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Livro Michael Jackson Conspiracy, Capítulo 30 "Will You Be There"


“Will You Be There?”



O juiz Melville ameaçou expedir um mandato de prisão no dia em que o advogado de Hollywood, Mark Geragos decidiu que ele não apareceria no tribunal para testemunhar como marcado. Geragos, advogado original de Jackson, foi intimado a testemunhar na sexta feira, dia 13 de maio, mas em razão de um conflito no calendário dele, o famoso advogado enviou um associado ao tribunal de Santa Maria, no dia anterior, pedindo que o testemunho dele fosse adiado.



“Não há considerações especiais para advogados”, Melville anunciou. “É igual a qualquer cidadão que tem sido intimado. Não há diferença entre a intimação de um xerife, um mecânico, ou uma vítima criança. Isto é uma intimação e ele tem que obedecer. A intimação diz sexta- feira e eu o quero aqui na sexta-feira, às 08h30min da manhã.”

Michael Jackson tinha dispensado os privilégios cliente-advogado dele para que Mark Geragos, que tinha representado o pop star de fevereiro de 2003 a abril de 2004, pudesse testemunhar que não houve conspiração. Entre a mídia, era esperado que Geragos dissesse aos jurados que ele tinha contratado o detetive particular, Brad Miller, para confirmar a suspeita de que a família Arvizo, particularmente a mãe, estava em busca de um dia de pagamento.

Na manhã de sexta feira, quando o advogado de alto perfil chegou a Santa Maria, usando os defectivos óculos escuros dele e falando no celular, a mídia assistiu-o caminhar com altivez para dentro do tribunal. Muito ansiosos em escutar o que “senhor Hollywood” iria dizer, os observadores no tribunal pensaram que o advogado era agradável. Quanto à mídia, Geragos gastou anos criando uma relação com jornalistas de TV, relacionamento que o catapultou para a fama. A mídia sabia que Geragos ficava confortável sob holofotes.

Enquanto ele respondia às perguntas de Mesereau, Mark Geragos fez alguns comentários autodepreciativos. Ele fez piada da bagagem legal dele, o que fez todo mundo no tribunal rir. As pessoas conheciam Geragos, porque, por anos, o público americano tem sido inundado com imagens do advogado que representou Susan McDougal, um político envolvido no escândalo de Clinton, a atriz Wynonna Rider, condenada por furtar em um shopping, em Beverlly Hills e Scott Peterson, condenado por homicídio da esposa dele e o filho nascituro. O caso Peterson tinha se tornado muito infame, os tabloide americanos e canais de TV a cabo de notícias estavam vendo os altos lucros deles e os autos índices gerados por isso. Sempre.

Em razão do tabloidesco caso de homicídio, Geragos tinha se tornado uma estrala. As pessoas pediam o autógrafo dele. Alguns o comparavam a Clarence Darrow. Mas se havia alguém que poderia ser comparado a Darrow, um dos maiores advogados de julgamento de todos os tempos, este deveria ser Tom Mesereau, cuja taxa de sucesso era muito alta, nem mesmo o melhor advogado criminal poderia ser comparado a ele.

Ao contrário de Mesereau, que mantém a discrição, Geragos adora atenção. Geragos estava “regularmente” na CNN, no Lary King Live. Ele tinha um interesse pessoal em ver o nome dele em destaque e ansiava por ser assunto de inúmeros artigo da revista People. A atenção da mídia lhe rendeu clientes celebridades e Geragos adorava fama.

O pessoal da mídia estava ciente de que Geragos tentou ter o próprio programa na CNN, a tentativa fracassou miseravelmente, pouco depois de ele perder o caso de assassinato de Scott Peterson. Embora o piloto do programa nunca tenha ido ao ar, isso não impediu o advogado de celebridades de comentar sobre todos os crimes na América. Um muito bem vindo convidado de Larry King Live, ele tinha “conexões internas” na FOX, também. O advogado era experiente com a mídia, usando os influentes e endinheirados clientes dele para controlar entrevistas em inúmeras redes de TV, para colocar a mídia a seu favor.

“Em algum momento, você escutou o nome Janet Arvizo?”, Mesereau perguntou.

“Desde o início”, Geragos disse, “provavelmente antes de eu escutar o nome Gavin.

”Inicialmente, havia um resumo do que era exatamente a situação” Geragos testemunhou. “Falaram-me sobre os Arvizos. Também me disseram que havia uma urgência, havia uma gravação do 60 Minutos, que estava agendada e eles queriam que eu estivesse lá para garantir que Michael não faria nenhuma declaração ou que perguntas inapropriadas fossem feitas.”

“E isso foi em Neverland.”

“Sim”, Geragos disse.

“Você viu Janet Arvizo neste dia?”

“Eu me lembro de ver Gavin em Neverland naquele dia. E daí, ficamos lá por... eu não sei, talvez doze horas ou quase. E durante este tempo lá, eu estava colhendo tantas informações possíveis de inúmeras pessoas do rancho.”

“E qual era seu papel na medida em que você representava o senhor Jackson, naquela ocasião?” Mesereau perguntou.

“Bem, o que era realmente, ele apenas me queria, eu creio, como um pano de fundo para as entrevistas”, Geragos explicou. “E, finalmente, depois de ficar lá por doze horas, foi minha decisão, eu disse a eles, olhem, se eu me envolverei, e não o quero dando entrevista e eu chamei a atenção para isso.”

“Então, em última análise, aquela entrevista com o 60 Minutos não aconteceu, correto?”

“Naquela ocasião, em fevereiro de 2003, não. Eu disse que aquilo não ia acontecer e, educadamente, pedi ao senhor Bardley e outro produtor que estava lá, eu disse a eles que a entrevista não aconteceria.”

“Senhor Geragos, apenas direcionando minha pergunta ao seu estado de espírito naquele momento, você tomou algum conhecimento se Janet Arvizo e os filhos dela deveriam ou não aparecer no documentário do 60 Minutos?”

“Sim.”

“Você falou com Janet Arvizo naquele dia?” Mesereau perguntou.

“Brevemente, eu acredito, mas eu sei que eu não falei com ela”, Geragos disse. “Eu a observei interagir ou conversar com o senhor Radotsky, que era o produtor e, eu acredito, com o senhor Bradley.”

Geragos disse ao júri que lhe foi pedido que fosse a Neverland naquele dia, em 7 de fevereiro de 2003, portanto, ele pode monitorar a entrevista com o 60 Minutos. Ele testemunhou que ele sabia que os Arvizos estariam lá e insistiu que ele não deu nenhum conselho aos Arvizos, relembrando que ele nem mesmo falou com Gavin.

Mark Geragos disse ao júri que a CBS tinha chegado a Neverland de manhã cedo, naquele dia, trazendo um “elenco” de trinta a quarenta pessoas, com todo o tipo de produtores, juntamente com a cúpula da CBS, Jack Sussman, estava pessoalmente acompanhando o time.

O famoso advogado testemunhou que depois do debate no 60 Minutos, depois de que o senhor Bradley foi afastado, ele focou a atenção dele no documentário de Bashir, olhando para as várias alegações que Bashir fez contra o pop star. Naquele momento, em fevereiro de 2003, havia boatos de que Tom Sneddon estava começando uma investigação de Jackson, mas nada oficial ainda tinha sido ajuizado.

Geragos explicou que ele decidiu lançar a própria investigação dele sobre a família Arvizo, porque a informação que ele estava descobrindo sobre eles deu a ele, fez com que ele hesitasse. O famoso advogado deu uma olhada no processo da JC Penny e, dado o que acontecendo com o turbilhão da mídia, ele estava preocupado que os Arvizos poderiam usar a situação para manipular Jackson.

Entre o vendaval provocado na mídia e a história litigiosa dos Arvizos, Geragos começou uma pesquisa de dados, para ver exatamente o que tinha acontecido no processo da JC Penny.

“E qual foi a sua reação ao que você soube sobre o processo?” Mesereau perguntou.

“Eu estava muito preocupado”, Geragos disse.

“Por quê?”

“Eu pensei que, dada a situação e eu estava recebendo a informação de que eles estavam tentando, havia rumores de que a família estava tentando...”

O júri queria ouvir o que Geragos estava prestes a dizer, mas Geragos foi cortado. A promotoria objetou-o por especular sobre rumores e Mesereau tomou outro rumo.

“A investigação sobre os Arvizos continuou?” Mesereau perguntou.

“Sim. Eu pedia a ele (Brad Miller) para, por favor, descobrir onde eles estavam e o documento que eles estavam fazendo; com quem eles estavam encontrando e se eles estavam ou não tentando vender uma estória aos tabloides ou encontrando com advogados ou qualquer coisa mais grave que isso”, Geragos testemunhou.

Em audiência pública, Geragos disse que estava preocupado que, talvez, os Arvizos fossem tentar extorquir pagamento em dinheiro do pop star.

Em interrogatório pela promotoria, Geragos disse que ele tinha uma “péssima ideia” dos Arvizos depois de examinar o processo JC Penny, afirmando que ele não exatamente considerava a família Arvizo como pura. Revendo a gravação de Brad Miller, Geragos confirmou que ele pediu a Brad Miller ara gravar a entrevista com a família Arvizo. Quando foi perguntado sobre o vídeo refutação que os Arvizos tinham gravado, o qual os promotores afirmavam ter sido um trabalho “forçado”, Geragos disse que ele não estava ciente da existência de nenhum script. Ele informou ao júri que ele tinha pedido por uma cópia de um videotape, mas nunca recebeu nada dos cinegrafistas de Jackson.

Foram poucos dias depois, que Larry King chegou em Santa Maria. Piscando para os jornalistas com um grande sorriso no rosto ele fez o caminho dele pelas lentes das câmeras e entrou no tribunal. O gigante da TV tinha levado uma pequena comitiva com ele, o produtor dele e três advogados, um dos quais era uma lenda de Hollywood, Bert Fields.

Fora da presença do júri, a defesa chamou Larry King para o banco de testemunhas e um dos advogados de King se dirigiu ao tribunal, dizendo que ele estava representando o jornalista, não-parte, submetendo um pequeno memorando descrevendo a Shield Law.

Através dos advogados dele, Larry King estava solicitando que uma pequena audiência fosse realizada, para determinar o alcance do interrogatório, pela promotoria e pela defesa, para proteger os direitos de King sob a lei Escudo, da Califórnia.

Na frente da mídia e do público de observadores, Tom Mesereau, conduziu a audiência, perguntando a King questões diretamente pertinentes ao caso. Sem em entrar na bagagem completa de King, Mesereau perguntou se Larry conhecia o advogado Larry Feldman.

Larry King disse que ele conhecia Larry Feldman há aproximadamente dez anos, adicionando que ele tinha entrevistado Larry Feldman no programa de TV dele. King testemunhou que, em um dado momento antes do julgamento de Jackson, talvez alguns meses antes, ele arranjou um encontro com Larry Feldman no lugar que era o favorito de King para tomar café da manhã, em Beverly Hills, chamado de Nate’n Al’s.

O apresentador de talk show disse que ele estava em uma cabine com algumas outras pessoas, uma delas a produtora dele, Nancy Baker e porque as mesas eram limitadas, os convidados de King para o café da manhã fizeram ajustamentos, assim, Larry Feldman pôde se sentar próximo a King, quando a reunião deles aconteceu.

“O senhor Feldman expressou algum interesse em trabalhar no seu show?” Mesereau perguntou.

“Muitíssimo”, King disse a ele.

“Quanto tempo durou o encontro?”

“Cerca de quarenta e cinco minutos.”

“Tudo bem. O senhor Feldman disse alguma coisa a você sobre o caso Michael Jackson?”
“Ele disse.”

“O que ele disse?”

“Ele disse que o caso de dez anos atrás, quando ele representou outra pessoa, quando houve um acordo que foi definitivamente um bom caso”, King testemunhou. “Mas ele pensava que a mulher, neste caso, a mãe, era uma maluca, foi o termo que ele usou. E ele pensou que ela estava nisso apenas por dinheiro. Ele teve um encontro com ela. Ele não queria representá-la. Ele a aconselhou a ver outra pessoa e ele avisou às autoridades. Ele não me disse quais autoridades.”

“Ele disse que esta mulher disse a ele que ela queria dinheiro?” Mesereau perguntou.

“Não, eu creio que ele disse que ele pensava que ela queria dinheiro” King disse.
“Ele disse em que ele estava baseando a opinião dele?”

“Não.”

“Você perguntou a ele?”

“Não. Ele apenas disse que ela era uma maluca. Ele disse ‘maluca’ umas duas vezes. E ele disse ‘Ela está nisto por dinheiro. ’”

“Tudo bem. Ele disse mais alguma coisa sobre Janet Arvizo?”

“Ele pensou que ela estava nisto apenas por dinheiro e (que) ela era um pouco instável, ou maluca, como ele disse. E ele não queria representá-la.”

“Ele disse mais alguma coisa sobre o caso de Michael Jackson, que você se lembre?” Mesereau queria saber.

“Que não seja isso, ele disse que queria ser regular no nosso programa”, King testemunhou.

De acordo com Larry King, durante o encontro em Beverly Hills, a produtora dele disse a Feldman que eles o ligariam para marcar uma data para ele aparecer no programa e concordou que Feldman fosse um regular palestrante durante o curso do julgamento de Jackson. Larry King disse ao tribunal que quando um dos produtores dele chamou Feldman cerca de uma semana mais tarde, Larry Feldman não respondeu.

Poucas semanas depois disso, o senhor King disse, ele se encontrou com o senhor Feldman em outro restaurante de Los Angeles.

“O que está acontecendo”, Larry Feldman perguntou.

“Alguma coisa surgiu”, Feldman disse a ele.

King testemunhou que depois dessa breve conversa, ele nunca soube de Larry Feldman novamente. Larry King disse ao tribunal que algum tempo depois, lendo em um jornal, ele soube que Larry Feldman tinha decidido representar Janet Arvizo.

Sendo que a maior parte do testemunho de King, quando a audiência acabou, o juiz Melville decidiu que ele não considerava que o testemunho de Larry King contestaria Larry Feldman. Baseado na oferta de provas, o juiz decidiu não permitir o testemunho de Larry Feldman.

Para a promotoria, a decisão do juiz Melville foi um presente. A lembrança de Larry King da conversa dele com Larry Feldman poderia ter destruído o caso da promotoria. No início do julgamento, Larry Feldman testemunhou que ele não tinha falado sobre Janet Arvizo na presença de Larry Feldman.

Mas o testemunho de Larry King não era algo que o júri seria permitido ouvir. Quanto à mídia, o fato de que Larry King tinha legítimas informações, mas tenha sido impedido de testemunhar no julgamento, não aprecia terrivelmente importante. Se o juiz estava trabalhando em favor da promotoria, nenhuma palavra foi dita na TV sobre isso.

Na verdade, as redes de televisão dispensaram Larry King, desconsiderando os comentários dele como boato. Que Larry Feldman tenha descrito a mãe do acusador como uma “maluca” que estava “atrás de dinheiro”, foi algo que se tornou piada interna.






2 comentários »

  • Jackson said:  

    Como faz pra colocar a foto do MJ lá em cima?
    Também criei um blog em homenagem ao MJ, só que como é o primeiro blog que eu faço na vida, não sei mexer muito bem!
    Se quiser siga: http://michaeljacksonforeverioh.blogspot.com/2012_01_01_archive.html
    Crei hoje!
    Sou cover do MJ!
    Obrigada.

    Abraço.

    Gabriela Jackson.

  • Unknown said:  

    Existem centenas de sites que ensinam a fazer tudo em seu blog. Procure o 'dica para blogs' no google. Boa sorte!

  • Sesini duyur!

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