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O Testemunho Sob Juramento Que Voltará Para Assombrar Wade Robson


O Testemunho Sob Juramento Que Voltará Para Assombrar Wade Robson

 


 

Por Charles Thomson

Traduzido por Daniela Ferreita para o blog O Lado Não Contado da História

 

 

 

Quando você está cobrindo Michael Jackson por qualquer período significativo de tempo, você chega a acreditar que nada pode chocá-lo mais. Desde que comecei a relatar sobre Michael Jackson por várias organizações de mídia, ele anunciou a maior residência de deconcertos de todos os tempos e, em seguida, morreu antes que pudesse terminá-lo. Um médico foi preso pelo homicídio dele e um álbum póstumo causou escândalo internacional por supostamente conter faixas cantadas por um impostor.

Por muitos anos, a vida de Michael Jackson (e vida após a morte) tem sido um atoleiro de escândalos, polêmicas e disputas legais. Atualmente, a empresa de entretenimento AEG – que promoveu os concertos “This Is It” de Michael Jackson – está em julgamento pelo o que, a família do cantor sente, é um mínimo de responsabilidade por causa da morte dele. Já, testemunhas atestaram que Jackson foi banido do palco durante alguns ensaios por o medo que ele iria ferir a si mesmo. Um produtor testemunhou a chorar quando viu Jackson divagar nos ensaios que Deus estava falando com ele. Ela disse aos jurados que havia advertido os membros sêniors da produção de que acreditava que ele estava morrendo e precisava ser transportado para o hospital, apenas para os apelos dele ser ir ignorado. Menos de uma semana depois, ele estava morto.

Para um correspondente experiente de Jackson, nada disso foi surpreendente. Parece que não passa uma semana sem algum drama ou outro engolindo a fslecida lenda da música ou aqueles intimamente associados a ele, de conflitos de direitos autorais a alegações de sequestro. Mas na semana passada, houve um desenvolvimento na esfera Michael Jackson que realmente me surpreendeu. Wade Robson, que tem defendido firmemente Michael Jackson por 20 anos e ainda testemunhou para ele no julgamento de 2005, apresentou documentos contra várias organizações ligadas à lenda do pop, buscando vários pagamentos por alegado abuso na infância.

O coreógrafo diz que foi abusado sexualmente por sete anos, a partir de sete anos de idade aos 14 anos de idade. A notícia abalou a comunidade de Michael Jackson. Aqueles que o amam surgiram em defesa dele, enquanto aqueles que construíram carreiras em atacá-lo reagiaram com alegria indisfarçável. A ex-mulher de Jackson, Debbie Jackson Rowe, tem marcado as exigências financeiras de “oportunista”, e Jermaine Jackson tem tachado o coreógrafo de “cheio de merda”.

O advogado de direitos civis Tom Mesereau, que defendeu Jackson no julgamento dele, em 2005, sugeriu que as reivindicações são “suspeitas”, pois apresentação pública delas coincidiu tão bem com o julgamento da AEG. Na verdade, as alegações surgiram quando a maquiadora Karen Faye testemunhou que ela e os outros tinham levantado repetidas preocupações sobre a saúde de Jackson, mas tinha recebido respostas insensíveis dos responsáveis. A posterio entrevista televisionada de Robson assegurou pouca atenção da mídia para pagar o depoimento o testemunho de um empregado da AEG de que os papéis financeiros provaram que Murray era empregado da empresa, e não de Michael Jackson. Wade Robson tem trabalhado constantemente para AEG e, aparentemente, já tem trabalhos futuros alinhados com a corporação, mas o advogado dele negou qualquer conexão entre os processos judiciais.

À luz da mudança repentina de sintonia de Robson, eu tirei a poeria de minhas completas transcrições do julgamento de 2005 de Michael Jackson pelo Ministério Público. Enquanto muitas notícias têm referido que Robson testemunhou para Jackson, no caso, poucos fizeram qualquer esforço especial para destacar a gravidade do testemunho dele.
“Wade Robson era uma testemunha tão convincente e segura que Michael Jackson o escolheu para abrir o processo de defesa dele no julgamento. Sob interrogatório firme e sustentadoe, por vezes, agressivo, por parte do promotor Ron Zonen, Robson não só negou qualquer impropriedade por parte de Jackson, mas fê-lo várias vezes, de forma enérgica e convincente – até mesmo zombando dos promotores e descrevendo a mera sugestão de abuso sexual nas mãos de Jackson como ‘ridícula’.”

Como uma nota lateral, a ideia de que, em um julgamento sobre o suposto abuso sexual de crianças, um verdadeiro agressor iria escolher alguém que ele tivesse molestado por sete anos como a primeira testemunha a sofrer implacável interrogatório da promotoria pode parecer um pouco exagerado para o casual espectador.

Quando visto ao lado de alguns dos comentários que ele fez no Today Show, esta semana, o depoimento de Robson, é provável, lança mais de uma dúvida razoável sobre os novos pedidos. Ele respondeu com clareza e competência a perguntas detalhadas sobre vários exemplos da alegada má conduta. O testemunho é tão imensamente prejudicial para as novas exigências legais por dinheiro que ele e o advogado dele já flutuavam dias potenciais, mas sem dúvidas, igualmente nada convincentes, explicações para a bizarra reviravolta.

Quando a história sobre as exigências de dinheiro passou ao vivo na semana passada, o advogado de Robson foi citado como dizendo que o coreógrafo se recuperou “memórias reprimidas”, uma história que, muitos sugeriram, poderia ter sido concebida para explicar negações extenuantes de Robson no julgamento de 2005, sem admitir perjúrio. No entanto, a alegação de Robson foi considerada com tal incredulidade – muitos psicólogos eminentes nem sequer acreditam em memórias –, que ele tem mudado desdo o argumento.

Robson afirmou em na entrevista dele na TV, esta semana, que a verdadeira razão pela qual ele disse aos jurados que ele não foi molestado foi que ele não tinha percebido que o que Jackson, supostamente, fez com ele era abusivo – outra reivindicação garantida a levantar uma sobrancelha. Ele era um homem de 22 anos, profissional bem sucedido, no momento do depoimento dele.

Sob juramento, em 2005, Robson foi perguntado, repetidamente, sobre atos particulares e se ele sabia que Michael Jackson os tinha realizado em qualquer criança. Ele respondeu com veemência que não só ele nunca presenciou qualquer tipo de comportamento, mas ele estava firme na opinião dele de que Michael Jackson nunca teria se envolvido nisso.

Olhando para trás, ao longo dos documentos judiciais 2005, a última explicação para o testemunho dele simplesmente não resiste a uma análise. Por exemplo, ele foi perguntado especificamente se Jackson tinha tocado o corpo dele. Independentemente de saber se ele acreditava que a conduta de Jackson constituía abuso sexual, se Jackson tivesse realmente tocado o corpo dele, a resposta clara teria sido “sim”. Mas não foi “sim”. Foi “não”. Não uma e outra e outra vez.

Ele mesmo testemunhou que, depois do que ele, agora, alega ter sido vários anos de abuso sexual nas mãos de Jackson, ele voltou à cena dos supostos crimes mais de 20 vezes mais tarde na vida, com amigos e parentes no reboque, para uma estadia relaxante. Ele também testemunhou permanecer em contato com Jackson e ainda o considerava um amigo próximo. De fato, vários anos após o julgamento, Robson continuou a conviver com Jackson.

Pouco depois que a morte de Jackson foi anunciada em 2009, Robson escreveu que Jackson era “um dos principais motivos por que eu acredito na pura bondade da humanidade”. De acordo com o irmão de Jackson, Jermaine, Robson e a mãe dele o ajudaram a escrever partes da autobiografia dele sobre o retrato injusto que a mídia fez do irmão dele como um molestador de criança. De fato, desde a morte de Jackson, Robson prestou homenagens públicas à estrela repetidamente, como recentemente, em 2012. Ele até se cnadidatou, no ano passado, para um trabalho de coreografar em um show em tributo ao alegado abusador dele, mas não conseguiu o show.
 

Wade Robson entrou com pedido de indenização contra o Espólio de Jackson em busca de um pagamento e, dinheiro por alegado abuso na infância. Ele também entrou com uma ação civil contra as várias empresas afiliadas a Jackson, buscando mais uma compensação financeira pelo suposto abuso.

Ele insistiu, esta semana, sobre as novas alegações, que “não se trata de dinheiro”.

A transcrição integral do depoimento de Robson em 5 de maio de 2005, totaliza cerca de 14 mil palavras e atravessa 60 páginas de A4. Ele inclui lotes de repetição e discussão sobre onde ele morava, quando os pais se separaram e vários outros apartes tangenciais. Abaixo, eu extraí o que eu acredito ser a chave do testemunho. É difícil ver como, dada a existência desse testemunho sob juramento, Robson poderia convencer um júri além de uma dúvida razoável de que Jackson já tenha agido inadequadamente na presença.

Uma pessoa cínica poderia, portanto, interpretar a entrevista de alto perfil de Robson na TV, esta semana, como uma tentativa de evitar entrar em um tribunal e ter um júri testando as novas reivindicações dele. Quantos mais vpisiveis ataques públicos a Jackson o Espólio pode sofrer antes de ser forçado a começar a considerar um acordo? Nesta fase, a capacidade de danificar o potencial de ganho do Espólio é tudo que Robson tem a favor dele – porque a prova está firmemente a favor de Michael Jackson.

Aqui está o testemunho mais ninguém na mídia está mostrando. Veja por si mesmo.
 

(Charles Thompson citou parte do testemunho de Wade, mas como o temos na íntegra neste blog, apenar colocaremos para você referido link aqui, e você poderá ler todo o testemunho de Wade, bem como o da mãe e da irmã dele, se quiser.)

 

 

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Informações sobre Jason Francia


Informações sobre Jason Francia

 


 

O TMZ alega que Wade Robson pretende usar o testemunho de Jason Francia nas para corroborar as acusações infames dele. Pois aqui vai informações sobre os Frnacias:

 

Traduzido por Daniela Ferreira, comentários em azul são da tradutora.

 


Enquanto Blanca Francia falsamente acusou Jackson de ser inapropriado com Wade Robson, o filho dela, Jason, também fez acusações contra a estrela: ele afirmou que Jackson inadequadamente fez cócegas nele três vezes durante o período em que sua mãe foi empregada pelo artista.

Quando a polícia entrevistou Jason Francia pela primeira vez, em 1993, o único menino alegando abuso por parte de Jackson era o acusador original, Jordan Chandler. A polícia entrevistou dezenas de crianças, mas não conseguiu encontrar qualquer outra criança dispostos a corroborar as alegações dos Chandlers, apesar de os pesquisadores se envolverem em métodos questionáveis (como mentir para as crianças dizendo que eles sabiam de tudo, que tinha fotos delas nuas – o que era uma mentira descarada e levou os pais a fazer reclamações ao chefe de Polícia de Los Angeles). ​​[link]. Isso foi o que eles fizeram,  em seguida, com o filho de 13 anos de idade de Blanca Francia, Jason, em 4 de novembro de 1993, e, depois, novamente, em 24 de março de 1994. Foi a polícia que iniciou o contato, Blanca e Jason Francia nunca procuraram as autoridades.


Para a polícia, Jason Francia inicialmente negou que Jackson algumas vez tivesse feito algo impróprio para ele. Ele disse: "Eu só vou dizer isso a todo vapor. Não me lembro de ele tentar qualquer coisa comigo, exceto as cócegas". [6]. Quando a polícia o pressionou para "lembrar" coisas erradas por Jackson, ele afirmou: "Se eu não me lembro, eu não me lembro". [6].

Em 2005, no o julgamento de Jackson, Jason alegou que ele inicialmente negou impropriedades por causa de embaraço. No entanto, fitas de áudio e as transcrições das entrevistas com os policiais em 1993 e 1994 revelam como os investigadores o pressionaram e o levaram a criar acusações contra a estrela. Em uma moção, em 2005, a defesa de Jackson classificou essas entrevistas como "exemplos de livros didáticos de forma inadequada de interrogatórios sugestivos" [7].

 

Ou seja, era exatamente o tipo de interrogatório que não se deve fazer, ppis induz a pessoa a dizer e acreditar em coisas que não aconteceram.

 


Um artigo escrito por Kenneth E. Blackstone, um membro do American College of Forensic Examiners Internacional e um especialista de investigação de ofensa sexual, apresenta o que métodos de entrevistar podem contaminar o testemunho de uma criança e torná-lo não confiável e​e levar a falsas alegações:

 

http://www. blackstonepolygraph.com / ...nterviewing.pdf

 

Nas páginas 11 e 12 do do documento , ele dá uma lista de nove fatores que levantam a suspeita de um interrogatório impróprio que pode levar a falsas alegações. Pelo menos 7 a 8 desses nove fatores podem ser observados nos interrogatórios de Jason França.


Por exemplo, em 4 de novembro de 1993, em uma entrevista da polícia, Francia disse aos investigadores que não se lembrava de Jackson alguma vez colocar a mão em qualquer lugar que o fez se sentir desconfortável. O Detective Vincent Neglia não estava satisfeito com essa resposta e deixou bem clara a resposta com que ele estaria satisfeito, sugerindo ao menino que as lembranças dele eram flagrantemente erradas e sugerindo que ele devia "lembrar":


Citação:


Det. Neglia: Ok, mas o que estou querendo dizer é que talvez eu não esteja sendo claro o suficiente. O que estou dizendo é que talvez ele tenha colocado as mãos em algum lugar em você onde ele não deveria. Talvez ele tenha colocado as mãos sobre você em algum lugar que fez você se sentir desconfortável. E é por isso que você não está se lembrando. É como se houvesse um pouco de "Oh, eu não consigo lembrar o nome desse cara e eu não me lembro do sobrenome dele, e eu apenas não me'lembrar disso. Não, eu não quero lembrar isso, não posso em lembrar". Isso é só um pouco diferente de não se lembrar, é porque você está escolhendo não se lembrar, e isso é que você simplesmente não pode chamar de volta o uh, o evento. E eu acho que o que você está fazendo está com cócegas e tudo isso, está tentando forçar-se para não se lembrar. E você também tem aquele em que você está dizendo que a quarta vez na festa que você disse algo como: "Esse foi o tempo". Que horas eram Jason: Qual foi o momento "[7]?



Em outros momentos, durante as entrevistas, os investigadores mentiram para o menino e disseram que os outros meninos, como Macaulay Culkin, tinham sido molestado por Jackson, e a única maneira que eles poderiam resgatá-los era se Jason dissesse coisas incriminatórias  sobre Jackson.

Citação:
"Det. Neglia: Eu percebo o quão difícil isso é. Sei como é doloroso  pensar nessas coisas que você tentou tão difícilmente não pensar, mas você está indo bem. E você também está ajudando o garoto que ele está incomodando agora.


Jason Francia: O que você quer dizer que ele está te incomodando?

Det. Birchim: Ele está fazendo a mesma coisa.


Jason Francia: Macaulay Culkin.


Det. Neglia: Só que ele está entrando muito mais nisso. Como sua mãe lhe tirou de lá. A mãe de Macaulay não vai tirá-lo de lá. Eles estão se alimentando dele.

 

Det. Birchim: Ele está fazendo coisas piores.


Det. Neglia:. É muito pior com ele "[7]

 

Macaulay Culkin e o pai dele sempre defenderam MJ. Você percebe que os detetives estavam claramente tentando forçar Jason a acusar Michael e aproveitaram a citação do nome de MC. É natural, porém, que o nome Macaulay Culkin tenha surgido na mente de Jason, simplesmente porque Macaulay era muito amigo de Michael e ia a Neverland com frequência.



Alegaram que Corey Feldman teve problemas com drogas, porque Jackson o molestou:



Citação:


"Det. Neglia: Ele é um viciado agora, ele está preso, ele não age nem nada. Ele fica chapado. Ele embala o nariz com cocaína e ele vai morrer no momento em que ele tiver 22 anos.

 

Jason Francia: Quantos anos ele tem?


Det. Neglia: Cerca de 21. Mas esse é o tipo de vida que ele está vivendo, e isso tem a ver com o que está sendo exposto para as pessoas como essa, e ter ninguém para protegê-los e tirá-los.


Det. Birchim: Como você teve a sua mãe.

Det. Neglia: Como sua mãe puxou você para fora, e você é, você é sincero, e você está (sic) com a honestidade coms vai nos ajudar. Para puxar a próxima criança para fora, pode até ser tarde demais para Macauly (sic) já. Mas essas crianças com quem ele está viajando estão em turnê agora. Talvez possamos resgatá-las... "[7]


Ambos, Culkin e Feldman, sempre declararam com firmeza às autoridades e ao público que Jackson nunca os molestou e nunca os tocou de forma inapropriada.

 

Os investigadores tentaram forçar Feldman a acusar Michael também. Feldman, no entanto, disse saber muito bem o que era ser abusado, porque ele tinha sido, mas não por Michael Jackson. Quando Feldman tentou dizer aos policiais o nomem do da pessoa que o molestou, os detetives disseram a ele que não queriam saber nada sobre quelquer um que não fosse Michael Jackson.

Os investigadores se referam a Jackson como um “molestador” [6] nas  entrevistas dele com Francia, mesmo eles não tendo qualquer evidência contra ele. Eles também usaram palavrões depreciativos contra Jackson, por exemplo, dizendo: "Ele faz boa música, ele é um grande cara, merda" [6] Em um ponto, depois que os investigadores disseram a Francia que eles pensavam o que Jackson fez com ele, o menino disse: "Bem, eu vou ter que trabalhar nisso" [6]. Em uma das entrevistas, Francia disse:.. "Eles [os interrogadores] me fizeram sair com muito mais coisas que eu não queria dizer, e continuaram pressionando. Eu queria me levantar e bater-lhes na cabeça "[6]. Na segunda entrevista, em 24 de março de 1994, Francia indicou que ele estava ciente do fato de que outro menino (Jordan Chandler) havia processado Jackson por dinheiro [6].


Nas entrevistas dele de 1993 e 94, depois de inicialmente negar qualquer irregularidade por Jackson, Jason Francia cedeu à pressão. No julgamento de Jackson, em 2005, quando sob interrogatório pelo advogado de Jackson, Thomas Mesereau, ele admitiu que ele disse coisas nessas entrevistas porque ele "estava tentando descobrir como sair de lá" [6]:



Citação:


Pergunta. Lembre-sa de dizer à polícia, "Vocês são agressivos"?


Resposta. Sim. Lembro-me de dizer à polícia isso.

P. Okay. E, depois que continuaram pressionando, você finalmente disse: "Você sabe, eu acho que ele fez cócegas em mim", certo?


R. Não.


P: Você se lembra disso? Você se lembra de, em primeiro lugar, dizer que você não sabia, e depois...


R. Sim, eu me lembro de dizer em primeiro lugar: "Eu não sei."


P. E depois de dizer à polícia: "Vocês são insistentes", você acabou finalmente dizendo: "Sim, ele me fez cócegas", certo?


R. Eu acredito que é como foi.


P. Okay. Você meio que ia e voltava durante a entrevista, não é? Um segundo você diria: "Ele me fez cócegas", e no segundo seguinte você diria que você não tinha certeza, correto?


R. Eu estava tentando descobrir como sair de lá.


P. Eu entendo. E você se lembra de exatamente como você se sentiu, em 1993, durante a entrevista, certo?


R. O sentimento de, sim, chorando e confuso. [6]



Também foi revelado que após o primeiro interrogatório de Jasosn Francia pela polícia, em 1993, ele foi enviado à terapia com um conselheiro chamado Mike
Craft, e o promotor Thomas Sneddon estava presente pelo menos uma vez no escritório de Craft, enquanto Jason estava lá, no então Jason não poder dizer qual a comunicação que se passou entre os dois homens, em por que Sneddon estava. Segundo um artigo publicado no USA Today, em 7 de Fevereiro de 1994, o terapeuta a que Jason Francia foi enviado foi organizado e pago pelo escritório do xerife do condado após a mãe do menino expressar preocupação com o fato de que os policiais do xerife encontraram e ligaram para o filho dela, enquanto ela não estava presente. [9]

 

Um terapeuta pago pela polícia justamente depois que a mãe reclamou da forma como a polícia agiu. O que vocês pensamq que aconteceu? Que o terapeuta iria contra quem o estava pagando? Ou ia conseguir um jeito de convencer Jason de que Jackson era o culpado por tudo?

O quanto a promotoria confiou na história que conseguiram pressionar Jason Francia a contar é indicado pelo fato de que eles nunca apresentaram acusações contra Jackson com base em alegações de Jason Francia, apesar de estarem, obviamente, desesperados para encontrar uma outra suposta vítima além de Jordan Chandler.


No entanto, a mãe de Jason, Blanca Francia, tendo uma página do playbook dos Chandlers: contratou advogados civis e, ao final de 1994, ameaçou Jackson com um processo civil. Com o caso Chandler atrás dele e um plano para lançar um novo álbum em 1995, Jackson resolveu o caso com as Francias fora do tribunal. Como testemunhado no julgamento de Jackson em 2005, dois assentamentos foram assinados com os Francias – um com Blanca e outro com Jason Francia. Consta que Jackson lhe s pagouUS $ 2,4 milhões.


Deve-se notar que apenas um julgamento criminal pode enviar um criminoso para a cadeia, um julgamento civil só pode resultar em um prêmio em dinheiro, assim, como a liquidação dos Chandler, esse não era um caso de Jackson comprando o caminho dele para fora de uma acusação criminal. [Você pode ler mais sobre a liquidação Chandler link aqui.] Dois júris já haviam decidido, em abril de 1994, não indiciar Jackson. No entanto, um processo civil poderia ter resultado em um, prolongado processo judicial, com muita publicidade negativa para Jackson, e isso, independentemente da falta de credibilidade das alegações e do resultado, teria afetado a capacidade de Jackson para promover um novo álbum. A linguagem em ambos os assentamentos com Blanca e com Jason Francia enfatizam que não houve admissão de qualquer irregularidade por parte de Jackson. O fato de que ambos, Jason e Blanca Francia, foram chamados a depor em 2005, no julgamento de Jackson, é uma clara indicação de que tais assentamentos de ações cíveis não impedem e não podem impedir ninguém testemunhar em um tribunal criminal.

 

Os acordos feitos por Jackson com os acusadores deles, portanto, apenas colocaram fim a processos civis ou ameaças de processos civis, mas jamais impediram que ele fosse indiciado e julgado criminalmente. Assim, é uma tremenda asneira dizer que os acordos compraram o silêncio.



No ano de 2005, m o julgamento de Jackson, Jason alegou que o primeiro ato de improbidade ocorreu em 1987, no condomínio de Century City de Jackson, em Los Angeles, quando Jason tinha uns sete anos de idade. De acordo com a história, enquanto a mãe estava limpando o apartamento, ele e Jackson assistiram a desenhos animados na televisão e Jackson supostamente começou a fazer-lhe cócegas, que resultou em um "concurso de cócegas" entre os dois. Jason alegou que, apesar de lhe fazer cócegas a mão de Jackson mudou-se para a virilha e ele tocou a área genital por cima das roupas.


Um segundo ato de impropriedade foi descrito, semelhante ao primeiro, que ocorre no mesmo lugar, mais uma vez enquanto assistiam a desenhos animados, um ano e meio mais tarde, desta vez, quando Jason tinha uns oito anos, oito anos e meio de idade. Jason mais uma vez afirmou, enquanto assistia a desenhos animados, Jackson foi para trás dele e começou e o "abraçou". Jason alegou que ele começou a lhe cócegas e, ao fazê-lo, Jackson novamente tocou a genitália por acima das roupas. Ele afirmou que o contato com a área genital durou pelo menos uns quatro, cinco minutos.


Um terceiro ato de improbidade foi reivindicado ter acontecido em Neverland, na arcade, quando Jason tinha uns dez anos e meio de idade. Ele alegou que, ao jogar um videogame, Jackson novamente começou a fazer-lhe cócegas e, de alguma forma, eles acabaram no sofá em posição de "concha". Jason alegou que, desta vez, Jackson colocou a mão por dentro da bermuda e tocou-lhe os testículos. Ele alegou que isso durou cerca de três a quatro minutos. Neste ponto, Jason sentiu a necessidade de enfatizar para o júri: "Leva um monte de aconselhamento para superar, apenas para que vocês saibam". [6]



Jason alegou ainda que toda vez que Jackson fez cócegas nele, a estrela colocou uma nota de cem dólares nas calças dele. Jason alegou que ele nunca disse à mãe sobre o suposto abuso: "Eu nem acho que até hoje ela saiba" [6], disse ele no banco de testemunha, em 2005, apesar de a mãe dele ter contratado advogados civis e ameaçado processar Jackson sobre as acusações em 1994.


Durante o julgamento de 2005, o testemunho de Francia de Jason não foi considerado credível pelo júri, e os interrogatórios policiais impróprios que conduziram às alegações dele não foram o único motivo. À exceção da alegada ilegalidade, Jason Francia não parecia saber ou se lembrar de nada e foi apanhado em várias contradições e mentiras. Pelo menos, este jovem parecia ter uma memória muito ruim, pouco confiável e em constante mudança.

Na idade de 24 anos, sentou-se no banco de testemunhas e alegou que ele não sabia se ele já assinou um acordo com Jackson. Ele alegou que não tinha ouvimos sobre o pagamento que mãe dele recebeu de Hard Copy (tabloide americando que pagou a diversas pessoas para que contassem histórias falsas sobre MJ) até dois dias antes do depoimento e que ele nunca discutiu sobre isso com a mãe.


Na primeira, ele alegou que ele nunca disse à mãe que ele tinha sido tocado de forma inapripriada, mas depois admitiu que ele contou, afirmando que ele estava "enganado" mais cedo. Ele alegou que ele nunca disse que os advogados que representavam a ele em 1994, Terry
Cannon e Kris Kallman, de que ele foi indevidamente tocado, mas, mais tarde, no depoimento, ele disse que não sabia se ele já tinha dito a eles, e, mesmo depois, ele disse que lhes disse.


Em um dos interrogatórios de 1993 e 1994, Francia alegou que, durante um episódio de cócegas, ele apagou, e, por isso, ele não se lembra de nada além de cócegas. Em 2005, quando Mesereau perguntou se ele teve um black-out como ele poderia ter dito à polícia que a mãe dele não estava na sala, ele respondeu: "Eu bloqueei. Eu não tive um balck- out "[6]. Por favor, note, o condomínio de Jackson era um pequeno apartamento e a alegada inadequação ocorreu enquanto Blanca Francia estava presente, limpando, e capaz de andar até eles a qualquer momento.


Quando a polícia perguntou a Jason em 1993 e 94, se alguma coisa inadequada já tinha acontecido com ele em Neverland, ele disse: "Eu estava em torno de muitas pessoas" e, quando o pressionaram sobre a terceira história dele que que houve cócegas na arcade – o incidente no qual ele, agora, alega que Jackson colocou a mão  nas calças dele –,  Jacson disse que não sabia se Jackson o tocou inapropriadamente enquanto fazia cócegas nele. Na verdade, ele disse que não tinha certeza sequer se Jackson fez cócegas nele [6].


Mesereau apontou que, em uma entrevista com a polícia em outubro de 2004, Jason afirmou que essse terceiro incidente de cócegas durou mais de dez segundos, mas ele não lembrava quanto tempo. No julgamento, apenas um par de meses depois, Jason, de repente, lembrou que durou de três a quatro minutos.


Quanto ao dinheiro que Jason supostamente recebeu de Jackson após supostos atos impróprios, quando Jason Francia inicialmente foi interrogado pela polícia em 1993 e 94, ele alegou que Jackson lhe prometeu dinheiro cada vez que ele lesse um livro ou conseguisse uma boa nota, porque Francia tinha dificuldades na escola e com a aprendizagem (em 2005, no estande,  ele admitiu que ainda tinha problemas com leitura). Essa história depois, de alguma forma, evoluiu para Jackson colocando dinheiro nas calças depois de cada cócega.


Durante o julgamento, quando perguntado se o advogado Terry Cannon ainda o representava , Jason disse: "Eu não penso assim, não" [6], mas depois disse que não sabia se Cannon o representava. Mesereau o lembrou de que Cannon estava presente em uma reunião que Jason teve com os promotores no dia 6 de dezembro de 2004. Nessa reunião Jason não queria que a entrevista fosse gravada. Quando Mesereau lhe perguntou por que, num primeiro momento, ele alegou não se lembrar de que ele fez esse pedido. Então, quando foram apresentados os documentos que mostraram que ele, de fato, o fez, ele não poderia testemunhar qual motivo foi: "Eu não sei" [6] e "fita de gravação é estranho. Eu não sei. Não, eu não sei "[6]. Os documentos também mostram que ele pediu a Cannon para estar presente na entrevista, mas Jason disse que não lembrava o porquê  de Cannon estar lá e se ele lhe pediu para estar lá ou não.


Durante o julgamento, quando perguntado se qualquer acusação criminal já havia sido apresentada contra Jackson com base nas reivindicações dele (nunca houve), Jason respondeu: "Eu não sei muito. Eu não assisto ao noticiário". [6]

 

Não, não é uma piada, ele disse isso. Como se para saber se alguém foi acusado em razão de suas alegações, você precisase ver o noticiário. Pelo amor de Deus!


Mesereau perguntou a Jason sobre outra reunião com os promotores realizada em 19 de novembro de 2004, quando a mãe dele foi entrevistada no escritório do Promotor. Mais uma vez, Jason primeiro alegou não saber nada sobre o assunto: "Eu não sei... Mim e minha mãe não fala sobre essas coisas muito "[6]. No entanto, quando Mesereau lhe mostrou que ele estava presente nessa reunião, Francia, de repente, lembrou-se: "Agora eu me lembro, sim "[6. ].  Na verdade, não só Jason estava presente, mas ele também foi entrevistado pelos procuradores e pediu que a entrevista não fosse gravada naquela ocasião também. Novamente, Francia não se lembrava de nada disso: ele não se lembrava, sequer, de que aquela entrevista pelos procuradores, que durou cerca de uma hora, ocorreu, apesar de que isso aconteceu apenas um par de meses antes do depoimento dele no julgamento de Jackson!


Assim, não surpreendentemente, Jason Francia não causou uma boa impressão no júri no julgamento de Jackson. O Primeiro jurado, Paul Rodriguez, disse a Nancy Grace, em entrevista após o veredicto.

Citação:


GRACE: Sr. Rodriguez, você acredita no garoto que veio, que agora é um jovem ministro * afirmou que Jackson o molestou no passado?


RODRIGUEZ: Bem, nós tivemos um pouco de problema com isso, porque ele não tinha ideia de onde algum do dinheiro dele veio; e ele não queria falar com a mãe dele. E assim, esse tipo de coisas que nós meio que não focamos (o que acontece na nossa vida) , mas mantemos–  mantivemos isso no fundo de nossas mentes.


GRACE: Então seria seguro dizer que você não acredita nele?


RODRIGUEZ: Sim, seria muito difícil acreditar nele... [8]

 

[...]

GRACE: Sim. E quanto a uma criança que se tornou um jovem ministro *, que afirmou claramente qeu Jackson o molestou – acariciado os órgãos genitais dele?

 

Observe que Grace está falando da mesma pessoa, o mesmo Jason Francia, como que tentanto enrolar Paul Rodriguez.



RODRIGUEZ: Mais uma vez, como você disse antes, você sabe, sobre a situação dele ou o testemunho dele, era difícil comprar toda a história, quando ele agia como se ele não soubesse de nada. Quero dizer, ele agiu de modo muito parecido com a mãe do outro acusador, você sabe, ele simplesmente não parecia credível. Ele não pareceu nos convencer, como nós queríamos ser convencidos. E ele – ele estava deixando muitas lacunas nas declarações dele. [8]



(* O Ministério Público e os meios de comunicação constantemente tentaram fazer Jason Francia parecer mais crível, enfatizando que ele costumava ser um ministro, um pastor, na juventude.)

 

É muito revelador que Rodriguez tenha comparado o depoimento de Francia com a da "a mãe do outro acusador", Janet Arvizo, que foi amplamente considerado, mesmo por jornalistas pró-acusação, como um testemunho desastroso para a acusação.


Fontes:

[1] O testemunho de Blanca Francia em 2005 o julgamento de Michael Jackson (5 de abril, 2005)

[2] Lisa Campbell - The King of Darkest Hour do Pop (Branden Publishing Company Inc., Boston, 1994)
http://books.google.hu/books/about/Michael_Jackson.html?
id=BVC9zltjf-EC&redir_esc=y

[3] testemunho de Wade Robson em 2005 o julgamento de Michael Jackson (05 de maio de 2005)

[4] Michael Jackson: The Making Of A Mito - Parte 1
http://www.stereoboard.com/pdfs/Michael-Jackson-The-Making-Of-A-Myth-Part-I.pdf

[5] britânica GQ Magazine (maio de 2006)

[6] testemunho Jason Francia em 2005 o julgamento de Michael Jackson (Abril 4-5, 2005)

[7] Nota informativa complementar em apoio à oposição ao movimento do promotor para a admissão dos delitos anteriores Alegadas (25 de Março, 2005)
http://www.sbscpublicaccess.org/docs/ctdocs/032505suppopp1108.pdf

[8] A entrevista de Nancy Grace com o presidente do júri, Paul Rodriguez (CNN.com, 13 de junho de 2005)
http://transcripts.cnn.com/TRANSCRIPTS/0506/13/ng.01.html

[9] Funcionários desesperados para pregar Michael Jackson (EUA Hoje, 7 de fevereiro, 1994)

 

 

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O Caso de Sneddon Contra Michael Jackson Era Besteira: Matt Taibbi – Rolling Stones

O Caso de Sneddon Contra Michael Jackson Era Besteira: Matt Taibbi – Rolling Stones


13 de junho de 2011

Traduzido por Daniela Ferreira para o blog O Lado Não Contado da História

Trecho de "A Nação no Espelho" Matt Taibbi, Rolling Stone. Iss. 977/978 New York:


Ostensivamente uma história sobre trazer um abusador de criança à justiça, julgamento de Michael Jackson foi, na verdade, uma espécie de desfile de regresso à casa de insípidos tipos americanos malandros, otários e planejadores sem talento, atolados em desemprego, quer direta... ou não, com carreiras fictícias da era da informação, à procura de dinheiro de qualquer maneira que pudessem. O Mestre de Cerimônias do processo foi o promotor Tom Sneddon, cujo papel metafórico neste reality show americano foi  representar o  medíocre coração cinzento da Maioria Silenciosa Nixonian – a amarga  coceira da mediocridade  a grudar em qualquer um que já tinha tido um período de férias em Paris. O primeiro mês, ou assim, do julgamento caracterizou talvez a coleção mais comprometida de testemunhas de acusação já montada em um caso criminal americano – quase a um grupo de mentirosos condenados, vendedores ambulantes de fofocas pagos ou pior. As primeiras testemunhas contra Jackson incluíam um guarda-costas, que perdeu o tribunal, porque ele estava sob custódia enfrentando acusações decorrentes de uma série de assaltos à mão armada, inclusive segurando um Jack in the Box com uma arma, uma ex-empregada de Neverland, que tinha roubado um esboço que Jackson tinha feito de Elvis Presley e vendeu para os tabloides por trinta mil dólares, outro ex-funcionário que tinha perdido uma ação por demissão injusta contra Jackson e teve que pagar parte de um acordo de 1,4 milhão dólares como resultado.

E, então, havia a figura chave n caso, a mãe do acusador, que teve que reclamar a Quinta Emenda, no primeiro dia do depoimento dela para evitar o interrogatório sobre a alegação de fraude contra o sistema assistencial – uma testemunha tão completamente cheia de merda que os próprios assistentes de Sneddon se encolheram abertamente durante a maior parte dos cincos dias de depoimentos dela. Nas próximas seis semanas, praticamente todas as peças do caso dele implodiram em audiência pública, e o drama chefe do julgamento rapidamente se transformou em uma corrida para ver se o DA conseguiu colocar todas as testemunhas dele no banco sem ter qualquer um deles removido do tribunal em algemas.

obsessão de Sneddon por Jackson era uma vingança baseada na fé tão cega e desesperada como o "caso" de George W. Bush contra Saddam Hussein. Se Ahmad Chalabi tivesse ido a Neverland alguma dia, Sneddon o teria colocado no stand também.

O caso dele eram asneiras. Califórnia contra Jackson acabou por ser, basicamente, um conto de uma família de malandros de baixa renda, que tentaram estabelecer uma acusação criminal de abuso sexual contra uma celebridade rica como um prelúdio de uma ação civil.




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Michael Jackson: Alegações Atrasadas e Caça às Bruxas


Michael Jackson: Alegações Atrasadas e Caça às Bruxas






por JOE VOGEL em 17 mai 2013

Traduzido por Daniela Ferreira para o blog O Lado Não Contado da Hitsória



Esta é uma versão mais longa, sem cortes de um artigo publicado no Huffington Post.




Quando Michael Jackson morreu inesperadamente em junho de 2009, o coreografo Wade Robson, então com 26 anos de idade – que recentemente fez manchetes por acusar o pop star de abuso sexual – escreveu sobre o amigo de longa data e mentor:


Michael Jackson mudou o mundo e, mais pessoalmente, minha vida para sempre. Ele é a razão pela qual eu danço, a razão pela qual eu faço música, e uma das principais razões que eu acredito na pura bondade da humanidade. Ele tem sido um grande amigo meu há 20 anos. A música dele, o movimento dele, as palavras pessoais de inspiração e encorajamento e o amor incondicional  ele vão viver dentro de mim para sempre. Eu vou sentir falta dele imensamente, mas eu sei que ele está agora em paz e encantando os céus com uma melodia e um moonwalk.

Tão eloquente afirmação veio como nenhuma surpresa para aqueles que conheciam o passado de Robson. Durante a Bad World Tour de Jackson, em 1987, com cinco anos de idade, Robson ganhou uma competição de dança local, na Austrália. A recompensa era participar de um encontro nos bastidores com o Rei do Pop
e a oportunidade de se juntar ao ídolo no palco no final do show.

Dois anos se passaram antes que Robson visse Jackson novamente. Desta vez, ele estava se apresentando na Disneylândia quando a mãe, Joy, decidiu chegar à secretária de Jackson para ver se eles poderiam se encontrar novamente. Jackson permitiu que a família Robson o visitasse no estúdio de gravação, no Record One, onde ele estava trabalhando no álbum Dangerous. Ele também convidou a permanecer em seu rancho Neverland. Essa hospitalidade não era incomum para Jackson. Na mesma época, Jackson também passou inúmeras horas no rancho com a de vítima AIDS, Ryan White, que havia sido evitado, insultado e ameaçado na escola dele, em Kokomo, Indiana. "Essas viagens para a Califórnia me permitiram seguir adiante", disse Ryan White. Experiências positivas semelhantes foram compartilhadas por centenas de outros.

Não muito tempo depois da visita a Neverland, a família de Robson decidiu se mudar para a Califórnia para permitir a Wade e a irmã, Chantal, mais oportunidades na indústria do entretenimento. Ao longo dos anos seguintes, uma amizade floresceu entre o Robsons e Jackson. Wade Robson era ambicioso e talentoso, e Jackson assumiu o papel de mentor, ensinando-lhe as nuances do ofício dele e o contratou pela gravadora dele, MJJ Productions. Jackson também lhe deu pequenos papéis nos vídeos musicais dele, incluindo "Black or White".

Robson passou a ter uma carreira de sucesso no setor, coreografando para os gostos de Britney Spears e 'N Sync, e depois de teve o trabalho dele apresentado em programas como So You Think You Can Dance. Em 2005, casou-se com a nativa do Havaí, Amanda Rodriguez.

Nesse mesmo ano, Robson, que tinha todos os motivos para evitar o circo que foi o julgamento de Michael Jackson por abuso sexual infantil, em 2005, decidiu testemunhar, sob juramento, sobre as experiências com o cantor. Primeiro questionado pelo advogado de Jackson, Thomas Mesereau e, em seguida, sob rigoroso interrogatório pela promotoria, Robson falou sem rodeios e com naturalidade o relato o do tempo  dele com o artista. Robson repetidamente e veementemente negou ser molestado ou qualquer outra atividade sexual imprópria.

Depois que Jackson foi absolvido de todas as acusações, alguns meses mais tarde, a mãe de Robson, Joy, falou sobre o alívio da família dela sobre o veredicto. "Nós estávamos chorando e gritando e chorando e gritando... Todos nós acreditávamos que, finalmente, a verdade sairia... Eu sempre disse a Michael: "Eu queria que o mundo pudesse conhecer o Michael nós conhecemos".

Wade Robson convidou Jackson para o casamento dele no final daquele ano, mas Jackson decidiu não participar, porque ele não queria transformar a ocasião feliz em um circo da mídia.

Jackson e Robson, no entanto, mantiveram-se bons amigos. Sempre que solicitado, Robson continuou a elogiar Jackson como a maior inspiração dele.

Eles se encontraram pela última vez em Las Vegas, em 2008. Jackson estava morando lá com os três filhos dele e Robson estava trabalhando em um show na cidade. "Eu, minha esposa e ele e os três filhos dele tivemos um churrasco", lembrou Robson. "Foi a coisa mais normal do mundo."

Fazia mais de 20 anos, desde que se conheceram, e Robson ainda era, pela própria admissão dele, completamente não afetado por qualquer abuso ou trauma do passado. A vida e carreira dele foram prosperando. Ele também parecia não ter nenhuma preocupações com os próprios filhos  pequenos de Jackson.

De acordo com relatos iniciais, o advogado de Robson, Henry Gradstein, afirmou que o motivo por que o cliente dele mentiu sob juramento e continuou a elogiar a estrela pop após a morte dela foi devido o alegado abuso era uma “memória reprimida”. "Memória reprimida" – casos em que um indivíduo acredita  que eles bloquearam ou esqueceram um evento traumático antes da "recuperar isso"  anos ou décadas mais tarde –  tornou-se um assunto altamente polêmico no campo da psicologia. Segundo a Associação Americana de Psicologia, "experimentos psicólogos clínicos afirmam que o fenômeno de uma memória recuperada é raro (por exemplo, um médico experiente relatar ter uma memória recuperada surge apenas uma vez em 20 anos de prática)." O consenso esmagador por especialistas é que tais "memórias" não são confiáveis ​​sem evidências que as apoiem. Dr. Richard McNally, Professor e Diretor de Treinamento Clínico do Departamento de Psicologia da Universidade de Harvard, descreve o fenômeno de lembranças tardiamente recuperados como "o mais pernicioso folclore que já infectou psicologia e psiquiatria".

Na entrevista dele com Matt Lauer, no Today Show, no entanto, Robson alegou que as memórias de abuso não foram reprimidas, ele era simplesmente incapaz de processá-las emocionalmente ou pssicologicamente. As alegações de Robson são de que ele estava plenamente consciente de Jackson era um molestador de crianças no tempo do julgamento dele, em 2005, mas decidiu mentir sob juramento, porque ele ainda não percebia que o que aconteceu com ele era errado. Mas, talvez, se poderia supor, nos próximos meses ou anos seguintes, ele se arrependeu da decisão e foi para as autoridades? Pelo menos para evitar novas "vítimas"? Não. Em vez disso, ele foi fazer churrasco com MJ e a família dele em 2008, e louvá-lo sem qualquer tipo de pressão ou incentivo em 2009, 2010, 2011 e 2012.

Escusado será dizer que as acusações de abuso devem ser sempre ser levadas a sério. Quando um indivíduo contou uma história muito crível e convincente, quando era adulto e, de repente, muda a históriaa, sem provas que corroborem (cartas, fotos, conversas telefônicas, testemunhas, etc) para apresentar um pedido de indenização, no entanto, isso merece uma dose saudável de ceticismo. Acreditar em tais afirmações cegamente pode ser perigoso, destruir vidas e reputações com absolutamente nenhuma prova, além da acusação.

De acordo com o advogado de Wade Robson, Henry Gradstein, foi somente em 2012, quando o coreógrafo teve um colapso mental, e "entrou em colapso sob o estresse" da memória recuperada dele. A carreira de Robson também tinha levado uma queda, com o coreógrafo misteriosamente abandonando muitos projetos. Logo depois, Robson decidiu ajuizar um pedido de indenização contra o espólio de Jackson. Robson também entrou com uma ação civil na Corte Superior de LA , na qual  ele está declaradamente processando as empresas associadas a Jackson . O que quer que se faça das alegações dele, em seguida, elas não são simplesmente para curar. Robson quer, claramente, um pagamento.

Em um comunicado, Howard Weitzman, advogado que representa o espólio de Jackson, disse que as acusações de Robson são "ultrajantes e patéticas... Estamos confiantes de que o tribunal vai ver isso como é".

O advogado de Jackson, Thomas Mesereau, sente que as afirmações de Robson são descaradamente motivadas por dinheiro, dado o momento (um julgamento de alto risco entre a mãe de Jackson e a promotora de shows AEG Live está sendo contestado) e da enorme quantidade de riqueza que o espólio de Jackson gerou desde a morte do cantor.

Independentemente da sua opinião sobre Jackson, o caso de Robson levanta sérias questões sobre a natureza e a validade das alegações, década atrasadas, especialmente quando ligadas a dinheiro. Claro, algumas alegações em atraso são reais e são mantidas em segredo por razões inteiramente compreensíveis (incluindo a segurança da vítima). Mas de acordo com estudos psicológicos, muitas outras não são credíveis e são criadas por uma ampla gama de razões.

Dr. Elizabeth F. Loftus, uma psicóloga cognitiva renomada e especialista em memória humana da Universidade de Washington observa que essas lembranças, muitas vezes, podem ser desencadeadas por sugestão do terapeuta. "Alguns terapeutas contemporâneos têm sido conhecidaos a dizer aos pacientes, apenas com base em uma história sugestiva ou perfil de sintoma, que ele, definitivamente, teve uma experiência traumática... Uma vez que o “diagnóstico" é feito, o terapeuta pede ao paciente para buscar as memórias recalcitrantes."


Wade Robson, então, poderia muito bem acreditar que ele foi abusado mesmo se isso nunca aconteceu.

Ainda assim, objetividade e imparcialidade devem obrigar, pelo menos, algum ónus da prova. Membros da família do próprio Robson têm defendido Jackson, repetidamente, durante um período de vinte anos. Eram todos eles completamente alheio ao que acontecia até poucos meses atrás?

Numerosas outras pessoas que estavam perto de Jackson quando crianças continuam a defendê-lo, sem aparente incentivo para fazê-lo. Desde as últimas alegações, várias pessoas que visitaram o Rancho Neverland de Jackson Neverland Ranch quando crianças, mais umavez, falaram em apoio do artista, incluindo Alfonso Ribeiro, Frank Cascio, Brett Barnes e sobrinhos de Jackson, Taryll, TJ e Taj Jackson.

Em defesa do tio, Taj Jackson escreveu, de forma comovente, no Twitter:

Eu não vou sentar e deixar que alguém minta descaradamente sobre meu tio. PONTO. Estou escrevendo estas palavras, sabendo que na hora que eu pressione enviar, minha vida nunca mais será a mesma depois... Eu fui sexualmente abuso [d]. Por um tio do lado da minha mãe da família quando eu era criança. Meu tio [Michael Jackson] foi um sistema de apoio para mim e para a minha mãe. Ele escreveu uma carta a ela que muitos já viram, vocês apenas não sabiam do que se tratava. Isso é como eu sei que Wade está mentindo. Porque eu sou um sobrevivente. Minhas mãos ainda estão tremendo. Não se esqueçam que eu estava vivendo em Neverland quando Wade testemunhou durante o caso do meu tio. Eu sentei lá e comi o jantar com ele e a família dele. Eu não vou deixar que ele manche o legado do meu tio. Eu não quero ir na TV. Eu não quero publicidade, eu só quero a verdade. Eu odeio que Wade me fez fazer isso, dessa maneira. Mas desde que meu tio Michael não está mais aqui para se defender, eu o defenderei.

A carta a que Taj Jackson se referiu foi escrito por Jackson em algum momento na década de 1990. Lê-se:


Dee Dee (mãe de Taj), por favor, leia este artigo sobre o abuso sexual de crianças e leia-o para Taj, TJ e Taryll, isso fala cobre como até mesmo os próprios parentes podem ser molestadores de crianças, ou até mesmo tios ou tias molestam sobrinhos ou sobrinhas, por favor, leia. Amor MJ.

Mais tarde, confrontado com a percepção pública de que ele próprio era um abusador de crianças, Jackson escreveu essa letra para uma música inédita, chamada "Um Homem Inocente":

Se eu navegar para Acapulco
Ou Cancun, México
Lá a lei está esperando
E Deus sabe que sou inocente
Se eles não vão me levar no Cairo
Então, Senhor, onde eu irei?
Eu vou morrer um homem sem país
E só Deus sabia que eu era inocente agora.




Como um homem rico, excêntrico, que abriu a casa para milhares de pessoas, incluindo crianças carentes e doentes, Jackson era um alvo fácil, inegavelmente. Mas é concebível que das centenas de crianças que passaram algum tempo com ele, apenas um punhado foram abusadas? É possível que, após duas buscas, sem aviso prévio, nas casas dele, em 1993 e, novamente, em 2003, resultassem em nenhuma pornografia infantil ou outras provas que corroborassem o que o artista estava, com maestria, escondendo a verdadeira identidade dele?

Ou temos nós, como uma sociedade, confundido a diferença de Jackson e excêntricidade, com criminalidade? Em 2005, a infame comentarista do infoentretenimento, Nancy Grace, deduziu a culpa de Jackson a partir da aparência estranha e sensibilidade infantil dele. Era inconcebível para ela que um homem adulto gostasse de passar tanto tempo com as crianças, sem querer fazer sexo com elas.

Sem dúvida, depois de ouvir estas últimas acusações, alguns vão também concluir que "onde há fumaça há fogo".

Jackson, é claro, não está mais aqui para se defender. A tragédia não reconhecida que a pessoa imparcial deve considerar, pelo menos, é esta: a vida e a carreira de um dos artistas mais talentosos e criativos do século passado foram descarriladas e, finalmente, destruídas por acusações, insinuações, sensacionalismo e especulação, mas sem nenhuma evidência concreta e sem testemunhas ou acusadores que não queriam dinheiro.

O termo "caça às bruxas" é muitas vezes usado para descrever o pânico moral e a histeria causada por indivíduos que ameaçam nosso senso de normalidade, de ordem social e suposições. Eles devem ser disciplinados ou punidos para permitir que as pessoas se sintam seguras, independentemente de culpa ou inocência real. Assim, por exemplo, nos julgamentos das bruxas de Salem, as mulheres foram perfiladas, acusada e condenada à morte por uma série de comportamentos ou traços percebidos como "suspeitos". Ou, historicamente, os homens afro-americanos têm sido injustamente alvos e linchados por causa de mitos e histeria culturalmente arraigados sobre as intenções "predatória" dele com mulheres brancas (ver DW Griffith, The Birth of a Nation).

Ao longo da vida dele (e agora na morte), Michael Jackson enfrentou ações judiciais frívolas mais do que qualquer pessoa na história americana. Durante a era Thriller, dezenas de mulheres afirmaram que ele era o pai dos filhos dela. Tão recentemente quanto 2010, uma mulher chamada Billie Jean entrou com uma ação de paternidade de 600 milhões dólar contra o espólio de Jackson.

Em 2010, parte do arquivo do FBI de Jackson foi lançado sob o a lei de Liberdade de Informação, a pedido dos meios de comunicação, incluindo o jornalista britânico Charles Thomson. "Um longo relatório", escreve Thomson, "mostra que, quando o Rancho Neverland de Jackson foi invadido, em 2003, o FBI passou um pente fino por todos os computadores apreendidos na propriedade à procura de todos os arquivos comprometedores ou atividade na internet. O arquivo de Jackson continha resumos individuais dos resultados do FBI para cada um dos 16 computadores. Rabiscado em letras maiúsculas em cada um dos 16 relatórios  a palavra ‘NADA’".

Matt Taibbi da Rolling Stone, um crítico cultural incisivo, sem qualquer investimento no legado de Jackson, descreveu o processo judicial de 2005 contra Jackson assim:

Ostensivamente, uma história sobre trazer um abusador de  criança à justiça, o julgamento de Michael Jackson foi, na verdade, uma espécie de desfile de regresso a casa de tipos insípidos americanos: malandros, otários e planejadores sem talento, atolados em desemprego, ... ou com carreiras fictícias na era da informação, procurando dinheiro em qualquer maneira que pudessem. O Mestre de Cerimônias do processo foi o promotor Tom Sneddon, cujo papel metafórico neste reality show americano foi representar o medíocre coração cinzento da Maioria Silenciosa Nixonian – a amarga mediocridade ansiosa para pegar quem já tinha tido um período de férias em Paris. O primeiro mês, ou quase, do julgamento caracterizou, talvez, a coleção mais comprometida de testemunhas de acusação já montada em um caso criminal americano – um grupo de mentirosos condenados, vendedores ambulantes de fofocas pagos ou pior...

Nas próximas seis semanas, praticamente todas as peças do caso da acusação implodiram em audiência pública, e o chefe do drama do julgamento rapidamente se transformou em uma corrida para ver se o Promotor conseguia colocar todas as testemunhas dele no banco sem ter qualquer um deles removido do tribunal em algemas. A obsessão de Sneddon por Jackson era uma vingança baseada na fé tão cega e desesperada como o "caso" de George W. Bush contra Saddam Hussein...

Jackson, é claro, foi absolvido de todas as acusações em 2005, após dois anos de exaustivas investigações, depoimentos e processos. Quatro anos depois, em 2009, depois de anos vivendo como um pária cultural, um incógnito sem pátria, ele morreu com a idade de cinquenta anos em Los Angeles. O consolo, alguém assume, foi a de que, pelo menos, os muitos problemas acabariam e o foco poderia regressar ao rico legado artístico dele. Mas enquanto o dinheiro está envolvido, ao que parece, o fluxo incessante de vigaristas vai continuar.

E no tribunal da opinião pública, o julgamento de bruxa a Michael Jackson continua.

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