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Caso Chandler-parte 12 "O começo do fim..."


O começo do fim



Após Fields dizer que havia um iminente processo criminal contra Michael, um “meio” equívoco, por assim dizer, pois havia a posssibilidade, mas não era imintente, as coisas começaram a desandar.
Alguns membros da equipe não gostaram do que Fields disse. Weitzman o desmentiu, dizendo que ele estava equivocado o que chateou Fields.
Michael também não gostou do pedido de suspensão do processo civil, provavelemtne porque não tinha compreendido, naquele momento, que essa medida era fundamentla para garantir a lisura do processo criminal, se é que ele viria. Além de que o livraria de pagar uma indenização não devida, pois provando sua inocência na esfera penal, ele não poderia ser julgado no civil.

Até Liz Taylor opinou sobre a questão, considerando que a declaração de Fields arruinava a imagem de Michael.
Pellicano também foi reepreendido por ter apresentado os amigos de Michael Bert Barnes e Wade Robson à imprensa. Os garotos disseram que compartilhava a cama com Michael, mas que ele jamais os tinham tocado de forma lasciva. Michael não achou prudente expor os dois meninos naquela ocasião.

Assim, Fields e Pellicano pediram demição. Weitzman, então, chamou Jonnie Chrochan para equipe. Chrochan é um brilhante criminalista que defendeu OJ Simpson, então, Weitzman não pensava que Fields estava totlmente equivocado, afinal.
 Michael chamou de volta John Branca que o tinha representado por anos e que fora substituído por Fields.
A nova equipe também acreditava na inocência de Michael totalamente, mas deram logo no início sinais de que queria resolver o caso com um acrodo financeiro. E a explicação que deram para isso foi a fragilidade de Michael, que demsontrava ser incapaz de suportar o bombardeio que vinha sofrendo na mídia.
Eles acreditavam que um julgamento longo poderia destruir a saúde do cantor e que sua imagem sofreria danos irreparáveis com a cobertura desonesta da imprensa.
Embora acreditasse em Michael e soubessem que não havia evidências contra eles, os advogados passaram a tentar convencê-lo a aceitar um acordo. Orientação que veio a se revelar desastrosa.
 “Política e questões raciais haviam também se infiltrado em procedimentos legais - em especial em Los Angeles, que ainda estava se recuperando do calvário de Rodney King – e a defesa temia que não se pudesse confiar em um tribunal para obter justiça. Então, também, havia a composição do júri a ser considerada. Como um advogado disse: ‘Eles achavam que os hispânicos poderiam ter ressentimentos [de Jackson] pelo seu dinheiro, os negros poderiam ressentir-se dele por tentar ser branco, e brancos teriam problemas para contornar a questão de abuso sexual’”, comentou Mary Fisher, em seu artigo para GQ.
Na opinião de Resnick, "A histeria é tão grande e o estigma [do abuso sexual de crianças] é tão forte, que não existe defesa contra isso.”
Mary Fisher também diz em seu artigo que através do cumprimento dos termos de um acordo civil, segundo fontes, os advogados acharam que poderiam evitar um julgamento criminal através de um entendimento tácito de que Chandler concordaria em fazer com que seu filho não testemunhasse.
Mas esse entendimento é equivocado, não havia a intenção de impedir que Jordan depusesse em um processo criminal, nem poderia. O acordo não possuía tal cláusula, nem poderia ter, pois seria ilegal. E trata-se de um acordo homologado por um juiz. Além do mais, como até mesmo uma das maiores inimigas de Michael, Diane Diamond, disse: “Nenhum acordo civil é mais forte que uma intimação no processo penal”.
Outras pessoas próximas ao caso disseram que a decisão de fazer o acordo provavelmente tinha a ver com outro fator - a reputação dos advogados.
 "Você pode imaginar o que aconteceria a um advogado que perdesse o caso de Michael Jackson?" diz Anthony Pellicano. "Não há nenhuma maneira de todos os três advogados saírem vencedores, a menos que façam um acordo. A única pessoa que sai perdendo é Michael Jackson."
 Mas Jackson, diz Branca, "mudou de ideia [sobre levar o caso a julgamento], quando ele retornou a este país. Ele não tinha visto a cobertura massiva do caso e o quanto ela era hostil. Ele só queria que a coisa toda acabasse."
“As relações entre os membros da família do menino tinham se tornado amargas. Durante uma reunião no escritório de Larry Feldman no final de 1993, Chandler, ‘perdeu o controle e bateu em Dave [Schwartz]’, contou uma fonte. Schwartz, que estava separado de June a esta altura, foi ficando de fora das decisões que afetavam seu enteado, e ele tinha ressentimentos de Chandler por ele ter levado o menino e não devolvido.” Relata Mary Fischer em seu artigo.
“Dave ficou furioso e disse a Evan que, de qualquer modo, tudo não passava de extorsão, nessa hora, Evan se levantou, se aproximou de Dave e começou a bater nele", diz uma segunda fonte, conta Fisher no artigo para GQ.
Em 13 de dezembro de 1993, os advogados de Michael pediram uma ordem de mordaça para que a mídia não pudesse obter qualquer informação adicional e também pediram que Larry Feldman fosse impedido de fornecer informações sobre o processo civil para a promotoria.
 Johnnie Cochran Jr., o novo advogado de Jackson, disse que:
“Temos de proteger o direito de Michael Jackson a um julgamento justo. Este caso não pode ser provado através de conferências de imprensa.”
 Ele acrescentou que tinham a preocupação de que a Promotoria tentasse usar o processo civil para indiciar MJ:
 “A Promotoria tem todo o poder para investigar. Eles podem conversar com as testemunhas eles mesmos. Por que eles ficam tentando se aproveitar dos depoimentos no caso civil?”

Larry Feldman iria reconhecer no seu discurso no Seminário Frozen In Time, a importância do direito do cantor à Quinta Emenda e ao fato de que as ações da defesa estavam se movendo em torno desse direito, qual seja, o de não ter o processo criminal prejudicado pelo civil.
Johnnie Cochran Jr. anunciou que o cantor estava de volta e pronto para provar sua inocência. A polícia de Los Angeles não anunciou o andamento das investigações nesse ponto, mas o Juiz Reuters, informou que iria anunciar a sua decisão de arquivar ou não as acusações no início de 1994.
Em 21 de dezembro de 1993, foi anunciado que Bert Fields e Anthony Pellicano já não eram membros da equipe de Jackson. Os dois continuariam a defender Michael publicamente em suas entrevistas.
Quando Cochran entrou para equipe, ficou claro que ele não se opunha a um acordo, como Fields e Pellicano. Para  registro, Johnnie Cochran Jr. era um amigo de longa data de Larry Feldman e Feldman uma vez o representou em um caso.
Fields diria mais tarde:

 “Eles tiveram um caso muito fraco, Michael queria lutar. Michael queria lutar e passar por um julgamento. Nós sentimos que poderíamos ganhar.”

Um membro da equipe de Jackson disse ao The New York Times que o cantor foi cercado por “assessores e sanguessugas”, que o manteve inacessível. Ambas as suas ex-esposas e também os maigos de Michael falam sobre tais sanguessugas em torno dele.
Uma das pessoas que representavam Jackson na época era Carl Douglas, que trabalhava para Cochran e foi membro da equipe de defesa. Douglas, quando foi chamado para falar sobre o caso no Seminário Frozen In Time, parecia preocupar-se mais com a fama que conseguiu por atuar como defensor no caso Jackson do que com o caso em si.
 Ele se gabava de ser capaz de visitar Neverland, trabalhando com Johnnie Cochran, e comprar um carro novo com o seu pagamento como membro da equipe de Jackson.
Será que a nova equipe tinham os interesses de Michael Jackson em mente?
As autoridades informaram aos advogados de Jackson que iriam continuar a investigação, pelo menos até fevereiro, e foi noticiado que Michael Jackson estava gastando US$ 100.000,00 por semana com sua defesa.
Seus advogados perderam movimentos-chave que teriam atrasado o processo civil após a disposição do processo penal. Eles também haviam perdido o movimento para evitar que Larry Feldman passasse as informações do processo civil ao Ministério Público.
Ficou claro que Larry Feldman estava buscando um acordo como qualquer outro advogado inteligente faria.
Se ele estivesse interessado em justiça, e não em dinehiro, ele concordaria em não divulgar as informaçãos para a promotoria. Ao violar o direito do cantor a um julgamento justo, ele estava deixando os advogados de Jackson sem escolha.
 Feldman, mais tarde, referir-se-ia à Quinta Emenda e seu efeito sobre as decisões dos advogados de defesa no processo civil:
 “...então, apresentei uma moção de imediato para obter um julgamento rápido.”
 “...havia um processo criminal por trás de caso civil, e eles tiveram que defender-se e preocupar-se com seus direitos à Quinta Emenda.”

Feldman, aqui, se referiu ao argumento de que Jordan, antes de completar 14 anos, tinha direito a um julgamento em noventa dias, algo que ele estava presteas a perder, pois seu décimo quarto aniversário de aproximava. Feldman queria resolver o caso antes que Jordan completasse 14 anos, portanto. Mas Fields pedia pela suspensão, defendendo o direito de Michael não ver as informações apresentadas no caso civil ser usadas no criminal.
Feldman falou mais elaboradamente sobre o assunto, quando ele discutiu a liquidação da ação civil no Seminário Frozen In Time, em 2010:
“Sim, [era] um acordo totalmente voluntário. Para colocar em contexto, no ponto que este caso estava,  várias testemunhas tinham deposto, mas Michael Jackson não tinha deposto  (para o caso civil), e em algum momento Michael Jackson ia ter de decidir se ele ia arguir  a Quinta Emenda, o que ele não fez, ou se ele ia nos deixar colher seu depoimento. E havia um monte de manobras processuais pela defesa para tentar adiar essa decisão. E como essa decisão e os seus movimentos não foram capazes de realizar aquilo que eles queriam,  Michael Jackson nunca reclamou a Quinta  Emenda.”

Michael reclamou a Quinta Emenda sim, mas lhe foi negado mais esse direito.
Pessoas como Feldman, que não são ignorantes sobre a lei e os fatos do caso, sabem muito bem que em um julgamento civil se o réu invocar a Quinta Emenda, é o fim do caso. Processos civis são muito diferentes de julgamentos criminais. Feldman entendeu muito bem que Michael Jackson queria depor no processo penal em primeiro lugar e usou esse ponto fraco para pressionar por uma solução.
Larry Feldman disse ainda que:
“A defesa, com todo o respeito a eles, tinha que se preocupar não apenas em defender Michael Jackson no tribunal civil, mas o mais importante é que eles sabiam que havia um processo criminal por trás do processo civil, e eles tinham que defendê-lo e se preocupar com seu direito à Quinta Emenda.”

Larry Feldman teve que lutar duro para isso porque, em 11 de janeiro de 1994, Jordan Chandler atingiria 14 anos de idade e isso significava que ele deixaria de ter direito a um julgamento dentro de 90 dias.
 Nesse caso, o processo criminal é que viria em primeiro lugar e Feldman não queria isso, então ele usou a idade de Jordan para pressionar o juiz:
“Se conseguíssemos fazer Michael Jackson responder à acusação antes que o garoto complete 14 anos de idade, ele teria direito a um julgamento em 90 dias. Esse foi o argumento usado para convencer o promotor distrital a me dar uma chance para ver se poderíamos obter este julgamento em 120 dias. Apresentamos a denúncia, eles responderam à denúncia por qualquer motivo e depois apresentamos uma moção de imediato para obter um julgamento célere.”



Feldman faria de tudo para encurralar Michael e forçar um acordo financeiro.Mas Michael estava resistindo mais que eles esperavam.
Enquanto Michael esteve internado, um acordo comercial foi fechado entre Jonh Branca e a EMI para administrar o catalogo da ATV em nome de Michael e o cantor recebeu por essa transação a quantia de US$ 70.000.000.00.
 Michael estava ganhando muito dinheiro. As acusações, por estranho que pareça, fizeram as vendas de seus discos subirem.
“Seus royalts passados eram enormes, sobretudo por Thriller e os remanescentes do catálogo dos Beatles, suas ações e outros investimentos. O menino tinha muito dinheiro, milhões.” Disse um assessor.
Porém, Michael não queria dar um centavo desse dinheiro aos Chandlers. Sua equipe de defesa e amigos já considerava um acordo financeiro, mas ele não.
Um secretário se lembra de ter perguntado a ele, no dia seguinte ao negócio com a EMI, sobre um acordo:
 “Mike, você pode entregar 20 milhões de dólares desse dinheiro da ATV. É dinheiro achado mesmo. Por 20 milhões de dólares, todo o caso de Chandler pode ser resolvido.”
“De jeito nenhum! Eu quero isso resolvido, sim, mas com pedidos de desculpas por todos os lados. Algum tipo de “revisão” da imprensa, seja como for. O que eu sei é que não darei um dólar sequer a ninguém. Não desperdiçarei meu dinheiro com esta mentira. Esqueça”, respondeu Michael, conforme se lembra o assessor.
Mas a pressão para que o processo civil fosse encerrado com um acordo continuou a vir por todos os lados. Havia motivos legais para isso: A necessidade de garantir um justo processo criminal, caso ele viesse a acontecer, já que o pedido de suspensão da ação civil foi negada.
Havia razões financeiras, pois a seguradora de Michael tinha direito de intervir no processo e pagar por um acordo menos dispendioso para ela, que tinha o dever de reembolsar Jackson de um gasto exorbitante, que certamente decorreria de um longo processo.
Também havia interesses de outras corporações em jogo: A Sony, gravadora de Michael; a Pepsi, a patrocinadora dele e várias outras pessoas em torno de Michael Jackson , as quais tinham muito a ganhar com ele e muito a perder se ele fosse arruinado.
Todas essas pessoas juntas pressionavam Michael a aceitar um acordo, afinal, em comparação com a capacidade que Michael tinha em gerar renda, os 30 milhões pedidos por Feldman na ação civil não eram nada.
Era preciso colocar uma pedra no assunto para Michael voltar a trabalhar e gerar milhões. Quanto ao que isso poderia significar para a impressão do público sobre Michael, não interessava muito aqueles que só pensavam em cifrões.
Havia razões práticas: o caso se arrastando por meses e meses, com a cobertura imprecisa da imprensa acabaria por afetar irremediavelmente a imagem de Michael, fazendo com que perdesse dinheiro, embora até aquele momento ele continuasse a vender muito, era possível que em longo prazo o bombardeio da mídia acabasse por prejudicar sua carreira. Como de fato veio a ocorrer.
Havia razões emocionais e de saúde: Michael estava sofrendo com as acusações injustas. Ficou doente, viciou-se em analgésicos, não dormia, não conseguia comer, perdeu peso.  Ele tinha pedido Lisa Presley em casamento, mas a proposta não voltou a ser discutida, em razão do turbilhão em que se encontrava. Ele temia que ela desistisse.
E havia outros interesses em jogo: o interesse dos advogados envolvidos, pois nenhum deles queria sair perdendo. O acordo daria ganhos altíssimos a todos.
Neste ponto desejo expor que, em minha opinião, a saída de Bert Fields do time de defesa foi a pior coisa que aconteceu. Ele acreditava em Michael, ele queria lutar. Fields não colocou seu próprio interesse acima de Michael, como fizeram os outros advogados.
Será que Michael sabia do bom relacionamento entre Chocran e Feldman? Se ele soubesse acreditaria que os dois advogados realmente travariam um batalha entre si?
Claro que os dois advogados tinham consciência de que o acordo seria o mais benéfico para suas carreiras e para os bolsos também.
Enfim, fazer um acordo, do ponto de vista prático, era a melhor solução. E não era nada escuso, como insistentemente a mídia retrata e as pessoas pouco esclarecidas insistem em engolir.
Em janeiro de 1994, a promotoria e a polícia já tinham gastado cerca de dois milhões de dólares nas investigações contra Michael.
Dois Grandes Júris tinham interrogado mais de duzentas pessoas, incluindo trinta crianças que conviveram com Michael. E nenhuma prova que corroborasse a acusação de Jordan Chandler foi encontrada.


Parte 13 http://theuntoldsideofthestorymj.blogspot.com.br/2012/02/caso-chandler-parte-13-vida-continuae.html

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