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Transcrição do julgamento de 2005 - Declaração de abertura de Tom Mesereau - Parte 4


1 RELATÓRIOS CERTIFICADOS
2
3
4 O POVO DO ESTADO DA CALIFÓRNIA)
5 CALIFORNIA)
6 Querelante)
7 -vs-) Número 1133603
8 MICHAEL JOE JACKSON)
9 RÉU)
10
11
12 I, MICHELE MATTSON McNEIL, RPR, CRR, CSR
13 #3304, Oficial Relator da Corte, certifica que:
14 Que as páginas nateriores de 3 a 170
15 contêm uma verdadeira e correta transcrição do
16 processo que contêm as questões acima intituladas,
17 questões tomadas por mim e digitadas ao
18 dito processo de 28 de fevereiro de 2005 e
19 depois reduzi a termo digitando no computador
20 a transcrição sob minha direção.
21 DATA: Santa Maria, Califórnia,
22 28 de fevereiro de 2005.
23
24
25
26
27 MICHELE MATTSON McNEIL, RPR, CRR, CSR #3304
28 REPÓRTER OFICIAL DO TRIBUNAL171


1 Santa Maria, Califórnia.
2 Terça-feira, primeiro de março de 2005
3 8:30 da manhã.
4
5 O TRIBUNAL: Bom dia.
6 ADVOGADOS, À MESA DA DEFESA: (Em uníssono)
7 Bom dia, Meritíssimo. Bom dia.
8 o tribuna: Sr. Mesereau.
9 SR. MESEREAU: Obrigado, Meritíssimo.
10 Bom dia.
11 O JÚRI: (Em uníssono) Bom dia.
12 SR. MESEREAU: Senhoras e senhores do júri,
13 eu gostaria de esclarecer algumas declarações que eu fiz
14 ontem, corrigir um par de declarações e falar
15 um pouco mais sobre algumas outras coisas que eu
16 mencionei.
17 Antes de tudo, o promotor, no discurso de abertura dele,
18 fez uma alegação de que o Sr. Jackson tinha
19 intencionalmente, intencionalmente servido álcool a uma criança
20 em um voo vindo da Florida.
21 Vocês saberão neste julgamento que no voo
22 privado estavam o Sr. Jackson, dois dos filhos
23 dele, o medico dele, segurança pessoal, e
24 outros convidados, assim como os Arvizos. E vocês ouvirão
25 do medico dele que ele estava no assento nesse voo onde ele poderia
26 ver tudo e ele nunca dormiu.
27 E ele nunca viu nada assim
28 então dita lambida que promotor descreveu.

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1 mas em relação a isso, vocês precisam entender
2 que as acusações neste caso envolvendo álcool não são
3 acusações como responsabilizar um garçom por dar álcool a um menor
4 As acusações são que o Sr. Jackson deu
5 álcool com o propósito de molestar.
6 A acusação de álcool está diretamente ligada às
7 alegações de abuso. Uma acusação não existe sem
8 a outra. E o Sr. Jackson absolutamente nega isso.
10 Em relação a isso, eu provarei para vocês,
11 através de testemunhas, pessoas que trabalharam em Neverland
12 e a visitaram, que as crianças Arvizo, às vezes, ficavam fora
13 de controle, invadiam a adega de vinho, foram pegos
14 bebendo álcool sozinhos, sem o Sr. Jackson
15 nem mesmo estar presente ou saber sobre isso. Eles também foram
16 pegos invadindo o refrigerador na cozinha,
17 bebendo vinho e eles foram pegos
18 apanhando álcool de um armário. Há uma
19 testemunha que dirá a vocês que o Sr. Jackson pediu
20 álcool para ele e convidados e as crianças
21 furtaram isso. Eles foram pegos embriagados. Eles foram pegos com
22 garrafas. O Sr. Jackson não estava
23por perto
24 Nós provaremos a vocês que eles agora estão
25 tentando dizer que ele estava por trás de tudo isso. E
26 isso é falso.
27 Nós também provaremos para vocês que as crianças Arvizo,
28 como eu disse antes, inicialmente parecia muito 176


1 bem comportadas, mas isso mudou. E isso mudou radicalmente.
2 Por exemplo, há trabalhadores que são responsáveis pelo
3 parque de diversões. Há uma roda gigante.
4 Há carrossel nos quais crianças,
5 quando visitam Neverland, brincam.
6 Um desses empregados responsáveis pelos brinquedos
7 dirão a vocês que eles não têm certeza de como isto aconteceu,
8 mas eles pareciam ter memorizado os códigos para inicializar
9 os brinquedos. E ele ficou chocado e horrorizado
10 por encontras as crianças no topo da roda gigante
11 atirando objetos nos elefantes e nas pessoas.
12 Eles também, nós provaremos para vocês, memorizaram
13 vários códigos da casa. Eles de alguma forma descobriram um jeito
14 de nadir pela casa à vontade quando o senhor
15 Jackson nem mesmo estava na cidade e foram, na verdade, pegos
16 no quarto dele. Essas testemunhas testemunharão esses fatos
17 Eles estavam for a de controle.
18 O promotor disse a vocês que havia revistas de garotas e
19 material de sexo explícito na casa do Sr. Jackson.
20 E havia.  O Sr. Jackson
21 irá livremente admitir que ele lia revistas de garotas
22 de vez em quando. E o que ele faz é enviar alguém
23 ao supermercado local e eles escolhem
24 Playboy e eles escolhem Hustler, e ele as têm lido
25 vez ou outra. Ele absolutamente nega tê-las mostrado
26 às crianças. E, na verdade, as
27 revistas às quais o promotor se referiu estavam em uma
28 maleta trancada. E o Sr. Mr. Jackson dirá a vocês que ele

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1 encontrou essas crianças mexendo nas revistas dele e
2 as tomou deles e as trancou na maleta dele.
3 Isso será provado neste julgamento.
4 Eu quero enfatizar que o senhor Jackson não recebeu
5 nenhum pagamento de Bashir. As negociações originais
6 foram que o dinheiro iria para caridade na Inglaterra.
7 Eles estavam falando sobre 250,000 libras, erma
8 libras britânicas.
9 Isso, do ponto de vista do senhor Jackson,
10 o que o incentivou a fazer esse documentário foi que ele
11 confiou que o Sr. Bashir iria apresentá-lo em uma luz apropriada
12 honrada e honesta. E não foi isso que
13 aconteceu.
14 Ontem, eu mencionei que a Sra. Arvizo, quando ela
15 diz que ela estava em cárcere, foi a uma
16 tratamento de depilação corporal. Eu chequei o recibo, e eu
17 erroneamente disse 14 de fevereiro. Foi 11 de fevereiro
18 a depilação corporal. O que é particularmente significante
19 sobre isso, além do fato de que é difícil acreditar que
20 quando você está em cárcere privado você está indo
21 a clínicas locais de depilação corporal. O importante é isto:
22 Ela, por requisição dela mesma, foi levada de
23 Neverland ao salão. Ela ficou fora por três horas.
24 Ela foi deixada sozinha no salão. Ela ficou lá
25 por mais de uma hora recebendo um tratamento, quando ela
26 diz que ela estava em cárcere privado e não podia se comunicar
27 com ninguém. Isso é que é significante e
28 isso é um absurdo.

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1 Nesse dia particular, algumas coisas muito estranhas
2 aconteceram. O namorado dela e agora marido, como eu mencionei, era 3 o Major Jay Jackson, que está na Reserva do Exército
4 e ele estava recebendo aproximadamente $8,000
5 por mês, quando ela estava aceitando ajuda do governo. E ele estava
6 permitindo que ela depositasse os cheques de benefício dela na conta
7 dele. E como eu disse a vocês ontem, ela não estava declarando
8 nenhuma ajuda ou apoio dele em nenhuma das requisições dela
9 por assistência pública, as quais estavam sob
10 juramento.
11 Nesse dia particular, o Major Jay Jackson falou com ela
12 ao telefone e algo estranho aconteceu.
13 Entre a depilação corporal e quaisquer coisas que ela estava fazendo
14 em Neverland, ela alega e ele alega que ela disse que tinha problemas
15 em Neverland e que ele chamasse o
16 9-1-1. Mas quando ele disse a ela que ele
17 tinha chamado o 9-1-1, ela disse, “Eu não e estou com problemas. Nós
18 não precisamos do 9-1-1.”  Portanto a oportunidade de
19 chamar o 9-1-1, de chamr a polícia, de chamr a polícia
20 militar, sempre esteve lá. Ela disse que ela era mantida
21 afastada dessas pessoas durante esse cárcere
22 por alguns conspiradores que, ela alega, eram 
23 comandados por Michael Jackson. E isso é falso.
24 Nessa nota, nós provaremos para vocês, senhoras e
25 senhores, que durante o período que ela diz
26 que estava em cárcere, ela tinha acesso ao Departamento de Polícia
27 de Loas Angeles e estava, na verdade, em contato com oficiais do
28 Departamento de polícia de Los Angeles

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1 com quem ela estava associada e nunca
2 levantou uma questão sobre cárcere. Ela estava em contato
3 com o Major Jay Jackson, quem também tinha
4 acesso à polícia militar e nenhuma reclamação foi
5 feita.
6 Ela foi a um prédio federal em Los
7 Angeles para tirar passaporte para uma viagem ao Brasil.
8 Esse prédio federal estava lotado de empregados federais e
9 agentes federais. Ninguém foi informado que havia
10 um problema.
11 Ela tinha acesso ao Departamento de Serviços às Crianças
12 & à Família de, porque eles a entrevistaram, quando ela
13 estava na casa de Jay Jackson.
14 Ela reclamou, “Nós estamos encarcerados. Nós fomos sequestrados.
15Nós estamos sendo pressionado. Nós estamos sendo
16 defraudados. Meus filhos estão em risco”. Não,
17 nunca.
18 Tudo isso durante o período que o promotor
19 diz que a família estava sequestrada, encarcerada, que as
20 crianças estavam sendo feridas, et.
21 cetera.
22 Eu disse a vocês ontem que Michael Jackson
23 completamente nega essas alegações de abuso.
24Elas são falsas.
24 Agora, o promotor disse a vocês que o Sra. Arvizo
26 e os filhos dela virão e dirão que houve abuso.
27 Eles deram a vocês esta discussão indecente sobre masturbação
28 e coisas assim. Bem, senhoras

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1 e senhores do júri, os delegados de Santa Barbara
2 invadiram Neverland. Aproximadamente 70
3 oficiais estavam presentes...
4 SR. SNEDDON: Desculpe-me, Advogado. Eu vou objetar isso
5 como argumentativo.
6 THE COURT: Sustentado.
7 SR. MESEREAU: Senhoras e senhores, o DNA das crianças
8 Arvizo nunca foi encontrado no quarto do Sr.
9 Jackson depois da busca e testes.
10 O DNA deles não estava lá. Porque as acusações abuso sexual
11 são ficção.
12 Eu mencionei ontem que o Sr. Jackson
13 possui aproximadamente um milhão de livros. Ele possui, mas eu
14 penso que eu posse ter sugerido que eles estavam todos na casa
15 dele. Na verdade, muitos deles estão em um depósito. Portanto
16 eu quero ter certeza de que deixei isso claro. Mas ele é um leitor
17 voraz e um colecionador de livros.
18 Eu também indiquei que os promotores
19 inicialmente ajuizaram uma Acusação contra o Sr. Jackson
20 alegando que esse abuso tinha ocorrido, baseado no que
21 os Arvizos disseram a eles, de os Arvizos
22 fazerem o vídeo rebutal elogiando Michael Jackson dizendo que ele
23 nunca fez nada de errado. E vocês virão isso no julgamento.
24 E também antes de eles serem entrevistados pelo
25Departamento de Serviços às Crianças e à Família de Los Angeles,
26 quando eles repetiram as absolutas negações deles de que ele tivesse
27 alguma vez feito algo errado. Eles não fizeram nada além de elogiá-lo
28 até o máximo.

181


1 E o que eu disse a vocês foi depois que a realidade
2 dessas declarações foi estabelecida, o promotor mudou
3 as datas dos alegados abusos sexuais e agora eles supostamente
4 ocorreram depois daquelas entrevistas.
5 e como eu disse a vocês, esse era o tempo quando a mídia
6 e o Sr. Sneddon está investigado, e
7 todo mundo está falando sobre o documentário de Bashir,
8 e s redes de T.V. estão vindo para ver se elas podem
9 fazer um vídeo de refutação. Esse é momento
10 quando eles estão alegando que esses atos de abuso sexual
11 ocorreram. Não ocorreram.
12 Agora, Sr. Sneddon, o promotor, disse a vocês
13 “Janet Arvizo não quer dinheiro. Ela não está
14 fazendo isso por dinheiro.”
15 Bem, nós provaremos para vocês o seguinte:
16 Como eu disse ontem, quando ela alegadamente soube
17 sobre essas acusações de abuso sexual, ela não foi à
18 policia, ela foi a um advogado. E eu acabei de mencionar a vocês que
19 que ela estava em contato com vários membros
20 do Departamento de Polícia de Los Angeles durante esse período
21 do chamado cárcere privado, neste período da dita
22 conspiração por Michael Jackson e os
23 associados dele.
24 Um desses oficiais de polícia irá testemunhar
25 que Janet disse a ele, “Algo grande está acontecendo,
26 e eu tenho um advogado.” Isso é o número um.
27 Número dois, como eu disse a vocês ontem, ela
28 percebeu em certo ponto que ir a um advogado primeiro

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1 não parecia muito bom. E foi quando ela começou
2 a alegar que ela soube sobre isso através da polícia
2 não dos advogados. O problema é que os advogados é que
3 eventualmente foram à polícia. Portanto
5 vocês terão que considerar isso.
6 Janet Arvizo disse aos delegados de Santa Barbara
7 em umas das entrevistas, “Vocês sabem, meus filhos têm até
8 a idade de 18 anos para ajuizar um processo civil.” E ela estava certa,
9 porque alguém menor de idade que tem uma
10 queixa não está preso ao chamado estado de limitações
11 como adultos estão.
12 Um estado de limitações, como muitos de vocês sabem, é um
3 certo período de tempo no qual você tem que ajuizar se você
14 tem uma reclamação ou suas reclamações prescrevem. Elas
15 prescrevem, porque eles não querem… basicamente a lei diz que
16 as pessoas não podem ficar por aí sentadas para sempre
17 esperando para ajuizar reclamações ou todo o sistema
18 seria caótico.
19 Portanto o estado de limitações é definido pela
20 legislação. E ela deu períodos
21 de tempo durante o qual alguém pode processar.
22 para os filhos dela, as alegadas vítimas de abuso sexual
23, eles terão ate os 18 anos de idade. E ela disse isso
24 aos policiais, assim como ela disse aos policiais que ela
25 tinha contratado um advogado. Por que ela disse isso aos
26 policiais. E por que nas entrevistas dela com a polícia, como iremos
27 provar, ela disse repetidamente que, “Eu preciso de dinheiro, eu quero
28 dinheiro”, ou palavras do tipo.

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1 Senhoras e senhores, nós provaremos para vocês para vocês o
2 relacionamento entre um processo criminal e uma reclamação
3 reclamação civil por danos baseiam-se no mesmo tipo
4 de alegada conduta. A qual eu estou me referindo. Eu
5 penso que alguns de vocês já sabem disso, mas nós
6 provaremos isso a vocês de qualquer forma
7 Aqui está o que isso é: Há o que é chamado um
8 uma sobrecarga de prova em um caso criminal; ou seja,
9 você deve provar, além de uma dúvida razoável, que as
10 alegações são verdadeiras e que o acusado
11 é culpado.
12 Em um caso civil o que é chamado de sobrecarga da
13 prova é mais branda. É mais fácil. É chamado preponderância
14 da evidência.
15 SR. SNEDDON: Meritíssimo, eu vou
16 objetar isso.
17 O TRIBUNAL: Sustentado.
18 SR. MESEREAU: Senhoras e senhores, nós provaremos
19 que Janet e os filhos dela estão usando este caso
20 para ganhar um caso civil.
21 SR. SNEDDON: Meritíssimo, eu vou
22 objetar a isso como argumentativo.
23 O Tribunal: Sustentado.
24 SR. MESEREAU: Nós também iremos provar que
25 o advogado Larry Feldman, que o promotor
26 reconhece que processou o Sr. Jackson tempos atrás, um
27 advogado muito famoso em Beverly Hills, Califórnia,
28 nós provaremos a vocês que esse advogado estava

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1 almoçando com o apresentador do talk show da CNN, Larry King, e
2 disse: “Ela quer dinheiro.”
3 Senhoras e senhores, o promotor
4 ontem que os atos de abuso sexual ocorreram
5 durante certas datas. Nós provaremos para vocês que
6 a maioria dessas datas, não todas elas, mas a maioria delas,
7 Michael Jackson nem mesmo estava perto de Neverland.
8 Com base em nossas investigações, nós podemos encontras quatro
9 aproximadas datas onde ele estava em Neverland. Mas muitas
10 dessas datas que vocês ouviram o promotor identificar,
11 ele não estava nem preto do lugar.
12 Agora, senhoras e senhores, eu gostaria de dizer a vocês
13 um pouco sobre essas alegações de conspiração
14 particularmente, como elas se relacionam aos
15 ditos co-conspiradores que o Sr. Jackson está
16, supostamente, aliado, com o proposito de
17 cometer crimes.
18 A primeira coisa que vocês precisam saber é que
19 eles estão dizendo que o Sr. Jackson cometeu crimes
20 por concordar que outros cometessem crimes, os ditos
21 co-conspiradores. E o promotor identificou quem
22 esses conspiradores supostamente são. E,
23 na verdade, nos documentos de indiciamento, o juiz Melville
24 leu para vocês os nomes. Schaffel, Dieter, Konitzer,
25 Cascio, Amen. Vocês sabem que nenhum deles foi acusado.
26 Vocês sabem que o único que eles acusam
27 de conspiração é Michael Jackson.
28 SR. SNEDDON: Meritíssimo, eu vou

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1 objetar isso como argumentativo.
2 O TRIBUANAL: Advogado, isso é mesmo… o jeito que
3 você está dizendo o que você está dizendo é argumentativa
4 forma de…você não está dizendo, “Nós iremos provar isto,
5 nós iremos provar aquilo.”
6 SR. MESEREAU: Okay. Obrigado, Meritíssimo.
7 Nós provaremos para vocês que nenhum desses ditos
8 co-conspiradores foram acusados de  nenhum crime.
9 O único que o governo tem apontado é
10 o Sr. Jackson, quando surgem com essas
11 alegações de conspiração.
12 Como eu disse para vocês ontem, o Sr. Jackson tem
13 um certo estilo de vida e presença que atrai todo o tipo
14 de pessoas, continuamente, que procuram
15 lucrar às crustas dele. É um problema permanente.
16 É uma questão permanente. Ele é um dos mega stars mias famosos
17 do mundo. Ele é conhecido com um gênio musical.
18 um dos maiores do mundo. E ele é conhecido
19 no mundo todo, como alguém que fez muito dinheiro.
20 Essa é a reputação pela qual as pessoas vêm até ele
21 e elas querem tirar lucro disso.
22 E vocês podem adivinhar os personagens que
23 surgem tentando conseguir se infiltrar com
24 uma ideia. Uma ideia para um concerto...
25 MR. SNEDDON: Meritíssimo, eu vou objetar a isso
26 como argumentativo de novo.
27 SR. MESEREAU: Eu irei... Eu mudarei isso,
28 meritíssimo.

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1 O TRIBUNAL: Reformule isso.
2 SR. MESEREAU: Nós provaremos a vocês que
3 o Sr. Jackson, em razão da presença dele em todo o
4 mundo, na indústria da música, continuamente atrai
5 pessoas que procuram por lucro.
6 Nós provaremos para vocês, senhoras e senhores, que isso
7 criou um problema na vida dele. E aqui está
8 o problema, que nós provaremos para vocês que existe: o Senhor
9 Jackson é um artista.  Isso é o que o trabalho primordial dele é
10 Ele é um artista. Ele é chamado de gênio musical.
11 Ele é uma pessoa criativa que dança para um criativo
12 baterista.
13 O Sr. Jackson foi entrevistado pelo Sr. Bashir
14 sobre como ele vive, como ele se sente e como ele trabalha.
15 E entre outras coisas, ele respondeu às perguntas do Sr. Bashir
16 durante essas linhas. Ele disse “Eu tenho que ser inspirado.
17 Eu não posso acordar cada dia e dizer, ‘Você sabe,
18 hoje eu tenho um objetivo. Eu vou criar música.
19 Eu viu criar coreografia. Eu vou criar um
20 vídeo. Eu vou enviar a mensagem.
21 eu vou traduzir isto em música e coreografia.
22 Isso é o que eu farei hoje. ’”
23 ele disse ao Sr. Bashir, “Eu não posso fazer isso.
24 Não funciona assim. Eu tenho que estar inspirado.
25 Eu não sei quando eu estrarei inspirado. Eu tenho
26 que estar aberto á inspiração para fazer
27 o tipo de trabalho que eu faço.” E para fazer isso, ele tem que
28 viver de certa forma.

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1 Por exemplo, o Sr. Bashir expressou surpresa
2 quando ele disse a ele: "Eu tenho uma árvore na minha propriedade.
3 e muitas vezes eu subo e me sento na árvore
4 sozinho. E eu estou tranquilo e estou quieto e eu
5 medito. Muitas vezes Deus me dá esta faísca criativa
6 que eu preciso para fazer o trabalho no qual eu sou excelente."
7 Vamos provar para vocês que o Sr. Jackson,
8 muitas vezes, acorda às 3:00 da manhã em Neverland.
9 Ele vai sair de casa dele sozinho e vai
10 dar um passeio sozinho, sob as estrelas, sob a lua,
11 sob o céu. Vai meditar à própria maneira, e
12 espera que as ideias e inspiração venham.
13 E ele sempre diz que quando se trata de dançar ou
14 músicas, "Eu não posso pensar meu caminho para o resultado. Isso tem 15 que vir a mim, e eu tenho que sentir isso. "
16 Este é estilo de vida dele, vamos provar. E
17 um dos problemas que vamos provar é que se
18 você vai ser aquele tipo de gênio criativo,
19 nem sempre sobra tempo para se sentar com
20 advogados e contadores e consultores de negócios em uma
21 base regular. Na verdade, ele já disse, "Quando eu passo
22 mais tempo nessas áreas, eu crio menos. "
23 O que isso significa, senhoras e senhores?
24 Isso significa que ele é vulnerável a ser aproveitado
25 Jurídica e financeiramente. E vamos ter testemunhas
26 que dirão a vocês que observaram documentos ser apresentados
27 a ele e ele assiná-los sem ler.
28 Esses tipos de comportamento... E esse tipo de comportamento

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1 tem causado problemas no passado para ele. Mas ele é
2 um espírito criativo e ele tem que viver do jeito que
3 ele vive. E ele não vive como um criminoso,
4 como eles disseram a você.
5 Em um ponto, vários indivíduos que se aproximaram dele
6 foram capazes de ficar cara a cara com ele
7 e convencê-lo de que eles poderiam ajudá-lo
8 com os negócios dele. É claro que isso tem acontecido
9 há anos. Isso tem acontecido, nós provaremos para vocês,
10 desde que ele era criança. Porque ele começou a performar
11 aos cinco anos de idade. E aos oito anos de idade
12 foi reconhecido pela genialidade dele e o talento dele.
13 É uma idade muito precoce.
14 E ele, e a família dele, estavam trabalhando
15 com um estúdio como a Motown, onde eles fizeram muito
16 sucesso. E como parte dos negócios de música, eles
17 foram informados, “Nós temos publicidades, pessoas da imprensa,
18 agentes, empresários. Eles dirão a vocês o que dizer.
19 Imagem é negócios. Imagem é fundamental. Você não pode
20 apenas sair e livremente discutir seus sentimentos,
21 sua vida, o que você quer fazer, o que você gosta ou não gosta.
22 Nós diremos a você o que dizer e você
23 dirá isso.”
24 E coisas como hábitos pessoas, medos particulares
25 idiossincrasias, eram ocultadas,
26 porque, depois de tudo, isso era um grande negócio.
27 Vocês escutaram os nomes Konitzer e Dieter.
28 Eles chegaram e ele alegaram que eles iriam

189

1ajudar a resgatar Michael Jackson deste mundo de
2 charlatães e aproveitadores e, seriam muito úteis
3 com uma mão no bolso dele.
4 Eles também revelaram quem eles eram durante o curso da
5 experiências dele com eles. O promotor
6 quer que vocês acreditem que o Sr. Jackson estava de alguma forma
7 envolvido com essas pessoas diariamente, obtendo todo tipo de
8 informação dele e  sabia tudo
9 que eles estavam fazendo. Ele não sabia.
10 SR. SNEDDON: Meritíssimo, eu vou objetar a isso
11 como argumentativo.
12 O Tribunal: Superado.
13 SR. MESEREAU: Ele não sabia. Isso é o que
14 Dieter e Konitzer estavam planejando fazer em relação
15 ao Sr. Jackson: Agora, por causa do envolvimento dele, referindo-se a 16 Michael Jackson, Michael é um artista
17 e não um homem de negócios. Ele não gosta de
18 negócios. Ele não se importa com formalidades,
19 proper procedures, detailed briefings, et cetera.
20 Qualquer um desses elementos mata a energia criativa dele.
21 Ele que ficar for a disso. Esta é a razão pela qual
22 ele nos deu uma extensiva procuração.
23 Vocês sabem o que é uma procuração, senhoras e senhores
24 Eu tenho certeza que alguns de vocês sabem.
25 Talvez todos vocês saibam.  Isso dá a alguém poderes para
26 assinar em seus negócios e representá-lo,
27 e assinar coisas e fazer coisas de um ponto de vista
28 legal. É um ato muito sério, quando você

 190

1 dar a alguém uma procuração. Mas eles receberam uma de
2 Michael.
3 Eles disseram mais, “A intenção dele era
4 definitivamente não ser preocupado com assinaturas aqui
5 e ali, todos os dias, e com encontros pessoais
6 com todos e cada um dos membros do time dele. Nós
7 percebemos que alguém poderia se sentir insultado, mas não
8 é pessoal. Assinaturas e reuniões com Michael,
9 em geral, não acontecerão. Apenas em casos
10 muito especiais, excepcionais, serão realizadas.”
11 Nós provaremos a vocês que esses ditos
12 consultores de negócios fizeram um concentrado esforço de manter
13 Michael Jackson alheio a muito do que eles estavam
14 tentando fazer em nome dele e controlar
15 os negócios dele, particularmente os negócios musicais.
16 Em janeiro de 2003, isto foi o quem um deles
17 escreveu: “Sim, eu e o senhor Weizner, quem você irá conhecer
18 em Las Vegas, estamos autorizados a engajar você. Nós
19 devemos ganhar controle financeiro dos negócios, gravações,
20 documentos, acordos e também operações, tudo
21 que pertença a Michael Jackson que esteja no
22 controle possessório deles.”
23 Eles identificaram duas fazes das atividades que eles
24 eles iriam buscar: Um, assumir o controle. Dois, operação
25 limpeza, eliminar antigos negócios. E eles disseram que
26 eles ririam criar o que eles chamavam: “O
27 Universo de Michael Jackson.” Esse era o propósito
28 deles, administrar e controlar todos os negócios de Michael

191


1 Jackson, enquanto ele gastava o tempo dele criando
2 e escrevendo e coreografando e as coisas que ele
3 adora fazer.
4 Nós provaremos para vocês que, diferentemente do que foi dito
5 a vocês, ele não sabia muitas coisas que eles
6 estavam fazendo, porque eles quiseram que ele não soubesse
7 o que eles estavam fazendo. E eles não estavam contando a ele muito
8 do que estava acontecendo.
9 Nós provaremos para vocês também que um advogado
10 chamado David LeGrand foi, em um momento, mantido para
11 ajudar o Sr. Jackson. David LeGrand tem sido um
12 procurador de valores imobiliários. Como um procurador
13 de valores imobiliários, nós provaremos que ele
14 pegava pessoa por financeiros, 15fraudes acionárias, seguindo procedimentos adequados e divulgando
16 se você estava vendendo ações ou títulos.
17Coisas desse tipo.
18 David LeGrand começou a farejar que algo estava errado
9 e ele confrontou Dieter e Konitzer
20 com as suspeitas dele, até mesmo escreveu para eles dizendo:
21 “Por que vocês estão retirando dinheiro. Quem disse para
22 Vocês fazerem isso. Quem deu permissão. Para onde o dinheiro
23 está indo. O que vocês estão fazendo com o dinheiro.”
24 Eles, então, foram capazes de convencer Michael
25 Jackson a demitir LeGrand. Mas antes que isso acontecesse,
26 David LeGrand iniciou uma investigação dentro das atividades
27 desses alegados co-conspiradores, Dieter,
28 Konitzer, Schaffel e outros.

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Michael Jackson Lamentou Ter Feito o Acordo

Michael Jackson LAMENTOU o acordo civil


Originalmente escrito por Helena (vindicatemj)
Revisado por Daniela Ferreira


Michael Jackson lamentou muito o fato de ter permitido que os advogados dele o convencessem a resolver o case Chandler, de 1993, sem julgamento. Importante que se ressalte, que estamos falando de julgamento civil, pois o acordo não prejudicou a investigação criminal. Como já esclarecido em outros posts, o indiciamento criminal não ocorreu por decisão de dois grandes juris.
Em um comunicado de imprensa datado de 17 de junho de 2004 sobre a resolução de 1993, Michael expressou o espanto dele diante do fluxo de vazamentos para a mídia (promovido por Larry Feldman (?), quem também estava impedido pelo acordo de confidencialidade) e com o fato de que nenhuma tentativa de investigar quem estava tão grosseiramente a violar a lei foi feita. Michael também lamentou ter aceitado um acordo civil com os Chandlers:
"Eu respeito a obrigação de confidencialidade imposta a todas as partes no processo de 1993. No entanto, alguém optou por violar a confidencialidade desses processos. Quem agora está vazando este material está mostrando  um desrespeito muito grande pela "ordem de mordaça", do Tribunal de Santa Maria, porque eles estão determinados a me atacar.
Nenhuma ação ou investigação foi tomada para determinar quem está vazando essas informações ou por que eles estão autorizados a violar a lei de tal maneira. Eu respeitosamente solicito que as pessoas vejam esses esforços pelo que eles são.
Esses tipos de ataques e vazamentos procuram julgar o caso na imprensa, ao invés de um júri que vai ouvir todas as evidências que mostram que eu não machuquei e nunca machucaria uma criança.
Eu sempre mantive minha inocência e neguei veementemente que esses eventos tivessem alguma vez acontecido. Eu relutantemente escolhi  liquidar as afirmações falsas só para acabar com a publicidade terrível e continuar com a minha vida e carreira.
Eu peço a todos os meus vizinhos em Santa Maria, as pessoas a quem eu dou a minha confiança e admiração leal, para manter uma mente aberta, e me deem uma chance para mostrar que eu sou completamente inocente dessas acusações. Eu não vou decepcionar vocês.”
Num comunicado de imprensa divulgado para a mídia, em 03 de setembro de 2004, Michael Jackson novamente comentou sobre por que ele tinha feito alguns acordos no passado (com Jordan Chandler, em 1993, e Jason Francia em 1994):
"É lamentável que, no entanto, mais uma vez, devo responder a inverdades e sensacionalismo. Anos atrás, eu entrei em acordo com certas pessoas porque eu estava preocupado com minha família e com o escrutínio da mídia que teria prosseguido, se eu tivesse lutado com o problema em um tribunal. Essas pessoas queriam explorar minha preocupação com as crianças, ameaçando destruir aquilo em que acredito e o que eu faço. Eu tenho sido um alvo vulnerável para aqueles que querem dinheiro..."
Numa conferência de imprensa realizada em 17 de setembro de 2004, o advogado de defesa de Michael Jackson, Thomas Mesereau, falou dos acordos do passado, porque eles foram realizados e quanto Michael Jackson se arrependeu por ter feito tais acordos. O conselho que Michael recebeu dos advogados anteriores dele estava errado, uma vez que só abriu as portas para inúmeras frívolas ações civis, por parte de indivíduos oportunistas. Thomas Mesereau, ainda, disse que esse conselho veio "daqueles que estavam prontos para fazer fortunas com os negócios de Michael”.
A declaração dele está, parcialmente, transcrita abaixo:
"O senhor Jackson tem sido alvo de processos judiciais frívolos ao longo da carreira dele. Até o momento, bem mais de mil processos judiciais ridículos foram ajuizados ou ameaçados contra o Sr. Jackson, por todos os tipos de razões, por aqueles que tentaram obter dinheiro explorando as conquistas dele e o amor dele pelas as pessoas.
Nenhuma dessas reivindicações envolvia alegações de que ele alguma vez tivesse prejudicado uma criança. No entanto, elas envolviam, na maior parte, tentativas criativas e ultrajantes de tirar dinheiro do Sr. Jackson. Ao longo da carreira dele, o desejo de Michael Jackson para criar e ajudar o nosso mundo tem sido submetido a esforços para explorar, minar e aproveitar desse ser humano maravilhoso.
O Sr. Jackson tem sido repetidamente aconselhado por aqueles que estavam para fazer fortunas com os negócios dele, para pagar o dinheiro, ao invés de enfrentar certas alegações falsas. Como resultado, muitos anos atrás, ele pagou o dinheiro para encerrar, em vez de litigar, duas falsas alegações de que ele havia prejudicado as crianças.
As pessoas que pretendiam ganhar milhões de dólares com as promoções dos álbuns e das músicas dele não queriam que publicidade negativa desses processos interferissem com nos  lucros deles.
Estas duas falsas alegações devem ser colocadas em uma perspectiva adequada. O Sr. Jackson tem interagido com milhões de crianças. Muitos milhões de crianças em todo o mundo amam Michael Jackson e nunca alegaram que ele as feriu de qualquer maneira.
Aqueles que queriam lucrar com as boas obras e vulnerabilidades dele, estiveram também ameaçando destruir a capacidade dele em criar os próprios filhos e de defender o bem-estar, a integridade, humanidade, e os interesses de crianças em todo o mundo. Michael Jackson ocupa um mundo onde a privacidade dele é constantemente violada.
Michael Jackson AGORA SE ARREPENDE POR TER FEITO ESSES PAGAMENTOS. No entanto, esses esforços para fazer o acordo agora estão sendo usados contra ele, independentemente dos méritos ou a verdade por trás deles. Esses acordos foram celebrados com uma condição primária. Essa condição era que NUNCA o senhor Jackson ADMITIU QUALQUER IRREGULARIDADE.
Mr. Jackson always denied doing anything wrong. Mr. Jackson had hoped to buy peace in the process. He was advised that while these sums of money appeared large, they were actually very small compared to money he could make in music. Mr. Jackson has earned well over one billion dollars in his career. Placed in this perspective, they were very small sums, indeed.
O senhor Jackson sempre negou fazer qualquer coisa errada. O senhor Jackson tinha a esperança de comprar a paz no processo. Ele foi avisado de que enquanto as quantias de dinheiro pareciam grandes, elas eram realmente muito pequenas, comparado ao dinheiro que ele poderia fazer na música. Jackson ganhou bem mais de um bilhão de dólares na carreira dele. Colocado nesta perspectiva, eles eram muito pequenas quantias, de fato.
A ganância gera ganância. O senhor Jackson agora percebe que o conselho que recebeu foi errado. Ele deveria ter combatido essas ações até o fim e se justificado. A publicidade recente sobre esses acordos é injusta e prejudicial a ele, à família dele e à dedicação dele às crianças do mundo. As falsas acusações que enfrenta serão combatidas em um tribunal de justiça dentro do nosso sistema de justiça. ELE É INOCENTE E SERÁ JUSTIÇADO.
Partes das declarações de Mesereau se encontram nesta reportagem:


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"Michael Jackson Foi Vítima De Conspiração? " 1º parte


Michael Jackson Foi Vítima de uma Conspiração?

 


Por Mary Fischer

Fonte: GQ Magazine, 1994

Créditos a MJ Beats

Traduzido por Ghost

Revisado por Niemand


Antes de O.J. Simpson foi Michael Jackson – outra amada celebridade negra aparentemente derrubada por alegações de escândalos em sua vida pessoal. Aquelas alegações – de que Jackson tinha molestado um garoto de 13 anos – resultaram em um processo multimilionário, investigações de dois grandes-júris e um circo na mídia inescrupulosa. Jackson, por sua vez, apresentou acusações de extorsão contra alguns de seus acusadores. Em última instância, a ação foi resolvida fora dos tribunais por uma soma que foi estimada em US $ 20 milhões; nenhuma acusação criminal foi registrada contra Jackson por parte da polícia ou os júris. Em agosto passado, Jackson estava nos noticiários outra vez, quando Lisa Marie Presley, filha de Elvis, anunciou que ela e o cantor haviam se casado.

À medida que a poeira assenta sobre um dos piores episódios de excesso de mídia da nação, uma coisa é clara: O público americano nunca ouviu uma defesa de Michael Jackson. Até agora.

É, naturalmente, impossível provar uma negativa – isto é, provar que algo não aconteceu. Mas é possível analisar mais profundamente as pessoas que fizeram as acusações contra Jackson e, assim, ter um insight quanto a seu caráter e motivações. O que emerge dessa análise, baseada em documentos judiciais, registros de negócios e dezenas de entrevistas, é um argumento convincente de que Jackson não molestou ninguém e que ele pode ter sido vítima de um plano bem concebido para extorquir dinheiro dele.

Mais do que isso, a história que surge a partir desse território anteriormente inexplorado é radicalmente diferente do conto que tem sido promovido por tabloides e até mesmo jornalistas dos grandes órgãos de mídia. É uma história de ganância, ambição, equívocos por parte da polícia e da promotoria, uma mídia preguiçosa em busca de sensacionalismo e do uso de uma droga hipnótica poderosa. Pode ser também uma história sobre como um caso foi simplesmente inventado.

Nem Michael Jackson nem seus atuais advogados de defesa concordaram em ser entrevistados para este artigo. Se tivessem decidido enfrentar as acusações civis e irem a julgamento, o que se segue poderia ter servido como o núcleo da defesa de Jackson - bem como a base para continuar as acusações de extorsão contra seus próprios acusadores, o que poderia muito bem ter absolvido o cantor.

Os problemas de Jackson começaram quando seu carro quebrou na Wilshire Boulevard, em Los Angeles, em maio de 1992. Encalhado no meio da rua com muito trânsito, Jackson foi visto pela esposa de Mel Green, um funcionário da Rent-A-Wreck, uma agência não convencional de aluguel de carros, a uma milha de distância. Green foi resgatá-lo. Quando Dave Schwartz, o proprietário da companhia de aluguel de carros, soube que Green estava levando Jackson ao local, chamou sua esposa, June, e disse-lhe para vir com sua filha de 6 anos de idade e seu filho de seu casamento anterior. O menino, então com 12, era um grande fã de Jackson. Ao chegar, June Chandler Schwartz contou a Jackson sobre quando seu filho havia enviado a ele um desenho depois que o cabelo do cantor pegou fogo durante a filmagem de um comercial da Pepsi. Então, ela deu a Jackson número de sua casa.

"Era quase como se ela estivesse jogando [o menino] para cima dele", lembra Green. "Acho que Michael achou que devia algo ao menino, e foi aí que tudo começou."

Certos fatos sobre o relacionamento não se discutem. Jackson começou a ligar para o menino, e uma amizade se desenvolveu. Depois que Jackson retornou de uma turnê promocional, três meses mais tarde, June Schwartz Chandler e seu filho e filha tornaram-se convidados frequentes de Neverland, rancho de Jackson no Condado de Santa Barbara. Durante o ano seguinte, Jackson cobriu o menino e sua família de atenção e presentes, incluindo videogames, relógios, uma farra de compras depois do expediente na Toys "R" Us e viagens ao redor do mundo - desde Las Vegas e Disney World até Mônaco e Paris.

Em março de 1993, Jackson e o menino estavam juntos frequentemente e as “festinhas do pijama” começaram. June Chandler Schwartz também havia se tornado próxima a Jackson "e gostava demais dele", diz um amigo. "Ele era o homem mais gentil que ela já tinha encontrado". Excentricidades pessoais Jackson - desde suas tentativas de refazer seu rosto através de cirurgias plásticas até sua preferência pela companhia de crianças - têm sido amplamente relatadas. E, embora possa ser incomum um homem de 35 anos ter festas do pijama com uma criança de 13 anos de idade, a mãe do menino e outras pessoas próximas a Jackson nunca acharam estranho. O comportamento de Jackson é mais bem compreendido quando ele é colocado no contexto de sua própria infância.

"Ao contrário do que se poderia pensar, a vida de Michael não foi um passeio no parque", diz um dos seus advogados. A infância de Jackson foi essencialmente interrompida - e sua vida nada ortodoxa começou – quando ele tinha 5 anos, vivendo em Gary, Indiana. Michael passou a juventude em estúdios de ensaio, nos palcos se apresentando diante de milhões de estranhos e dormindo em uma sequência interminável de quartos de hotel. Exceto por seus oito irmãos e irmãs, Jackson foi cercado por adultos que pressionaram incansavelmente, em particular, seu pai, Joe Jackson - um homem rigoroso, sem afeição e que, segundo relatos, espancava seus filhos.

As primeiras experiências de Jackson se traduziram em um tipo de desenvolvimento contido, muitos dizem, e ele se tornou uma criança no corpo de um homem. "Ele nunca teve uma infância", diz Bert Fields, ex-advogado de Jackson. "Ele está tendo uma agora. Seus companheiros são meninos de 12 anos. Eles fazem brigas de travesseiros e guerra de comida”. O interesse de Jackson por crianças também se traduziu em esforços humanitários. Ao longo dos anos, ele doou milhões para causas beneficentes, incluindo a sua própria Heal The World Foundation.

Mas há um outro contexto: o que tem a ver com os tempos em que vivemos - em que a maioria dos observadores avalia o comportamento de Jackson. "Dada a atual confusão e histeria sobre abuso sexual de crianças", diz o Dr. Phillip Resnick, um conhecido psiquiatra de Cleveland, “qualquer contato físico ou duradouro com uma criança pode ser visto como suspeito, e o adulto pode muito bem ser acusado de má conduta sexual".

A princípio, o envolvimento de Jackson com o garoto foi bem recebido por todos os adultos na vida do jovem - sua mãe, seu padrasto e até mesmo seu pai biológico, Evan Chandler (que também se recusou a ser entrevistado para este artigo). Evan Robert Charmatz, nascido no Bronx em 1944, Chandler relutantemente tinha seguido os passos de seu pai e irmãos e se tornado um dentista. "Ele odiava ser um dentista", diz um amigo da família. "Ele sempre quis ser um escritor". Depois de se mudar em 1973 para West Palm Beach para exercer a profissão de dentista, ele mudou seu sobrenome, achava que Charmatz “soava muito judaico", diz um ex-colega. Na esperança de alguma forma se tornar um roteirista, Chandler se mudou para Los Angeles nos anos setenta, com sua esposa, June Wong, uma euroasiática atraente que havia trabalhado brevemente como modelo.

A carreira odontológica de Chandler teve seus momentos precários. Em dezembro de 1978, enquanto trabalhava para o Crenshaw Family Dental Center, uma clínica em uma área de baixa renda de L.A., Chandler fez restauração em dezesseis dentes de um paciente durante uma única visita. Em uma avaliação do trabalho, o Conselho de Examinadores Odontológicos, revelou "a ignorância e/ou ineficiência" em sua profissão. O conselho revogou sua licença, no entanto, a revogação foi suspensa, e o conselho, em vez disso, o suspendeu por noventa dias e o colocou em observação por dois anos e meio. Devastado, Chandler foi para a cidade de New York. Ele escreveu um roteiro de cinema, mas não conseguia vendê-lo.

Meses mais tarde, Chandler retornou a Los Angeles com sua esposa e realizou uma série de trabalhos de odontologia. Em 1980, quando seu filho nasceu, o casamento do casal estava em apuros. "Uma das razões para June deixar Evan foi seu temperamento", diz um amigo da família. Eles se divorciaram em 1985. O tribunal deu a custódia do menino para a mãe e ordenou que Chandler pagasse US$ 500,00 por mês em pensão alimentícia, mas uma análise dos documentos revela que, em 1993, quando surgiu o escândalo envolvendo Jackson, Chandler devia a sua ex-mulher US$68.000 Uma dívida que ela acabou perdoando.

Um ano antes de Jackson entrar na vida de seu filho, Chandler teve um segundo problema sério em sua profissão. Um de seus pacientes, uma modelo, processou-o por negligência odontológica depois que Chandler restaurou alguns de seus dentes. Chandler alegou que a mulher havia assinado um termo de consentimento em que ela reconhecia os riscos envolvidos. Mas quando Edwin Zinman, advogado dela, pediu para ver os registros originais, Chandler disse que haviam sido roubados do porta-malas de seu Jaguar. Ele forneceu um conjunto de cópias. Zinman, suspeitando, não pôde confirmar a autenticidade dos registros. "Que coincidência extraordinária eles serem roubados", diz Zinman. "Isso é como dizer 'O cachorro comeu meu dever de casa'". O processo acabou sendo resolvido fora do tribunal por uma quantia não revelada.

Apesar desses revezes, Chandler até então, tinha uma profissão bem sucedida em Beverly Hills. E ele teve sua primeira chance em Hollywood em 1992 quando ele co-escreveu o filme de Mel Brooks, Robin Hood: Men in Tights. Até que Michael Jackson entrasse na vida de seu filho, Chandler não tinha demonstrado muito interesse pelo menino. "Ele prometeu lhe comprar um computador para que eles pudessem trabalhar em roteiros juntos, mas ele nunca cumpriu", disse Michael Freeman, um ex-advogado de June Chandler Schwartz. A profissão de Chandler como dentista o mantinha ocupado, e ele tinha começado uma nova família, com duas crianças pequenas com sua segunda esposa, uma advogada do setor corporativo.

A princípio, Chandler recebeu bem e incentivou o relacionamento do seu filho com Michael Jackson, gabando-se dele para amigos e sócios. Quando Jackson e o menino ficaram com Chandler em maio de 1993, Chandler insistiu que Michael passasse mais tempo com seu filho em sua casa. Segundo algumas fontes, Chandler chegou a sugerir que Jackson ampliasse sua casa, assim, o cantor poderia ficar lá. Depois de ligar para o departamento de zoneamento e descobrir que isso não poderia ser feito, Chandler fez outra sugestão - que Jackson simplesmente lhe construísse uma casa nova.

Naquele mesmo mês, o menino, sua mãe e Jackson voaram para Mônaco para o World Music Awards. "Evan começou a ficar com ciúmes do envolvimento deles e sentiu-se deixado de lado", diz Freeman. Ao retornarem, Jackson e o menino ficaram novamente com Chandler, o que lhe agradou – foi uma visita de cinco dias, durante a qual eles dormiram em um quarto com o meio irmão do jovem. Embora Chandler tenha admitido que Jackson e o menino sempre estavam vestidos quando ele os via juntos na cama, ele alegou que foi nessa época que as suas suspeitas de abusos sexuais foram desencadeadas. Em nenhum momento Chandler alegou ter testemunhado qualquer má conduta sexual por parte de Jackson.

Chandler ficou cada vez mais instável, fazendo ameaças que afastavam Jackson, Dave Schwartz e June Chandler Schwartz. No início de julho de 1993, Dave Schwartz, que tinha sido amigável com Chandler até então, gravou secretamente uma longa conversa telefônica que ele teve com Chandler. Durante a conversa, Chandler falou de sua preocupação com seu filho e sua raiva de Jackson e de sua ex-mulher, a quem descreveu como "fria e insensível". Quando Chandler tentou "obter a sua atenção" para discutir as suas suspeitas sobre Jackson, diz ele na fita, ela lhe disse: "Vai se f****".

"Eu tinha uma boa comunicação com Michael", Chandler disse a Schwartz. "Nós éramos amigos. Eu gostava dele e o respeitava e tudo mais pelo que ele é. Não havia nenhuma razão para ele parar de me ligar. Eu me sentei na sala um dia e conversei com Michael e disse-lhe exatamente o que eu quero que deixe de acontecer nessa relação toda. O que eu quero."

Admitindo a Schwartz, que ele havia “sido preparado” sobre o que dizer e o que não dizer, Chandler nunca mencionou dinheiro durante a conversa. Quando Schwartz perguntou o que Jackson havia feito que deixou Chandler tão aborrecido, Chandler alegou apenas que "ele afastou a família. [O menino] foi seduzido pelo poder e pelo dinheiro desse cara".

Ambos repreenderam a si mesmos repetidamente, como maus pais para o garoto.

Em outra parte da fita, Chandler deixou claro que ele estava preparado para agir contra Jackson: "Já está definido", Chandler disse a Schwartz. "Há outras pessoas envolvidas que estão esperando pelo meu telefonema e que estão em determinadas posições. Eu paguei a elas para fazerem isso. Tudo está acontecendo de acordo com um certo plano que não é só meu. Uma vez que eu faça esta ligação, este cara [seu advogado, Barry K. Rothman, presumidamente] vai destruir todo mundo que estiver à vista de qualquer forma desonesta, canalha e cruel que ele puder. E eu dei-lhe plena autoridade para fazer isso."

Chandler então antecipou o que de fato aconteceria seis semanas mais tarde: "E se eu continuar com isso, vou ganhar muito. Não há como eu perder. Eu verifiquei todos os aspectos. Eu vou conseguir tudo que eu quero, e eles serão destruídos para sempre. June perderá [a guarda do filho...] e a carreira de Michael estará acabada”.

Isso ajuda [o menino]? perguntou Schwartz.

“Isso é irrelevante pra mim”, respondeu Chandler. “Isso vai ser maior do que nós todos juntos. A coisa toda vai afetar e destruir todo mundo que esteja pelo caminho. Vai ser um massacre se eu não conseguir o que eu quero”.

Em vez de ir à polícia, aparentemente a ação mais adequada em uma situação de suspeita de abuso sexual infantil, Chandler recorreu a um advogado. E não a qualquer advogado. Ele recorreu a Barry Rothman.

"Este advogado que eu encontrei, eu escolhi o filho da p*** mais sujo que eu poderia encontrar", Chandler disse na conversa gravada com Schwartz. "Tudo o que ele quer fazer é levar isso a público o mais rápido possível e da forma mais alarmante possível e humilhar tantas pessoas quanto puder. Ele é safado, ele é mau, ele é muito esperto, e ele está com fome de publicidade". (Através de seu advogado, Wylie Aitken, Rothman recusou-se a ser entrevistado para este artigo. Aitken concordou em responder perguntas gerais limitadas ao caso de Jackson, e, depois, apenas sobre aspectos que não envolviam Chandler ou o garoto).


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