isso era; alegando que Jackson estava tentando se apresentar no capô do carro dele em frente ao tribunal. Mesereau também soube que os advogados anteriores de Jackson tinham um forte desejo de colocar os “próprios rostos” em frente às câmeras. Mesereau escutou de Randy sobre o antigo advogado de Michael, Mark Geragos, quem, supostamente, empurrou Randy Jackson para fora do caminho, logo depois do primeiro indiciamento. Aparentemente, Mark Geragos abriu o caminho dele até o lado de Michael, assim, ele pode estar lá para a “sessão de fotos”.

As pessoas não sabiam que Michael não estava feliz com advogados de “Hollywood”. As pessoas não sabiam que Tom Mesereau envolveu-se com o caso de Michael Jackson, porque Randy pessoalmente ligou para Johnnie Cochran no hospital para pedir o conselho de Johnnie. Foi Johnnie Cochran quem disse a Michael e Randy que Tom Mesereau era o homem que “faria o trabalho”.

Logo no início, quando Mesereau pegou o caso, ele acabou com todos os rumores, eliminando todos os “momentos Hollywood” e eliminou todas as pessoas que alimentavam a especulação da mídia. Isso incluía o pessoal da Nação Islã, que tinham se ligado a Jackson como parte de um séquito sempre crescente.

O advogado de defesa não via como festas e conferências de imprensa e badalações de Hollywood ajudariam Jackson a vencer um júri em Santa Maria, nem via como a Nação Islã serviria para ajudar Jackson vencer um julgamento criminal. Mais que tudo, Mesereau não queria que o julgamento se tornasse um espetáculo maior do que já era. Ele foi cuidadoso em manter a “questão racial” e todos os tipos de políticas, fora do contexto.

Mesereau se importava muito e desde o momento que ele se tornou o representante de Jackson, o advogado de defesa fez Michael entender que ele estava no negócio para ganhar. Mesereau não estava interessado em imprensa pessoal, em amigos na mídia, em festas de “grupos de apoio”, e toda aquela coisa sem sentido. Mesereau estava lá para lutar pela vida de Jackson. Ele acreditava de todo o coração que o superstar era vítima de falsas alegações.  Ele acreditava que se ele pudesse humanizar Jackson, despojá-lo de “Hollywood” e da “comitiva”, o júri de Santa Maria veria a verdade por si mesma. Para evitar que o julgamento se tornasse um circo, Mesereau apoiou a ordem de mordaça imposta pelo juiz Melville. Ele estava feliz porque a mídia não tinha acesso direto às testemunhas e peças chaves.

Dentro do tribunal, Mesereau destruiu testemunhas chaves, apresentando detalhes que desacreditavam importantes peças das teorias da promotoria. Mesereau foi capaz de apontar enormes discrepâncias nos testemunhos das, assim chamadas, “testemunhas oculares”, o que criou dúvidas sobre o caso contra Jackson. Parecia que, quanto mais longe o julgamento chegava, mais o júri se conectava com Mesereau e Jackson.

O fato é que o caso contra Jackson estava, na verdade, com problemas desde o início, mas a maior parte da cobertura da mídia que estava cobrindo o julgamento não parecia perceber. A maior parte da mídia parecia convencida de que haveria uma condenação de alguma forma. Isso era especialmente verdade de analistas legais, que pareciam completamente tendenciosos contra Jackson.

Em vez de serem justos e equilibrados, muitos especialistas pareciam estar falando sobre a estratégia da promotoria, parecia pensar que o promotor estava fazendo um bom trabalho. Este sentimento pro- promotoria teve um efeito devastador, levando outros membros da mídia a relatar detalhes que se somavam no linchamento contra Jackson. Os observadores no tribunal entenderam a falta de credibilidade que rondava o acusador e a família dele, porém, muitos repórteres estavam presos ao alvoroço e sensacionalismo que a imprensa negativa criou. A mídia que estava cobrindo o julgamento estava interessada em dar ao público “grandes notícias” e estava sempre ignorando os fatos simples que foram apresentados no tribunal.

As discrepâncias entre as lembranças de Janet e os eventos verdadeiros em Neverland se tornaram completamente claras, quando o ex-guarda de segurança de Neverland, o oficial Brian Barron, sentou no banco de testemunhas e descreveu o período de três semanas que Janet e os filhos dela foram hóspedes de Michael Jackson, no início de 2003. Por exemplo, Janet alegou que ela se escondeu em uma unidade de hóspedes durante a duração da visita, mas o oficial Brian Barron disse aos jurados que Janet Arvizo era sempre vista caminhando por toda a propriedade, que ela passava muitas noites dormindo com os filhos dela em um dos estúdios de dança de Neverland e comia as refeições dela na casa principal regularmente.

O ex-guarda de segurança, cujo trabalho era manter Neverland segura para crianças, cujo trabalho era supervisar os jovens convidados de Michael Jackson, testemunhou que quando a família Arvizo ficou na propriedade, em fevereiro de 2003, pelo menos outros trinta convidados estiveram visitando Neverland no mesmo período. O oficial Barron mencionou Nikko Brando, o filho do lendário ator, Marlon Brando, assim como Aldo e Marie Nicole Cascio, os irmãos do amigo de Michael, Frank. A lista dos convidados de Neverland era longa. O lugar parecia ter portas giratórias.

Um oficial de polícia local, que tinha trabalhado meio período como segurança para Jackson, Brian Barron, insistiu que ele nunca viu um comportamento inadequado em Neverland Ranch, assegurando aos jurados que ele teria relatado se ele tivesse visto. De acordo com Barron, Neverland era um “lugar divertido para ir”, onde crianças faziam basicamente tudo que elas desejavam, onde crianças eram “muito bem tratadas”.

Quando Brian Barron disse ao júri que ele não teve nenhuma indicação, em nenhum momento, de que os Arvizos estavam tentando fugir de Neverland, o testemunho dele foi devastador para a acusação de conspiração contra Michael Jackson. Ao oficial Barron foi pedido que olhasse para os diários de saída de Neverland Ranch, mostrado ao júri em uma grande tela e ele tinha muita certeza das idas e vindas dos Arvizos. Segundo o oficial de polícia, os diários de segurança de Neverland indicavam que em 12 de fevereiro de 2003, Janet e os filhos dela deixaram a propriedade, levadas por Jesus Salas, no Rolls Royce de Jackson, sem nenhum incidente, porém. Barron se lembrou de que a família parou na cabine de guarda e seguiu os procedimentos normais, quando o Rolls Royce deixou o rancho.

Não havia nenhum “espírito de fuga” da família Arvizo.

Não houve pânico nos portões de Neverland.

Quando o oficial de polícia disse ao júri que havia duas escolas particulares bem em frente a Neverland, as pessoas ficaram curiosas quanto a por que, se Janet sentia que ela estava sob tanto perigo, ela não atravessou a rodovia, foi até a escola e pediu ajuda.

O oficial Barron confirmou que havia muita atividade na Figueroa Mountain Road, explicando que ele viu pais e professores e administradores, indo e vindo, todos os dias, no início de 2003, durante o mesmo período que Michael Jackson estava, alegadamente, envolvido em uma conspiração para manter os Arvizos prisioneiros.

 A essência do testemunho do oficial Barron foi: ele não ouviu nenhuma reclamação, ele não ouviu nenhum pedido de ajuda. Nenhuma pessoa da família Arvizo agia como se houvesse algum problema em Neverland. Na verdade, os Arvizos pareciam muito felizes e contentes. Os meninos Arvizos estavam livres para brincar e andar pelo terreno o dia todo e Janet Arvizo estava desfrutando um estilo de vida que incluía regulares pagamentos “em dinheiro” pelos tratamentos de beleza dela e outras comodidades.

Os jurados pareceram chocados quando o ex-segurança de Neverland testemunhou que Janet e os filhos fizeram curtas viagens para cidades locais, em volta de Neverland, mostrando a eles onde ele tinha registrado os movimentos diários deles nos portões de Neverland. Quando foi um documento que mostrava duas páginas da enorme despesa de Janet, milhares de dólares em contas, tudo pago por Michael Jackson, era impossível acreditar na alegação de Janet de que ela alguma vez fez qualquer tentativa de fuga de Neverland.

Com outra testemunha beneficiando a defesa, os observadores no tribunal começaram a perceber que a acusação de conspiração parecia injustificável. Algumas pessoas da mídia relataram as dúvidas deles sobre a situação do caso, mas aquelas pessoas era a minoria. Nos bastidores, certas pessoas estavam especulando que a promotoria estava se agarrando em um fio de palha. Mas nenhum repórter teve coragem de dizer isso nos noticiários.

A promotoria estava afundando em uma teoria de conspiração e quando a insanidade da acusação de conspiração contra Michael Jackson se tornou mais evidente para o júri, a acusação de abuso sexual infantil se tornou mais questionável, também. Embora a mídia continuasse focando nas peculiaridades da vida pessoal de Jackson, embora a promotoria estivesse obcecada por mandar Jackson para a prisão, as estórias e cenários que foram apresentados ao júri não eram rígidos.

A promotoria tentou apresentar Janet Arvizo como uma mãe não sofisticada, que ficou cega pela celebridade de Jackson. Eles queriam que o júri ignorasse o indecente passado dela. Eles queriam que o júri pensasse que Janet era uma simples vítima. Porém, eles falharam em ver que as mentiras constantes de Janet faziam a promotoria parecer como se eles estivessem em “Never Never Land”. Quanto mais eles sabiam sobre Janet, quanto mais eles escutavam testemunhos dos empregados de Neverland que contradiziam as acusações de Janet, mais o júri se encontrava na situação de escolher sobre o que Janet estava mentindo.

Janet tinha repetidamente insistido que ela foi mantida refém, que eles e os filhos dela estavam fingindo ser “família” com Michael Jackson porque ela se sentia pressionada pelos associados de Michael. Ela insistia que havia uma conspiração.

A senhora Arvizo testemunhou que ela estava com muito medo de chamar as autoridades. Ela disse que ela estava com tanto medo de desafiar “este Golias” Michael Jackson. Mas, para os observadores no tribunal, parecia que Janet era incapaz de dizer a verdade, nem que fosse por um dia da vida dela.

2 comentários »

  • Fenelao said:  

    cade as partes 23,24 e 25?

  • Unknown said:  

    Todos os capítulos foram publicados. Vc deixou o comentário na parte 23! Siga os links ao final de cada capítulo, não se importe com a numeração que aparece neles. As partes 24 e 25 estão aí.

  • Sesini duyur!

    Leia Antes de Comentar:

    - Aproveite para deixar a sua opinião, sendo importante que não se fuja do assunto postado.

    - Os Comentários deste blog são moderados.