Caso Chandler-parte 4 "Criando memórias"
Criando
memórias
O
passo seguinte de Evan foi fazer Jordan falar aquilo que ele precisava que
fosse dito. E para isso, lançou mão de uma droga poderosa conhecida como Amytal
Sódico.
Antes
de Chandler assumir o controle de Jordan, mantê-lo afastado da mãe, do
padrasto, irmã e amigos, o garoto jamais tinha se queixado de má conduta por
parte de Jackson.
Mas
um dia no consultório de Evan a situação mudou. Sob o pretexto de extrair um
dente problemático do menino, Evan Chandler chamou o dentista anestesista Mark
Torbiner, que era seu amigo e um profissional de conduta bastante reprovável.
Torbiner aplicou em Jordan o Amytal Sódico. (para saber mais sobre Torbiner
clique aqui).
A
jornalista da KCBS-TV, de Los Angeles, informou no dia 3 de maio de 1994, que
Chandler havia aplicado a droga em seu filho, mas o dentista alegou que ele fez
isso apenas para extrair um dente de seu filho e que, sob influência da droga,
o garoto veio com as alegações.
Questionado
por Mary Fischer para seu artigo na revista GQ, sobre o uso do medicamento no
menino, Torbiner respondeu: "Se eu usei, foi para fins odontológicos.”
Mas
segundo especialistas as alegações de Jordan Chanlder feitas sob influência da
droga não podem ser consideradas confiáveis. Na, verdade, são altamente
questionáveis.
"É
um medicamento psiquiátrico em que não se pode confiar para produzir a
realidade", diz o Dr. Resnick, um psiquiatra de Cleveland.
"As
pessoas são muito sugestionáveis sob efeito dele. As pessoas vão dizer coisas
sob o efeito do Amytal sódico que são descaradamente falsas." Completa
Resnick.
Amytal
sódico é um barbitúrico, uma droga que causa extrema confusão mental. É
invasiva, ela coloca as pessoas em estado hipnótico quando injetada de forma
intravenosa. Segundo alguns especialistas, o efeito é ainda mais forte que a
hipnose.
O
uso foi difundido após a II Guerra Mundial, para tratamento de soldados em
estado catatônico, ou que sofriam de amnésia.
Mas
estudos científicos realizados em 1952 comprovaram que a droga não era “um soro
da verdade” como era erroneamente considerada. O estudo ainda demonstrou os
riscos da droga, que pode induzir a formação de falsas memórias. Através de
perguntas, falsas memórias podem ser facilmente implantadas nas pessoas, sob
seu efeito.
“É
perfeitamente possível implantar uma ideia através de uma mera pergunta”. Diz
Resnick.
Os
efeitos do Amytal podem ser ainda mais graves. As ideias implantadas podem ser
tornar “memórias” e os estudos mostram que mesmo quando a verdade é dita o
paciente continua a acreditar na fantasia.
“A
ideia pode se tornar sua memória, e os estudos mostraram que mesmo quando você
lhes disser a verdade, eles vão jurar sobre um monte de Bíblias que aconteceu.”
Explica o médico.
Holly
Ramona, uma garota de 20 anos, que vivia em Napa, Califórnia, esteve envolvida
em um caso famoso, julgado naquela cidade, em 1993.
Submetida
a várias sessões de terapia, nas quais em pelo menos uma lhe foi administrado
Amital sódico, Holly acusou o próprio pai, Gary Ramona, de molestá-la quando
criança.
Gary
Ramona negou a acusação veementemente e processou a terapeuta da filha, que
havia administrado o medicamento. Julgado, Gary Ramona foi absolvido pelo júri
que acreditou que a terapeuta de Holly reforçaram as falsas memórias.
Ramona
foi o primeiro caso bem sucedido para o chamado "fenômeno de memória
reprimida", que resultou em milhares de acusações de abuso sexual durante
a última década. Muitas das quais se mostraram infundadas.
Holly
acusou o pai de manter relações sexuais com ela, mas exames comprovaram que a
garota ainda era virgem. Ela também chegou a acusar Gary de obriga-la a fazer
sexo oral no cachorro da família. A bestialidade foi um dos pontos mais exploradoes
pela defesa de Gary, pois era e idente que o maitla lev ou Holly a acreditar no
absurdo.
Saiba
mais sobre essa hitória aqui.
O
uso de Amital sódico para sedar durante uma extração de dente, como alegou
Chandler, é muito suspeita. Pois não se trata de uma droga usada para esse fim
e que, ainda, causa efeitos tão perturbadores na psique do paciente.
"É
uma medicação absolutamente psiquiátrica." Conforme o Dr. Kenneth
Gottlieb, um psiquiatra de San Francisco, que tem administrado Amytal sódico em
pacientes com amnésia. Dr. John Yagiela, o coordenador do departamento de
anestesia e controle da dor da Faculdade de odontologia do UCLA, acrescenta: "É
incomum utilizá-lo [para extrair um dente]. Não faz sentido quando existem
alternativas melhores e mais seguras. Essa não seria a minha escolha."
Os
efeitos de Amytal são tão graves, que muitos médicos apenas o utilizam em
hospitais.
"Eu
nunca iria querer usar um medicamento que mexe com o inconsciente da pessoa, a
menos que não houvesse outro medicamento disponível", diz Gottlieb.
"E
eu não iria utilizá-lo sem um equipamento ressuscitador, para o caso de
alergia, e somente o usaria na presença de um anestesista geral."
“Chandler, ao que parece, não seguiu estas orientações. Ele realizou o procedimento em seu filho em seu consultório, e ele contou com um anestesista odontológico (Mark Torbiner) como especialista. (Foi Torbiner quem apresentou Chandler a Rothman, em 1991, quando Rothman precisou de um serviço odontológico).” Pondera Mary Fischer em seu artigo de 1994.
Foi
sob o efeito do Amital e depois de Evan Chandler perguntar diversas vezes a
Jordan se Michael o havia tocado, que o garoto, completamente grogue, fez que
sim com a cabeça.
Na
entrevista dele cpom o psiquiatra Richard Gardner Jordan Chandler contou ao
médico que o pai, Evan o “colocou para dormir” porque ele tinha medo de sentir
dor. E disse que quando acordou , Evan lhe perguntou se Michael havia tocado
nele. Jordan disse a Gardner que ele estaav grogue, mas consciente; “meio forma
de mim”. Foi o próprio Evan quem admtiu o uso de amital sódico como se isso
fosse algo que desse garantias as acusações, já que o amital era falsamento
conhecido como soro da verdade.
O
procedimento que –podemos supor, a partir do que foi contado por Jordan ao
psiquiatra – foi utilizado por Evan condiz com o procedimento normalmente
usados pelos psiquiatras em sessões com amital, é o mesmo procedimento usado em
Holly Rmona. Induz o pacinete ao sono profundo com a droga, faz perguntas a ela
quando ela esta está em um estágio semiconsciente e quando ela acorda, fazem-se
as mesmas perguntas na esperança de que ela se recorde do que disse quando
estava semiconsciente.
Os
links a seguir se refrem a artigos relacionados ao amital sódico. Você deve ler
para melhor compreensão do cenário.
Mas
diante de uma afirmação como aquela, ainda que induzida por perguntas e estando
o menino sob o efeito de uma droga hipnótica, era de se esperar que Evan fosse
diretamente a uma delegacia. Mas não foi isso que ele fez. E por que não?
Porque
ele não queria proteger Jordan, queria chantagear Michael.
Lembremos
que, embora Evan Chandler disputasse a custódia de Jordan com a ex- mulher, jamais
disse ao juiz daquela causa, que havia suspeitas de abuso sexual. O juiz, mesmo
sendo civil, poderia tomar uma atitude com o intuito de proteger o adolescente.
Mesmo que considerasse a suspeita infundada. Mas Evan nada disse sobre a
questão.
Ele
perdeu o caso e o juiz determinou que devolvesse Jordan à mãe, imediatamente. Mas
ele não cumpriu a ordem.
Conforme
relatou Mary Fischer em seu artigo, em 16 de agosto, três dias depois de
Chandler e Rothman terem recusado o acordo para um roteiro de US$350.000,00 a
situação chegou ao seu limite.
Em
nome de June Chandler, Michael Freeman comunicou a Rothman que entraria com uma
ação na manhã seguinte para forçar Chandler a devolver o menino.
Se
perdesse o controle sobre Jordan, Evan veria seu plano ir por água abaixo. Em vez
de levar o garoto de volta à mãe, ele o levou até Mathis Abrams, o psiquiatra
que enviou a Rothman sua avaliação da situação hipotética de abuso sexual
infantil.
Durante uma sessão de
três horas, o rapaz alegou que Jackson havia tido relações sexuais com ele. Ele
falou de masturbação, beijos, carícias dos mamilos e sexo oral.
O próximo passo era
inevitável. Abrams, que é obrigado por lei a relatar qualquer suspeita de
violência contra crianças às autoridades, ligou para uma assistente social do
Departamento de Serviços às Crianças e à
Família em 17 de agosto
de 1993 e relatou as alegações, o DSFC,por sua vez, informou à polícia.
A
polícia emitiu mandados de busca para Neverland, e para o apartamento de
Century City em 21 e 22 de agosto de 1993. Michael Jackson estava na Tailândia
para o pontapé inicial da segunda etapa da Dangerous World Tour e ele estava
fora dos EUA desde 20 de agosto.
A investigação completa
de Michael Jackson estava prestes a começar.
Parte 5
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